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O número de migrantes que chegam à costa italiana duplicou este ano em comparação com 2022 e muitos destes procuram continuar a sua viagem através de França, atravessando os
Alpes.
Mais de 107 mil migrantes e refugiados desembarcaram em
Itália desde janeiro, mais do dobro do que mesmo período de 2022 (52.954), segundo dados do
Ministério do Interior italiano.
A imigração tem sido, durante anos, um tema altamente sensível nas relações franco-italianas.
"Temos um aumento de 100% nos fluxos, o que afeta os
Alpes Marítimos e todos os Alpes", realçou o
ministro do Interior francês,
Gérald Darmanin, após uma visita ao posto fronteiriço de Menton, no sudeste de França, para anunciar o envio de reforços.
As unidades móveis, policiais ou gendarmes [guardas militarizados], passarão de duas para quatro, atingindo um total de mais de 200 agentes.
O número de militares destacados para o reconhecimento noturno nas montanhas, no âmbito da Operação Sentinela, aumentará de 60 para 120 e o pessoal nas fronteiras também será duplicado, garantiu o ministro.
No final de abril, a primeira-ministra francesa,
Elisabeth Borne, já tinha anunciado o envio de 150 gendarmes e agentes policiais adicionais para esta área.
Ao mesmo tempo, as autoridades policiais podem agora utilizar drones para monitorizar os pontos de passagem.
Será também debatido no
Senado, este outono, um projeto de lei sobre imigração, que planeia expandir a faixa de território dentro da qual os migrantes podem ser devolvidos, atualmente fixada em 20 quilómetros.
"Muitos meios tecnológicos, melhor organização e na primavera, espero, legislação que nos ajude a lutar mais", frisou
Darmanin.
O ministro do Interior francês reconhecer, no entanto, que muitos fatores, como a instabilidade no
Sahel, podem aumentar ainda mais a pressão migratória.
A
Tunísia é, juntamente com a Líbia, o principal ponto de partida dos milhares de migrantes que atravessam o
Mediterrâneo Central em direção à
Europa, sobretudo à Itália.
Mais de duas mil pessoas morreram este ano ao tentar cruzar o Mediterrâneo Central, segundo a
Organização Internacional para as Migrações (
OIM), que estima que o número real seja muito mais elevado.