Eu constamente passo por isso. Quando estou no trabalho, estou louco de vontade de jogar. Quando chego em casa, sento no sofá e não ligo o maldito console.
Quando finalmente jogo, não fico por horas e horas a fio. Geralmente jogo uma hora, talvez um pouco a mais, e já vou fazer alguma outra coisa. Eu percebi que hoje, eu gosto muito mais dos jogos em sí, em seu conceito, das experiências que eles podem proporcionar, do que de jogar em sí. Mas eu explico:
Mas no meu caso, eu acho que tem a ver um pouco com como o mercado de jogos virou 'serious business'. Sim, eu sei que os jogos sempre foram feitos visando o lucro, mas não é disso que eu estou falando. Eu me refiro aquela sensação de jogar descompromissadamente. Hoje em dia os jogos tem tentado, forçadamente, parecerem mais sério do que eles realmente são e isso me cansa. Tentam ser mais adultos, mais 'realistas' (apenas cosmeticamente), mais épicos...aliás, epicidade é um termo que tenho abominado. Tudo hoje é 'épico', por pior que seja. E isso tem me cansado, porque a diversão desses ditos jogos tem sido preterida no momento que eles tem investido em todos esses outros pontos que eles tentam alcançar.
Outra coisa que mudou com o passar dos anos é a 'dificuldade'. Parte da graça dos jogos para mim era justamente eu aprender e tentar ser cada vez melhor em suas mecânicas, seja aprendendo a ter melhor timming para pulos, ataques, etc. Hoje o holding hands predomina. As mecânicas de jogos são burras. Stealth automático, combate estilho Batman onde você sequer precisa usar direcional ou ter um bom timming, auto aim (esse até nem tanto), pulos com probabilidade de falha quase 0.
Esses dias eu estava jogando o Tomb Raider 2013, e logo no início, a Lara precisa atravessar caminhando sobre um tronco. Daí se cria toda uma cena dramática dela assustada por ter de fazer isso mas....não tem como ela cair! Você não tem como andar par os lados, não precisa se equilibrar....a única maneira de cair, é se pular pra fora do tronco. No God Of War 1 eu precisava me equilibrar! Isso é o tipo de coisa que me cansa.
Eu percebi que eu gosto muito mais dos jogos quando é notável que o jogo foi construído em volta de suas mecânicas, e não de sua história, que é o que tem acontecido muito ultimamente. Os jogos portáteis por exemplo tem mais apelo para mim que os blockbusters dos consoles.