City Hunter
Mil pontos, LOL!
- Mensagens
- 3.876
- Reações
- 8.629
- Pontos
- 1.209
Negada,
Tive minhas férias em janeiro (mês passado). Por motivos inúmeros resolvi gastar pouquinho nas férias desse ano (2016 queimei uma graninha brava indo a Portugal) então pensei: e se eu fizesse um destino nacional baratinho? E se eu fizesse um combo de 3 países? Comer chorizo argentino, budín de pán, cavucar uma gibiteria com quadrinhos em Espanhol...e ainda por cima vendo no lado brasileiro as maiores obras da natureza (Cataratas do Iguaçú) e do homem (Hidrelétrica de Itaipú) #profit!
Mas hoje, depois de feita a viagem, concluí que se arrependimento matasse...
Farei meu relato aqui da viagem, e reforço: NÃO VÁ A FOZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Começando do começo (decidindo destino de viagem e planejamento)
Em maio de 2017, decidido a e-co-no-mi-zar mas fazer um passeio turístico durante minhas férias anuais, resolvi olhar o site Trip Advisor em busca de opções nacionais. Bati o olho em Foz do Iguaçú, e fui vendo aquele monte de atrações, de passeios..."é, parece uma cidade com MUITA COISA para se ver e fazer!".
Eu sou daquele tipo de turista que monta roteiro com folga, programo meus dias para não ter correria, exatamente para curtir o lugar. Curto bater perna do amanhecer ao anoitecer e me entupir de comer doces. Foz parecia caber no meu perfil.
Todo blogueiro de turismo fala super bem de Foz, que é fácil andar de ônibus...
Fui olhar no site da Tam o preço de passagens e, olha, puxa vida! Tem passagens de Vitória a Foz do Iguaçú por 800 reais! Uma pe-chin-cha para visitar uma cidade cosmopolita, na fronteira com outros 2 países! Sendo que um deles é a Argentina! Destino turístico, deve ter tudo arrumadinho: trens com ar condicionado, videogames baratos, lugares mil para me entupir de comidas estranhas e doces maravilhosos...#passagemcomprada!
Um dos meus melhores amigos tinha férias na mesma época, e se interessou pelo destino. Compramos passagens para 8 dias. Os reviews de Trip Advisor indicavam inúmeros passeios, cada um mais foda que o outro! Macuco Safari, um passeio com direito a barco passando debaixo de cachoeira? Uh-hu, è noiz! Parque das Aves? Mataremos numa manhã inteira! Ruínas de San Ignácio devem ser...uau! Já me falaram que Assunción no Paraguai é encantadora...!
E o Nintendo Switch lançou há 2 meses? Pre-ci-so comprar um! Lógico que vou atravessar a ponte da Amizade e muambar o meu!
Depois de compradas as passagens para Foz decidimos dar um pulo em outra(s) cidade(s). Afinal, se estamos na fronteira de 3 países, podemos muito bem visitar diversos lugares, né? Na Europa é assim...
Primeiro destino em mente: Buenos Aires! Mas custava uns 600-700 reais, e demandava sair de Foz a São Paulo (!) para aí sim chegarmos na capital portenha. Não ia pagar quase o mesmo valor da passagem Vitória a Foz e dar essa volta toda. Fui pesquisando, perguntando a um amigo argentino, e eu ia descobrindo que não tinha nada por perto. Foz fica isolada de tudo, apesar de perto de tudo. Risos...fechamos de visitar Curitiba por 3 dias. Eu não conhecia a capital do Paraná e nunca é bom esgotar todas as possibilidades de uma cidade, né? É interessante ter motivos para voltar lá, né?
E assim ficou o roteiro:
Hospedar no lado argentino da fronteira era MUITO mais em conta...o período de 4 dias na Argentina ficava de 180 a 300 reais mais barato que qualquer hotel no lado Brasileiro.
Para otimizar o passeio, pousaríamos em Foz lá pelas 11 da manhã e seguiríamos prum passeio na Hidrelétrica de Itaipú às 15:00. Idéia inicial era pegar um ônibus do aeroporto direto pro parque e deixar as malas nos armários da usina.
O começo dos equívocos
Compramos pela internet um passeio de dia inteiro para Minas de Wanda + Ruínas de San Ignácio via operadora de turismo na Argentina. Saía mais em conta. Ficou combinado da empresa nos buscar no aeroporto e ali nos entregarem os vouchers do passeio.
Chegamos no aeroporto, e quem disse que o receptivo apareceu? Levamos um bolo.
Temos tempo de sobra, e não vamos mofar na Hidrelétrica até dar 15:00: vamos pro hotel.
Num balcão do aeroporto pedimos um transfer pro lado argentino...davam 140 reais. Não ia rolar.
Conversamos com um taxista e ele estabeleceu 100 reais. Caro! Bora pegar um ônibus. Precisaríamos pegar um ônibus até um shopping perto e de lá seguirmos pro terminal pegar outro prá Argentina.
O ônibus demorou-demorou-demorou-demoroooooooooou até que apareceram 2 seguidos. O nosso era o primeiro, e ele era dirigido por um senhor que era a cara do Mr Moleman dos simpsons.
Ônibus vazio, subiram uns 6-7 passageiros, mas o motorista incomodado de não ter espaço pro outro ônibus passar. Meu amigo subiu no carro e o motorista decidiu fechar a porta argumentando que "ia só dar uma volta" para liberar passagem. E ele foi...e não voltou! Fiquei para trás com mais uns 10 passageiros! Lembro de comentar com um argentino ao meu lado: "Agora entendo porque vocês argentinos acham que nós brasileiros somos um povo de m****!". Que tipo de serviço é esse, prestado NA BOCA DO AEROPORTO?
Meu amigo desceu no tal shopping e eu esperei um novo ônibus passar. Que demorou-demorou-demoroooooooooou...isso tudo num CALOR! Foz é abafada, sem vento. O suor BROTA dos poros dos braços e fica ali formando uma camada úmida no corpo. Não escorre, não adianta enxugar. Ali mesmo já me arrependi do pão-durismo de não ter ido prá Europa.
Entramos no shopping, trocamos reais por pesos argentinos (pois nos hospedaríamos do outro lado da fronteira). Meu amigo trocou uns 500 de uma vez! Eu, mais ressabiado, troquei só 200. Abrimos o 99 taxi no celular (a essa altura já eram 13:00) e pedimos uma corrida até nosso hotel: dariam 33 reais (uns 7 km). Sentei no banco do carona e disparei pro motorista: "que bom que pedimos seu carro pelo 99! Nós não íamos pagar 100 reais de táxi até a argentina como queriam cobrar saindo do aeroporto". Motorista responde que "prá argentina não tem como fazer o preço apontado no app. Sai por 100 reais mesmo" Ah, é? Então faz o seguinte: larga a gente na boca da fronteira e de lá a gente pega um ônibus. Milagrosamente o passeio passou a valer só 50...
Atravessada a guarita da Polícia Federal Brasileira vimos uma fila INTERMINÁVEL. Uma coisa de louco! Carro prá cacete querendo entrar no lado argentino. Segundo o motorista era normal ter isso todos os dias. "vai dar m**** ficar na Argentina e fazer esse bate e volta todo dia", pensei. "Andrews, cancela tudo na Argentina, a gente divide as multas, mas vamos dar meia volta e hospedar em QUALQUER canto brasileiro". Nisso meu amigo entrou em modo frenético no celular para pegar hotel novo e dei ordem pro taxista seguir "prás cataratas". Ligou o taxímetro e fomos!
Da fronteira Argentina até a porta do parque das cataratas deram 84 reais. Caro prá burro! Quando estávamos terminando a corrida meu amigo sai do transe do celular: "uai, mas você esqueceu que temos ingressos comprados prá Hidrelétrica?". Taxista riu: o destino ficava do outro lado da cidade. Resultado: só no primeiro dia foram 134 reais de IDA de táxi, mais 66 reais de volta.
Nessa volta que demos pela cidade deu para perceber: não tem NADA a se ver nesse canto do país. A cidade é composta basicamente por uma avenida/rodovia que liga Itaipú às cataratas. Nesse miolo tem mato, uns botecos de beira de estrada, hotéis de luxo...mas não dá para fazer muita coisa à pé. Ou seja: estamos reféns de ônibus ou táxi. Uber não existe aqui.
E os parques?
A Hidrelétrica tem boa estrutura para receber turistas. Guias trilíngues, armários para guardar malas dos viajantes, ônibus de 2 andares circulando a toda hora...e a obra impressiona pelo gigantismo! Restaurante lá dentro é decepcionante! A dona deve assistir Hell's Kitchen com Gordon Ramsey e achar bonito: ela grita o tempo todo com a cozinheira para liberar os pedidos dos clientes. Foram uns 40 minutos esperando um prato de comida.
Ah, na lojinha de souvenires tem máquina com moedas comemorativas! Comprei todas as que vi na Europa...aqui nem todas são bonitas, então vou levar uma que escolhi. Mas epa: a máquina não te dá liberdade de escolha. Você paga 7 reais para levar uma moeda aleatória.
É dose pensar que você está ao lado da argentina (que produz doce de leite colonial, escuro, delicioso) e a lojeca de turismo em Itaipú vende...melaço de cana.
Projeto museográfico de Itaipú é fraco...! Tem uma parede com adesivo da marca da usina para tirar foto em frente, como num evento de celebridades. Não tem um museu iconográfico, com fotografias explicando o passo a passo da construção. Só uma saleta de fotos aleatórias de índios e natureza.
Dia seguinte fomos às Cataratas. Valor da entrada é baratinho (uns 60-80 reais). Sorte termos comprado pela internet: a fila prá comprar parece as últimas fases daquele jogo da cobrinha de celulares antigos. Compramos na hora o passeio do Macuco Safari: 220 contos. 900 metros de trilha na mata, mais carrinho elétrico e 2 banhos ligeiros de cachoeira num barco. OVERRATED é pouco pra definir. Com esses 220 (50 euros) passei 4 horas dentro do Museu de São Roque desenhando com uma guia lisboeta.
Tudo em Foz é assim: o passeio baunilha custa baratinho. Quer um passeio um tiquinho maior? 200, 220, 270...
A cidade é tão sem opção que inventamos de ir ao parque aquático no domingo, só para queimar tempo!
Mas e aquele monte de passeios que vimos oferecidos no Trip Advisor? Ah, eles fazem parte de um dos 2-3 parque de Foz. Não são passeios oferecidos ao longo da cidade. Você paga o ingresso de um dos parques e lá dentro decide se faz ou não os extras.
E os outros países? Como são?
As tais Minas de Wanda e Ruínas de San Ignácio? Uma roubada! As minas são minúsculas (demos um giro de 30 minutos nums túneis com o guia INVENTANDO ASSUNTO - "essa pedra é a ametista, ela simboliza o amor e a luxúria...hei, ali temos um pé de mandioca! Vocês no Brasil conhecem, né?") e San Ignácio é legal mas nada UAU.
Atravessamos ponte da Amizade pro Paraguai. AQUILO É DE DAR MEDO! É horroroso! 25 de março em São Paulo é bonitinha em comparação! Você desce do ônibus e os paraguaios vêm em grupos de 4 para te entregar panfletos, querendo te arrastar sei lá prá onde. Não vou confiar minha vida a 4 desconhecidos! Os camelôs instalam paredões de qunquilharias em paralelo às paredes dos prédios, formando CORREDORES/CASINHAS de muambas. Me senti em Hong Kong de filme como Ghost in The Shell. O chão é sujo, preguento...!
Chegamos na porta do Shopping Paris, tinham 4 moleques de 11-13 anos querendo panfletar. De longe agradecemos. Sabe o que ouvimos? "ÉL PAÍS ÉS NOSTRO. HACEMOS LO QUE QUISERMOS!". Beleza, paraguaios: o país é de vocês, mas o dinheiro é meu. E vocês não verão a cor dele. Só rodamos o shopping (tudo MUITO mais caro que Portugal ou Miami) e em 40 minutos estávamos correndo pela ponte da amizade para fugir daquele troço!
No mesmo dia fomos pro lado argentino. Pela segunda vez na vida senti orgulho pelos hermanos: o ônibus é PARADO, todo mundo DESCE, apresenta-se PASSAPORTE e suas mochilas são ESCANEADAS. E o ônibus fica ali esperando todo mundo voltar. Ê país lindo!
Puerto Iguazú parece cidade de praia brasileira. Não sei descrever, mas é aquele ar bucólico, aquela pinta de cidade parada. Tem vários quarteirões de restaurantes colados um do lado do outro. Mas a cidade em si não vale a pena.
Veredito final?
Arrependimento! Pode chamar de coxinha, de sem noção, de apátrida, mas cara...turismo no Brasil não vale a pena!
Os ônibus em Foz passam de hora em hora LOTADOS. Como a cidade é um retão TODO turista o pega pro aeroporto. Os corredores vem cheios de malas e os trocadores só fazem socar passageiro prá dentro. Você pede 'com licença/con permisso/excuse me' para descer no ponto e tem gente se fazendo de surda/estrangeira e olhando pro teto sem te dar passagem.
Muamba no Paraguai? Passou-se o tempo. Miami é logo ali, Lisboa também. E eu não ia arriscar atravessar 8 fucking quarteirões até a lendária Atacado dos Games não! No shopping Paris vi ps4 drake's edition por 350 DÓLARES. Jogo de ps3 (de 10 anos atrás!) por 18 dólares (vi jogo por 5-15 euros em Portugal). CK One por 40 (custa 32 normalmente). Chocolate Lindt por 4 dólares (custa uns 16 no supermercado ao lado de casa).
Quer ver os parque? Vá: 2 dias são suficientes para ver TUDO.
Ah: O comércio de rua em Foz fecha às 14:00. Pura e simplesmente. e QUANTA PLACA de aluga-se! Quanto comércio abandonado! Assustador!
Tive minhas férias em janeiro (mês passado). Por motivos inúmeros resolvi gastar pouquinho nas férias desse ano (2016 queimei uma graninha brava indo a Portugal) então pensei: e se eu fizesse um destino nacional baratinho? E se eu fizesse um combo de 3 países? Comer chorizo argentino, budín de pán, cavucar uma gibiteria com quadrinhos em Espanhol...e ainda por cima vendo no lado brasileiro as maiores obras da natureza (Cataratas do Iguaçú) e do homem (Hidrelétrica de Itaipú) #profit!
Mas hoje, depois de feita a viagem, concluí que se arrependimento matasse...
Farei meu relato aqui da viagem, e reforço: NÃO VÁ A FOZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Começando do começo (decidindo destino de viagem e planejamento)
Em maio de 2017, decidido a e-co-no-mi-zar mas fazer um passeio turístico durante minhas férias anuais, resolvi olhar o site Trip Advisor em busca de opções nacionais. Bati o olho em Foz do Iguaçú, e fui vendo aquele monte de atrações, de passeios..."é, parece uma cidade com MUITA COISA para se ver e fazer!".
Eu sou daquele tipo de turista que monta roteiro com folga, programo meus dias para não ter correria, exatamente para curtir o lugar. Curto bater perna do amanhecer ao anoitecer e me entupir de comer doces. Foz parecia caber no meu perfil.
Todo blogueiro de turismo fala super bem de Foz, que é fácil andar de ônibus...
Fui olhar no site da Tam o preço de passagens e, olha, puxa vida! Tem passagens de Vitória a Foz do Iguaçú por 800 reais! Uma pe-chin-cha para visitar uma cidade cosmopolita, na fronteira com outros 2 países! Sendo que um deles é a Argentina! Destino turístico, deve ter tudo arrumadinho: trens com ar condicionado, videogames baratos, lugares mil para me entupir de comidas estranhas e doces maravilhosos...#passagemcomprada!
Um dos meus melhores amigos tinha férias na mesma época, e se interessou pelo destino. Compramos passagens para 8 dias. Os reviews de Trip Advisor indicavam inúmeros passeios, cada um mais foda que o outro! Macuco Safari, um passeio com direito a barco passando debaixo de cachoeira? Uh-hu, è noiz! Parque das Aves? Mataremos numa manhã inteira! Ruínas de San Ignácio devem ser...uau! Já me falaram que Assunción no Paraguai é encantadora...!
E o Nintendo Switch lançou há 2 meses? Pre-ci-so comprar um! Lógico que vou atravessar a ponte da Amizade e muambar o meu!
Depois de compradas as passagens para Foz decidimos dar um pulo em outra(s) cidade(s). Afinal, se estamos na fronteira de 3 países, podemos muito bem visitar diversos lugares, né? Na Europa é assim...
Primeiro destino em mente: Buenos Aires! Mas custava uns 600-700 reais, e demandava sair de Foz a São Paulo (!) para aí sim chegarmos na capital portenha. Não ia pagar quase o mesmo valor da passagem Vitória a Foz e dar essa volta toda. Fui pesquisando, perguntando a um amigo argentino, e eu ia descobrindo que não tinha nada por perto. Foz fica isolada de tudo, apesar de perto de tudo. Risos...fechamos de visitar Curitiba por 3 dias. Eu não conhecia a capital do Paraná e nunca é bom esgotar todas as possibilidades de uma cidade, né? É interessante ter motivos para voltar lá, né?
E assim ficou o roteiro:
-4 pernoites em Puerto Iguazú (lado argentino)
-3 pernoites em Curitiba
-1 pernoite em Foz do Iguaçú (lado brasileiro, perto do aeroporto)
-3 pernoites em Curitiba
-1 pernoite em Foz do Iguaçú (lado brasileiro, perto do aeroporto)
Hospedar no lado argentino da fronteira era MUITO mais em conta...o período de 4 dias na Argentina ficava de 180 a 300 reais mais barato que qualquer hotel no lado Brasileiro.
Para otimizar o passeio, pousaríamos em Foz lá pelas 11 da manhã e seguiríamos prum passeio na Hidrelétrica de Itaipú às 15:00. Idéia inicial era pegar um ônibus do aeroporto direto pro parque e deixar as malas nos armários da usina.
O começo dos equívocos
Compramos pela internet um passeio de dia inteiro para Minas de Wanda + Ruínas de San Ignácio via operadora de turismo na Argentina. Saía mais em conta. Ficou combinado da empresa nos buscar no aeroporto e ali nos entregarem os vouchers do passeio.
Chegamos no aeroporto, e quem disse que o receptivo apareceu? Levamos um bolo.
Temos tempo de sobra, e não vamos mofar na Hidrelétrica até dar 15:00: vamos pro hotel.
Num balcão do aeroporto pedimos um transfer pro lado argentino...davam 140 reais. Não ia rolar.
Conversamos com um taxista e ele estabeleceu 100 reais. Caro! Bora pegar um ônibus. Precisaríamos pegar um ônibus até um shopping perto e de lá seguirmos pro terminal pegar outro prá Argentina.
O ônibus demorou-demorou-demorou-demoroooooooooou até que apareceram 2 seguidos. O nosso era o primeiro, e ele era dirigido por um senhor que era a cara do Mr Moleman dos simpsons.
Ônibus vazio, subiram uns 6-7 passageiros, mas o motorista incomodado de não ter espaço pro outro ônibus passar. Meu amigo subiu no carro e o motorista decidiu fechar a porta argumentando que "ia só dar uma volta" para liberar passagem. E ele foi...e não voltou! Fiquei para trás com mais uns 10 passageiros! Lembro de comentar com um argentino ao meu lado: "Agora entendo porque vocês argentinos acham que nós brasileiros somos um povo de m****!". Que tipo de serviço é esse, prestado NA BOCA DO AEROPORTO?
Meu amigo desceu no tal shopping e eu esperei um novo ônibus passar. Que demorou-demorou-demoroooooooooou...isso tudo num CALOR! Foz é abafada, sem vento. O suor BROTA dos poros dos braços e fica ali formando uma camada úmida no corpo. Não escorre, não adianta enxugar. Ali mesmo já me arrependi do pão-durismo de não ter ido prá Europa.
Entramos no shopping, trocamos reais por pesos argentinos (pois nos hospedaríamos do outro lado da fronteira). Meu amigo trocou uns 500 de uma vez! Eu, mais ressabiado, troquei só 200. Abrimos o 99 taxi no celular (a essa altura já eram 13:00) e pedimos uma corrida até nosso hotel: dariam 33 reais (uns 7 km). Sentei no banco do carona e disparei pro motorista: "que bom que pedimos seu carro pelo 99! Nós não íamos pagar 100 reais de táxi até a argentina como queriam cobrar saindo do aeroporto". Motorista responde que "prá argentina não tem como fazer o preço apontado no app. Sai por 100 reais mesmo" Ah, é? Então faz o seguinte: larga a gente na boca da fronteira e de lá a gente pega um ônibus. Milagrosamente o passeio passou a valer só 50...
Atravessada a guarita da Polícia Federal Brasileira vimos uma fila INTERMINÁVEL. Uma coisa de louco! Carro prá cacete querendo entrar no lado argentino. Segundo o motorista era normal ter isso todos os dias. "vai dar m**** ficar na Argentina e fazer esse bate e volta todo dia", pensei. "Andrews, cancela tudo na Argentina, a gente divide as multas, mas vamos dar meia volta e hospedar em QUALQUER canto brasileiro". Nisso meu amigo entrou em modo frenético no celular para pegar hotel novo e dei ordem pro taxista seguir "prás cataratas". Ligou o taxímetro e fomos!
Da fronteira Argentina até a porta do parque das cataratas deram 84 reais. Caro prá burro! Quando estávamos terminando a corrida meu amigo sai do transe do celular: "uai, mas você esqueceu que temos ingressos comprados prá Hidrelétrica?". Taxista riu: o destino ficava do outro lado da cidade. Resultado: só no primeiro dia foram 134 reais de IDA de táxi, mais 66 reais de volta.
Nessa volta que demos pela cidade deu para perceber: não tem NADA a se ver nesse canto do país. A cidade é composta basicamente por uma avenida/rodovia que liga Itaipú às cataratas. Nesse miolo tem mato, uns botecos de beira de estrada, hotéis de luxo...mas não dá para fazer muita coisa à pé. Ou seja: estamos reféns de ônibus ou táxi. Uber não existe aqui.
E os parques?
A Hidrelétrica tem boa estrutura para receber turistas. Guias trilíngues, armários para guardar malas dos viajantes, ônibus de 2 andares circulando a toda hora...e a obra impressiona pelo gigantismo! Restaurante lá dentro é decepcionante! A dona deve assistir Hell's Kitchen com Gordon Ramsey e achar bonito: ela grita o tempo todo com a cozinheira para liberar os pedidos dos clientes. Foram uns 40 minutos esperando um prato de comida.
Ah, na lojinha de souvenires tem máquina com moedas comemorativas! Comprei todas as que vi na Europa...aqui nem todas são bonitas, então vou levar uma que escolhi. Mas epa: a máquina não te dá liberdade de escolha. Você paga 7 reais para levar uma moeda aleatória.
É dose pensar que você está ao lado da argentina (que produz doce de leite colonial, escuro, delicioso) e a lojeca de turismo em Itaipú vende...melaço de cana.
Projeto museográfico de Itaipú é fraco...! Tem uma parede com adesivo da marca da usina para tirar foto em frente, como num evento de celebridades. Não tem um museu iconográfico, com fotografias explicando o passo a passo da construção. Só uma saleta de fotos aleatórias de índios e natureza.
Dia seguinte fomos às Cataratas. Valor da entrada é baratinho (uns 60-80 reais). Sorte termos comprado pela internet: a fila prá comprar parece as últimas fases daquele jogo da cobrinha de celulares antigos. Compramos na hora o passeio do Macuco Safari: 220 contos. 900 metros de trilha na mata, mais carrinho elétrico e 2 banhos ligeiros de cachoeira num barco. OVERRATED é pouco pra definir. Com esses 220 (50 euros) passei 4 horas dentro do Museu de São Roque desenhando com uma guia lisboeta.
Tudo em Foz é assim: o passeio baunilha custa baratinho. Quer um passeio um tiquinho maior? 200, 220, 270...
A cidade é tão sem opção que inventamos de ir ao parque aquático no domingo, só para queimar tempo!
Mas e aquele monte de passeios que vimos oferecidos no Trip Advisor? Ah, eles fazem parte de um dos 2-3 parque de Foz. Não são passeios oferecidos ao longo da cidade. Você paga o ingresso de um dos parques e lá dentro decide se faz ou não os extras.
E os outros países? Como são?
As tais Minas de Wanda e Ruínas de San Ignácio? Uma roubada! As minas são minúsculas (demos um giro de 30 minutos nums túneis com o guia INVENTANDO ASSUNTO - "essa pedra é a ametista, ela simboliza o amor e a luxúria...hei, ali temos um pé de mandioca! Vocês no Brasil conhecem, né?") e San Ignácio é legal mas nada UAU.
Atravessamos ponte da Amizade pro Paraguai. AQUILO É DE DAR MEDO! É horroroso! 25 de março em São Paulo é bonitinha em comparação! Você desce do ônibus e os paraguaios vêm em grupos de 4 para te entregar panfletos, querendo te arrastar sei lá prá onde. Não vou confiar minha vida a 4 desconhecidos! Os camelôs instalam paredões de qunquilharias em paralelo às paredes dos prédios, formando CORREDORES/CASINHAS de muambas. Me senti em Hong Kong de filme como Ghost in The Shell. O chão é sujo, preguento...!
Chegamos na porta do Shopping Paris, tinham 4 moleques de 11-13 anos querendo panfletar. De longe agradecemos. Sabe o que ouvimos? "ÉL PAÍS ÉS NOSTRO. HACEMOS LO QUE QUISERMOS!". Beleza, paraguaios: o país é de vocês, mas o dinheiro é meu. E vocês não verão a cor dele. Só rodamos o shopping (tudo MUITO mais caro que Portugal ou Miami) e em 40 minutos estávamos correndo pela ponte da amizade para fugir daquele troço!
No mesmo dia fomos pro lado argentino. Pela segunda vez na vida senti orgulho pelos hermanos: o ônibus é PARADO, todo mundo DESCE, apresenta-se PASSAPORTE e suas mochilas são ESCANEADAS. E o ônibus fica ali esperando todo mundo voltar. Ê país lindo!
Puerto Iguazú parece cidade de praia brasileira. Não sei descrever, mas é aquele ar bucólico, aquela pinta de cidade parada. Tem vários quarteirões de restaurantes colados um do lado do outro. Mas a cidade em si não vale a pena.
Veredito final?
Arrependimento! Pode chamar de coxinha, de sem noção, de apátrida, mas cara...turismo no Brasil não vale a pena!
Os ônibus em Foz passam de hora em hora LOTADOS. Como a cidade é um retão TODO turista o pega pro aeroporto. Os corredores vem cheios de malas e os trocadores só fazem socar passageiro prá dentro. Você pede 'com licença/con permisso/excuse me' para descer no ponto e tem gente se fazendo de surda/estrangeira e olhando pro teto sem te dar passagem.
Muamba no Paraguai? Passou-se o tempo. Miami é logo ali, Lisboa também. E eu não ia arriscar atravessar 8 fucking quarteirões até a lendária Atacado dos Games não! No shopping Paris vi ps4 drake's edition por 350 DÓLARES. Jogo de ps3 (de 10 anos atrás!) por 18 dólares (vi jogo por 5-15 euros em Portugal). CK One por 40 (custa 32 normalmente). Chocolate Lindt por 4 dólares (custa uns 16 no supermercado ao lado de casa).
Quer ver os parque? Vá: 2 dias são suficientes para ver TUDO.
Ah: O comércio de rua em Foz fecha às 14:00. Pura e simplesmente. e QUANTA PLACA de aluga-se! Quanto comércio abandonado! Assustador!
Ultima Edição: