Os nossos pensamentos se coadunam quase que totalmente, mas ainda possuo os meus pontos de discordância é claro, não possuo números para a afirmação e não tenho a sua bagagem teórica, mas vejo a ausência de instituições protetoras e ilibadas como um aspecto sim, não o único é claro, para a baixa expansão do sistema de telecomunicações do país. Como ter segurança jurídica para expandir os seus negócios em um amontado de estados controlados por senhores da guerra???, quanto a parte de acumulação de poupança eu concordo totalmente.Não é por isso não. E você está insistindo nessa afirmação sem apresentar nenhum número que a embase (ao menos agora reconhece que houve evolução durante o período de Anarquia).
Os números mostram que houve clara evolução, principalmente devido o país ter saído de uma situação muito mais baixa na qualidade das telecomunicações do que os outros países africanos. E agora estar em melhores condições do que muitos deles.
Dê uma lida nesse relatório: https://www.hoganlovells.com/~/medi..._2012_newsletter_-_somalia_telecoms.pdf?la=en
O fato de ainda serem pobres e carecerem de uma infraestrutura melhor, não tem absolutamente nada a ver com um "governo eficiente". Poupança leva tempo para ser acumulada. E o capitalismo depende de poupança. Só a longo prazo é possível acumular os recursos necessários para finalmente gerar riqueza.
Os anos de estatismo, socialismo e ditadura empobreceram completamente aquele pais e cobraram seu preço.
Sobre o tal "governo eficiente". A Somália já possui um governo instaurado pela ONU desde 2003.
Botswana não tem crescimento apenas por causa da riqueza de diamantes, e sim apesar dela. Devido a liberdade econômica.
E um país que exporta riquezas naturais não é necessariamente ruim, o que importa é o valor agregado. Chile, Nova Zelândia e Austrália são países que enriqueceram basicamente vendendo recursos primários: como Cobre, Ovelhas e Agricultura. E enriqueceram com isso pois a liberdade econômica permitiu com que agregassem valor e eficiência a esses produtos primários.
Como a Nova Zelândia e o Chile transformam vacas, ovelhas, uvas e cobre em automóveis de qualidade
Esta “mágica” só é possível, e funciona perfeitamente, quando há liberdade
Não existe nenhuma fábrica ou montadora de automóveis na Nova Zelândia. E nem no Chile.
Há muito tempo sua população deixou claro, por meio de suas preferências de consumo, que não queria que o país consumisse recursos escassos — mão-de-obra e matéria-prima — fabricando estes bens de consumo.
Sua população prefere que sua mão-de-obra e seus recursos escassos sejam destinados à produção daqueles bens e serviços em que eles realmente são bons e competentes.
Em termos técnicos, isso se chama divisão do trabalho (cada um se especializa naquilo em que é bom) e vantagem comparativa (faço aquilo em que sou melhor que os outros).
Mas agora vem o fato realmente curioso: mesmo sem ter nenhum fabricante de automóveis em seu território, há 774 carros para cada 1.000 habitantes na Nova Zelândia. Isso significa que sua população é a quarta mais motorizada do mundo (à frente, inclusive, da Itália e muito à frente da Alemanha e da Suíça).
Já no Chile, os números são mais modestos. Há 230 veículos por 1.000 habitantes, o que coloca o país na 65ª posição. Ainda assim, o país está tecnicamente empatado com o Brasil, que está na 62ª posição e possui nada menos que 10 montadoras.
Qual o segredo?
O milagre da transubstanciação
Basicamente, se quiserem ter carros, Nova Zelândia e Chile têm duas opções: ou eles montam fábricas voltadas exclusivamente à produção de automóveis ou eles simplesmente extraem do solo todos os carros que querem, já montados e prontos para uso.
Ambos os países, inteligentemente, optaram pela segunda alternativa.
Eis como um carro é fabricado na Nova Zelândia: primeiro, um pecuarista cria vacas e ovelhas, que são a matéria-prima da qual os carros são feitos. Após alguns meses, as vacas e as ovelhas crescem. Ato contínuo, ele extrai leite das vacas, corta sua carne e tosa o pêlo das ovelhas. O leite se transforma em vários derivados. A vaca se transforma em carne. O pêlo da ovelha se transforma em lã. Esses três produtos são embarcados em navios. Os navios vão para a Ásia, para as Américas e para a Europa. Após alguns meses, os navios reaparecem com Toyotas, Ford Rangers, Mitsubishis, Nissans e Mazdasdentro deles.
Eis como um carro é fabricado no Chile: primeiro, mineiros escavam minas de cobre e agricultores cultivam parreiras. Cobre e uva são as matérias-primas das quais os automóveis são feitos. Após algum tempo, as uvas crescem e o cobre é extraído do solo. O cobre e as uvas são embarcados em navios. Os navios vão para a Ásia, para a América do Norte e para a Europa. Após alguns meses, os navios voltam com Chevrolets, Mazdas, Fords, Kias, Toyotas, Nissans e Hyundais dentro deles.
Assim funciona a mágica produção de carros nestes dois países. Eles exportam produtos e, com o dinheiro dessa exportação, importam automóveis.
Eis a principal pauta de exportação da Nova Zelândia: laticínios, ovos, mel, carne, lã, madeira, frutas, nozes, bebidas e peixes.
Eis a principal pauta de exportações do Chile: cobre, uvas, peixes, polpa de madeira e fertilizantes.
Em troca desses bens simples, os neozelandeses e chilenos recebem carros, caminhões, máquinas, equipamentos, petróleo, aviões, eletroeletrônicos, têxteis, plásticos, produtos químicos, aços e borrachas.
Eu diria que é um ótimo negócio. E extremamente conveniente.
Tecnologia pura
O comércio internacional nada mais é do que uma forma de tecnologia mágica, que converte bens que você produz em bens que você não produz. Se você se especializa na produção de um bem, e adquire uma vantagem comparativa na produção deste bem, você conseguirá obter qualquer outro bem que deseja.
Essa é a mágica da especialização e da divisão do trabalho. Por poderem comprar carros (e praticamente quaisquer outros produtos) baratos do exterior, os chilenos e neozelandeses se concentram naquilo que sabem fazer melhor, e deixam para os outros a árdua tarefa de montar seus veículos. Eles já perceberam que é muito mais negócio simplesmente importar carros baratos do que direcionar recursos escassos para tentar fazê-los por conta própria, algo em que eles não são bons. Eles sabem que isso não seria inteligente. Eles entendem a lei das vantagens comparativas.
Em vez de sofrerem de delírios megalomaníacos, acreditando que devem tentar produzir de tudo, os chilenos e os neozelandeses simplesmente entenderam que há produtos que podem ser mais bem produzidos no exterior. Um destes são os automóveis.
O fato de que há países chamados Japão, Coreia e Estados Unidos, com pessoas e fábricas, é totalmente irrelevante para o bem-estar de neozelandeses e chilenos (e também de irlandeses, suíços e islandeses, cujos países também não possuem montadoras). Em termos práticos, tais locais podem ser vistos como gigantescas máquinas misteriosas que convertem laticínios, lãs, uvas e cobres em uma variedade de produtos que desejam.
Atrapalhando tudo
Agora, imagine que os governos destes dois países resolvessem "estimular a indústria nacional" tributando pesadamente os carros importados com o objetivo de criar uma "grande e forte" indústria automobilística local.
Quais seriam as consequências?
Em primeiro lugar, há o fato óbvio de que, se Chile e Nova Zelândia passarem a tributar pesadamente as importações de automóveis do Japão, da Coréia e dos EUA, estes países iriam retaliar e iriam também tributar pesadamente as importações de produtos chilenos e neozelandeses.
Consequentemente, não apenas toda a população estaria em pior situação (todos os produtos agora estariam bem mais caros), como ainda os próprios exportadores da Nova Zelândia e do Chile seriam prejudicados, pois agora seu mercado consumidor estaria reduzido.
Mas e se não houvesse retaliações? Ainda assim, as vítimas seriam as mesmas.
Para começar, a população da Nova Zelândia e do Chile agora estaria privada de obter carros baratos. Isso seria um ataque direto à sua mais essencial liberdade, que é a liberdade de escolha. Seus salários agora valeriam menos. As pessoas trabalhariam, mas não teriam o direito de usufruir seu salário em sua plenitude, pois o governo agora encareceu artificialmente a aquisição de um bem.
Mas tudo piora. E agora vem a parte principal. Construir indústrias automotivas e fabricar carros exigirá que vários recursos escassos sejam desviados para esses empreendimentos. Mais minério de ferro, mais aço, mais borracha, mais alumínio, mais plásticos, mais maquinários, mais eletricidade etc. serão demandados pelas montadoras. Consequentemente, haverá menos desses recursos disponíveis para o resto da economia, principalmente para os produtores exportadores. Mais aço, alumínio, borrachas, peças e maquinários demandados pela indústria automotiva significam menos desses itens disponíveis para os maquinários dos mineiros, as colheitadeiras dos agricultores, os barcos dos pescadores, e os tratores e caminhões dos madeireiros.
Os preços de todos os recursos subirão, inclusive a eletricidade. Consequentemente, os custos de produção também subirão. Ato contínuo, os próprios exportadores terão de subir seus preços, o que poderá afetar suas vendas. Com menos vendas ao exterior, a própria capacidade de importação do país diminui, o que pode afetar diretamente o padrão de vida de toda a população.
E tudo isso será ainda mais acentuado pelo fato de que, por não terem expertise nessa área e por operarem sob uma reserva de mercado, as indústrias automotivas destes países não terão motivos para serem eficientes. Isso elevará ainda mais o desperdício de recursos escassos, intensificando a alta de custos e dificultando ainda mais a vida dos outros produtores e exportadores.
Qual foi o ganho líquido para a população deste país? Exato, nenhum.
Qualquer política governamental criada para favorecer um setor é uma política que irá inevitavelmente prejudicar vários outros setores. No mercado, nenhuma distorção criada artificialmente passa impune.
No exemplo acima, uma tributação sobre (ou mesmo a proibição de) carros importados representou uma tributação sobre (ou mesmo a proibição de) vários outros produtos exportados. Se o governo decide proteger um setor, inevitavelmente ele prejudicará outro setor.
Conclusão
Decidir se um país deve ou não produzir carros por conta própria — ou qualquer outro produto — é algo que tem de ser determinado exclusivamente pelo sistema de preços livres. Este é o único sistema que pode determinar se um empreendimento é sensato ou não.
Havendo um sistema de preços livres, ele irá selecionar uma alocação de recursos que minimize os custos totais de produção.
Em alguns países — como Nova Zelândia, Irlanda, Suíça, Islândia e Chile —, não é racional direcionar recursos escassos para a produção de automóveis. É mais sensato trazê-los de fora. Em outros países, como EUA, Canadá e Alemanha, produzir dentro e também importar é o arranjo mais sensato, pois a demanda é grande.
Já quando um governo decide dificultar as importações para favorecer uma indústria já estabelecida — como ocorre com a indústria automotiva no Brasil —, ele não apenas transfere renda de toda a população para esta indústria (vide que os preços dos carros no Brasil nunca caem, mesmo em meio a uma brutal recessão e a uma acentuada queda na demanda), como ainda aumenta o custo do cidadão comum adquirir este produto. Toda essa perda de eficiência ocorre sem que haja nenhum ganho.
Como consequência, todo o país está mais pobre, e muito aquém do seu padrão de vida potencial.
Quer ter um padrão de vida alto, com acesso pleno e barato aos melhores produtos do mundo? Defenda o livre comércio.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2617
Não acho que o mercado seja este mecanismo sacrossanto não, inclusive os novos estudos de economia comportamental apontam exatamente nesta direção, a mão invisível do mesmo não beneficia a todos sempre como diria Adam Smith, nem sempre as decisões são racionais da maneira que achamos que seja, o homem econômico é uma idealização, inclusive os economistas comportamentais vieram com a sugestão dos nudges, que seriam pequenos empurrões via estado para a tomada de melhor decisão para o sujeito e indivíduo, claro que sem afetar a sua liberdade de escolha particular diretamente, um paternalismo libertário digamos assim, um meio termo entre o liberalismo e o total controle das nossas vidas por um estado.
''O conceito de nudge é elaborado pelos autores dentro de um “paternalismo libertário”, considerado como ponto intermediário entre o total liberalismo (entendido como nenhuma intervenção do Estado na vida privada das pessoas) e o paternalismo coercitivo (entendido como o Estado tomando todas as decisões em nome das pessoas). Nesse conceito, é desejável manter a possibilidade de escolha, mas seria também desejável que o Estado incentivasse as escolhas consideradas socialmente corretas ou saudáveis. Em outras palavras, Thaler e Sunstein acreditam que o Estado pode e deve induzir o cidadão a optar pelo que se afigura como a melhor decisão, sem, todavia, obrigá-lo a isso. É preciso, defendem eles, sempre deixar uma porta de saída, para que situações particulares possam receber soluções particulares. Evidentemente, essa discussão é complexa e transcende os objetivos deste texto.
“Previsivelmente irracional: como as situações do dia-a-dia influenciam as nossas decisões” (14), de Dan Ariely, é outra publicação de impacto na divulgação da economia comportamental e mostra, a partir da apresentação de uma série de experimentos, o quanto a nossa “irracionalidade” nas decisões é previsível. A previsibilidade se relaciona com o fato de que certos erros de decisão que cometemos são sistemáticos, e não aleatórios. Ou seja: cometemos frequentemente os mesmos “erros”. Ariely argumenta que, sabendo como os repetimos vez após vez, poderemos começar a perceber como evitá-los.''
https://scielosp.org/article/rpsp/2019.v43/e18/