Bom, só pra galera anti liberação da maconha pegar o bonde:
Já temos discussões sobre maconha há anos.
Então, a citação ao álcool é normal, é uma forma de falácia do espantalho. Estamos falando mal da maconha, então vamos colocar um espantalho (álcool faz muito mais mal e é liberado) e, olha, passamos a ter um ponto de superioridade moral:
"Se você é a favor do álcool, você é hipócrita".
Deixa-se de estar na defensiva "Maconha faz bem, li no CDC" para o ataque "Você é hipócrita por liberar o álcool".
Como disseram antes que eu era hipócrita por defender o álcool (eu? Defender álcool? Perceba que tiraram do nada essa ideia) e quando eu disse que por mim eu assinaria qualquer lista para também proibir o álcool, nem responderam o que eu disse.
O debate não é debate. É defesa da droga favorita.
Mas vamos lá, voltando ao assunto, eu posso ser contra uma droga ser liberada (o álcool) mas já não poder fazer muito contra ela e também ser contra mais outra droga ser liberada. Não tem hipocrisia ou incoerência.
Já sobre a maconha ser amplamente usada, neguinho diz "Muitos já usam" como se isso justificasse liberar. A falacia das multidões cabe bem aqui. Se muita gente já usa, logo não adianta ser contra, tem que liberar para mais gente ainda.
Maconha é proibida. E assim, menos gente tem acesso a ela. Melhor só maconheiro ter acesso dificultado que criança e adolescente e quem não quer comprar se fonte pouco confiável tenha acesso.
Se vender na padaria, mais gente vai ter acesso que quando se vende na boca. Isso é lógica.
"Ah. Mas basta colocar lei que não pode vender pra criança e adolescente".
Hoje tem lei que não pode vender em lugar nenhum e todo mundo compra ilegal. Dizer que cão criar lei pra não vender na padaria é zoeira, vai tirar quase todo seu argumento de liberar.
Mas eu citei lá atrás, acidentes na indústria e no trânsito xontecem aos montes. Até 8% dos acidentes de trânsito nas autoestradas alemãs oi 13% dos que dão entrada no setor se traumatismo de um hospital paulista estavam relacionados à maconha.
E, no caso do Brasil, não sabemos se são mais (um motorista que atropela e foge, sob efeito do álcool jamais será computado, um motorista que atropela e foge sob efeito da maconha, idem), mas pra uma droga proibida, já são muitos. Liberando a tendência é aumentar.
"Ah, mas na Holanda".
Cara, estamos falando da América, do Brasil e dos EUA, a cultura de nosso continente não é a da Europa.
Você vai ter mais motorista, vai ter mais motociclista, vai ter mais operador de equipamentos, mais eletricista, diabos, vai ter mais médicos, agindo aob efeito de drogas do que já temos. A gente deveria diminuir, não aumentar.
Por fim, meu pai morreu de câncer da garganta. Cigarro.
E era alcoólatra. Alcool.
A ideia de vocês é que facilitando o acesso de mais drogas isso vai ser bom para vocês. Ótimo. Mas admitir isso soa egoísmo. Então, "lutamos porque nós importamos com os inocentes mortos pela guerra ao tráfico". Porra, se todo usuário de drogas ilícitas quer ajudar, pare de usar drogas ilícitas.
Aí, sim, acabaria o tráfico.
Como políticos, querem defender seu lado, mas colocam uma causa nobre atrás.
E defendem ad nauseum isso, para que até quem não usa, de tanto ouvir, achar que faz sentido. Não faz.
E, voltando, se eu tivesse poder de voltar no tempo e proibir meu pai de fumar e ele estar vivo, eu faria isso. Se eu pudesse voltar no tempo e impedir meu pai de beber, eu faria isso.
Vocês estão numa época que não podem impedir o álcool ou o cigarro. Mas podem impedir (ou só deixar de apoiar) a maconha.
Mas não "Temos que liberar, porque só álcool e só cigarro não são suficientes, tem que ter mais outra droga liberada".
Bom, se querem defender mais uma droga, defendam, mas sejam honestos. Não fiquem fingindo ou atacando quem é contra.