Eu me sinto abençoado e sou grato a Deus e ao universo por tudo de bom que me acontece. E, por acreditar naquela idéia de retorno, acho que é justamente essa gratidão que me rende mais sorte do que juízo, a ponto de me ocorrerem situações como a que aconteceu hoje.
Estava este distraído caminhando pelo centro de Taquara( cidade onde trabalho), com uma bermudinha curta, cujos bolsos têm pouco espaço. Lembrava de ter saído com o celular( um trambolho, Note 9) e carteira.
Então coloco as mãos nos bolsos e " opa... tá faltando um volume..". Pensem no calafrio que me deu na hora: não achava mais o celular.
Voltei correndo por todo o trajeto, olhando para baixo, na esperança de ver o danado caído. Entrei no apartamento, na expectativa, já meio desesperada, de que minha memória tivesse me enganado, e eu não tivesse saído de celular. Mas o celular não estava no ap.
De alguém desesperado, passei a ser um cara desolado. Nem tanto pelo prejuízo que eu já tava antevendo do próprio celular ( que é caro, mesmo), mas ainda mais pelo transtorno todo envolvido, já que no aparelho havia senhas de banco, de aplicativos, memórias e registros ( fotos, textos, etc). Tinha muito a perder, como vocês podem imaginar.
A vã esperança que me restava era o celular ter caído em mãos honestas. Isso eu poderia verificar telefonando para ele, já que o deixara com bastante carga. Caísse na caixa, eu já poderia chorar. Chamasse e não atendesse, eu poderia começar a me agoniar. Já se alguém atendesse... bem, aí talvez houvesse volta.
Eu pego o celular do gerente de uma loja e telefono. Chama uma, duas vezes. Na terceira, uma voz feminina atende. Digo-lhe que sou o dono do celular, e ela diz que me entregaria, caso eu desbloqueasse na frente dela. Marcamos o lugar, ela chega e me entrega, eu comprovo que era meu o celular.
As duas mulheres que o localizaram me dizem que o haviam achado deitado, inclusive com a tela virada para o chão ( aliás, o display segue intacto). Agradeço-lhes imensamente, até ofereço presenteá-las pela honestidade, mas elas se recusam a receber qualquer coisa.
Então digo a elas que muito me admirava a percepção que tinha em relação aos moradores da cidade aqui, de se tratar de pessoas honestas. Elas me desiludem, dizendo que eu na realidade tive foi sorte, já que as coisas não são sempre assim.
Eu me despeço e venho refletindo que deve mesmo ter sido sorte. E que, mais uma vez, seguirei tendo gratidão pelas minhas bençãos.