A DC inventou os super heróis como conhecemos hoje a partir de Superman e Batman. E isso fez muito sucesso até os anos 60 (o início com Superman, Batman, Shazam e outros vendendo milhões é chamada de era de ouro dos quadrinhos).
Depois da perseguição aos quadrinhos promovida por um psicologo chamado Fredric Wertham as Hqs de super heróis foram censuradas e suas histórias ficaram ainda mais infantis do que já eram antes. Obviamente ainda eram um sucesso e Martin Goodman, dono do que seria a editora Marvel lá nos anos 60, pediu pra Stan Lee criar um grupo de super heróis parecido com a Liga da Justiça. Lee já desanimado com o mercado, ele queria escrever livros, resolveu fazer diferente do que já se conhecia e acabou junto-se a Jack Kirby e outros criadores, como Steve Ditko, para lançar o que podemos chamar de Super Herói 2.0: personagens super poderosos com traços e falhas humanas. Aqueles seres infalíveis davam espaço para personagens cheios de trejeitos e defeitos com os quais os leitores podiam se idenficar.
Nessa onda vieram Quarteto Fantástico, Hulk, Thor, Vingadores, Doutor Estranho, Demolidor, Homem de Ferro e os dois maiores expoentes dessa fórmula: HOmem Aranha e X-men. Foi um sucesso e os super heróis jamais foram vistos da mesma forma. É o início da era de Prata dos heróis. A DC sequer entendia o que estava acontecendo e tentava contra atacar a Marvel das maneiras mais estapafúrdias possíveis sem perceber que o mundo dos super heróis havia amadurecido. E assim foi até nos anos 70 quando a DC começar a copiar a Marvel na humanização dos seus persoangens. Todavia, a partir do novo tipo de super herói que a Marvel lançou, a DC sempre correu atrás e raramente conseguiu estar na vanguarda do gênero novamente.
Outro ponto imporante da Marvel era ter uma cronologia consistente por algumas décadas com histórias interligadas e que se influenciavam. Hoje a tal cronologia é vista por muitos como algo ruim para novos leitores, mas se tornou não só uma marca registrada da Marvel como também uma das suas maiores forças em suas décadas iniciais. Todo mundo queria acompanhar o que acontecia em todas as revistas. Parece familiar?
E então vamos para fora dos quadrinhos. Ainda que a DC tenha estabelecido uma vantagem por décadas com suas adaptações de super heróis no cinema, teatro, rádio e tv, ela foi superada JUSTAMENTE quando a Marvel levou para as telas alguns dos seus conceitos mais fortes: super heróis humanos e cronologia consistente de um universo interligado. A maneira como personagens como Doutor Estranho, Homem Aranha, Pantera Negra, Homem de Ferro ou Hulk eram escritos nos anos 60 era tão vanguardista que o principal de suas histórias foi facilmente adaptado para os cinemas (e agora TV). São persongens que carregam uma fórmula do melhor do gênero e capaz de gerar fácil identificação com o público. Novamente a DC foi superada no terreno onde dominava e como você deve perceber, está longe de retomar a dianteira tanto nas Hqs como no cinema. Guarda ainda a vantagem na TV com exclentes animações.
Logo, toda essa história de fãs considerarem a Marvel melhor vem desse histórico da editora que redefiniu o gênero, superando sua concorrente em diferentes campos de batalha ao longo das décadas (sucesso e vendas). Não por acaso o personagem mais amado da DC é o Batman, justamente aquele que é o super herói mais humano da editora. Mais do que gostar de super heróis as pessoas gostam de ver suas falhas e fraquezas espelhadas nesses mitos da mitologia moderna, para assim sonhar que também podem romper com suas limitações e superar obstáculos que aparentemente estão muito acima de sua capacidade.