O que há de Novo?
Fórum Outer Space - O maior fórum de games do Brasil

Registre uma conta gratuita hoje para se tornar um membro! Uma vez conectado, você poderá participar neste site adicionando seus próprios tópicos e postagens, além de se conectar com outros membros por meio de sua própria caixa de entrada privada!

  • Anunciando os planos GOLD no Fórum Outer Space
    Visitante, agora você pode ajudar o Fórum Outer Space e receber alguns recursos exclusivos, incluindo navegação sem anúncios e dois temas exclusivos. Veja os detalhes aqui.


[Pesado] Como a prisão muda a personalidade de detentos

sega.saturn

Mil pontos, LOL!
Mensagens
8.775
Reações
4.314
Pontos
1.309
Mudanças na 'essência' dos prisioneiros os ajudam a sobreviver na prisão, mas são contraproducentes para sua vida após a soltura, em um desafio para programas de reabilitação.

Imagine não ter, dia após dia, ano após ano, um espaço próprio e não poder escolher com quem estar, o que comer e aonde ir. Além disso, que ameaças e suspeitas estejam por toda parte, e que amor ou mesmo um toque humano gentil sejam difíceis de encontrar. Imagine ainda estar separado da família e dos amigos.

Para lidar com esse tipo de ambiente social, presidiários precisam se adaptar. Especialmente aqueles condenados a longas penas.

Em um relatório feito para o governo do Estados Unidos sobre o impacto psicológico da prisão, o psicólogo social Craig Haney foi direto: "Poucas pessoas saem inalteradas ou ilesas de uma experiência prisional".

Levando em consideração entrevistas com centenas de presidiários, pesquisadores do Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foram ainda mais longe, afirmando que a prisão de longo prazo "muda a essência das pessoas".

Ou, como resumem as palavras de um preso entrevistado para uma pesquisa publicada nos anos 1980, depois de alguns anos na prisão, "você não é o mesmo".

No campo da psicologia da personalidade, acreditava-se que nossa personalidade permanecia inalterada na vida adulta.

Mas estudos recentes têm mostrado que, na verdade, apesar da relativa estabilidade, nossos hábitos de pensamento, comportamento e emoção mudam, sim, de forma significativa – especialmente em resposta a diferentes papéis adotados ao longo da vida.

É quase inevitável, portanto, que o tempo passado na prisão – em um ambiente altamente estruturado, mas ameaçador – provoque mudanças na personalidade.

Especialmente para as pessoas preocupadas em como reabilitar o prisioneiro, o problema é que essas mudanças de personalidade, embora ajudem o indivíduo a sobreviver à prisão, são contraproducentes para sua vida após a soltura.

Características comuns do ambiente prisional que podem mudar a personalidade de alguém incluem a perda crônica do livre arbítrio e de privacidade, o estigma diário, o medo constante, a necessidade de vestir constantemente uma máscara de invulnerabilidade e a apatia emocional (para evitar a exploração por outros), além da necessidade, dia após dia, de seguir rigorosas regras ou rotinas impostas.

'Prisionização'

Há pouca pesquisa sobre como as características crônicas do ambiente podem mudar a personalidade do presidiário nos termos do Modelo dos Cinco Grandes Fatores (ou Big Five).

Trata-se de um modelo usado amplamente na psicologia para avaliar a personalidade da população em geral (não carcerária) com base nos traços de: neuroticismo (que mede a instabilidade emocional), extroversão, agradabilidade (ou simpatia), abertura a experiências e a conscienciosidade (relacionado à disciplina).

No entanto, há um reconhecimento disseminado entre psicólogos e criminalistas de que presidiários se adaptam ao ambiente, o que eles chamam de "prisionização". Isso contribui para uma espécie de "síndrome pós-encarceramento" quando eles são libertados.

Como exemplo, há os resultados de entrevistas em profundidade conduzidas com 25 ex-condenados à prisão perpétua (incluindo duas mulheres) em Boston, nos EUA, que passaram em média 19 anos na prisão.

Ao analisar suas narrativas, a psicóloga Marieke Liema e o criminologista Maarten Kunst descobriram que o grupo desenvolveu "traços de personalidade institucionalizados", como "desconfiar dos outros, dificuldade de se relacionar e de tomar decisões".

Um ex-presidiário de 42 anos disse: "Eu ainda meio que ajo como se estivesse na prisão. E, assim, você não é como um interruptor ou uma torneira. Não dá para simplesmente se desligar. Quando você faz algo por um período longo… isso se torna parte de você".

A mudança na personalidade predominante foi a inabilidade de confiar nos outros – uma espécie de constante paranoia. "Você não consegue confiar em ninguém na prisão", disse outro entrevistado, um homem de 52 anos. "Tenho problemas de confiança, simplesmente não confio em ninguém."

Entrevistas com centenas de presidiários britânicos realizadas por Susie Hulley e seus colegas do Instituto de Criminologia mostraram um quadro parecido. "Muitos (...) nos disseram que passaram por grandes – e às vezes completas – transformações pessoais", escreveram os estudiosos em 2015.

Os presidiários descreveram um processo de "anestesia emocional". "Isso te endurece. Isso te deixa um pouco mais distante", disse um, explicando como as pessoas na penitenciária deliberadamente escondem e abafam suas emoções. "É o que você se torna, e se você já é duro no início, então você fica ainda mais duro, você fica ainda mais frio, ainda mais desinteressado".

Outro afirmou: "É… eu meio que não tenho mais sentimento pelas pessoas".

Em relação ao Modelo dos Cinco Grandes Fatores da personalidade, pode-se caracterizar isso como uma forma de "neuroticismo" extremamente baixo (ou alta apatia emocional), combinado com baixas extroversão e agradabilidade. Em outras palavras, não é uma mudança de personalidade ideal para o retorno ao mundo exterior.

Essa é, sem dúvida, uma preocupação de Hulley e seus colegas. "Um presidiário de longo prazo se torna 'adaptado' aos imperativos de um período longo de confinamento; ele ou ela se torna mais apático emocionalmente, mais isolado e socialmente retraído, e talvez menos ajustado à vida após a soltura", alertaram.

Esses estudos com entrevistados envolveram presidiários encarcerados há muito tempo. Mas um artigo exploratório realizado em fevereiro de 2018 aplicou testes neuropsicológicos para mostrar que passar mesmo um período curto na prisão provoca um impacto na personalidade.

Os pesquisadores liderados por Jesse Meijers, da Universidade Vrije, de Amsterdã, na Holanda, fizeram dois testes - com diferença de três meses entre eles - com 37 prisioneiros. No segundo teste, houve aumento da impulsividade e redução do controle da atenção. Essas mudanças cognitivas podem indicar que sua conscienciosidade foi prejudicada.
 

Dark Goomba

Bam-bam-bam
Mensagens
3.805
Reações
13.786
Pontos
303
O tipo de cara que passa 19 anos na prisão deveria ser morto e não preso.
 

Roger.pds

Supra-sumo
Mensagens
768
Reações
1.242
Pontos
183
Deve ser escroto ficar em uma prisão por tantos anos, mas se não fizesse m****, certeza que não estaria lá.

Tá, eu sei que tem casos injustos, mas não é a questão.

O vagabundo fez alguma atrocidade, tem que se lascar mesmo.

Enviado de meu Lenovo A7010a48 usando o Tapatalk
 

geist

Lenda da internet
Mensagens
22.508
Reações
91.346
Pontos
1.503
Ao invés de gastar dinheiro com isso, a pesquisa poderia ser voltada à mudança de personalidade e demais efeitos sobre as vítimas e pessoas diretamente ligadas a elas. Por exemplo, como o casal passou a viver sem a filha estuprada e morta, como a família se virou com o homem assassinado que era arrimo, como o desvio de milhões e bilhões por parte dos políticos afetam direta e indiretamente a população, etc.
 


Land Stalker

Ei mãe, 500 pontos!
VIP
Mensagens
19.001
Reações
63.781
Pontos
554
Foucault já falava dos micro sistemas de poder.
(nem sei se tem alguma coisa a ver, mas sempre quis citar isso:ksafado)
 

Ghim

Mil pontos, LOL!
Mensagens
10.298
Reações
17.811
Pontos
1.174
prisão não é util em varios casos

prisao tem 3 objetivos basicos:
punir
fazer o criminoso pensar sobre o que fez
separar da sociedade os indivíduos perigosos

a questao é q para os dois primeiros casos vc tem formas melhores de fazer isso.
tipo, digamos que alguem comete um homicidio culposo, ou seja, sem a intençao de matar. oras, qual o objetivo de mandar essa pessoa para a cadeia? se voce der a ela uma multa proporcional a sua renda (tipo, se voce tem 1 milhao em bens, podia receber uma multa de 3 milhoes, sei lá que conta fazer agora) que seria direcionada para a familia da vitima. a familia da vitima nao ganha nada se o homicida culposo for para a cadeia, e uma vez que a pessoa nao teve a intençao nao existe qualquer risco dele ser voluntariamente reincidente, nao havendo necessidade de segrega-lo da sociedade. vale lembrar q qndo alguem é preso esse alguem passa a viver as custas de todos os outros.

casos de corrupçao tambem. por mais que eu queria q corrupto tome no cu lindamente, veria mto mais utilidade em tomar de volta todo o valor desviado acrescido de uma multa correspondente a 10x esse valor, a ponto do cara passar o resto da vida endividado.
 

Gentilhomem

Bam-bam-bam
Mensagens
3.759
Reações
11.171
Pontos
303
a questao é q para os dois primeiros casos vc tem formas melhores de fazer isso.
tipo, digamos que alguem comete um homicidio culposo, ou seja, sem a intençao de matar. oras, qual o objetivo de mandar essa pessoa para a cadeia? se voce der a ela uma multa proporcional a sua renda (tipo, se voce tem 1 milhao em bens, podia receber uma multa de 3 milhoes, sei lá que conta fazer agora) que seria direcionada para a familia da vitima. a familia da vitima nao ganha nada se o homicida culposo for para a cadeia, e uma vez que a pessoa nao teve a intençao nao existe qualquer risco dele ser voluntariamente reincidente, nao havendo necessidade de segrega-lo da sociedade. vale lembrar q qndo alguem é preso esse alguem passa a viver as custas de todos os outros.
Uma vida não tem preço, a vida de um ser humano não pode ser paga com mei salário mínimo de um suburbano assassino, que na melhor das hipóteses não vai pagar a divida e vai fugir da justiça, é como se criminoso pagasse multa no detran, votasse, tirasse documento e fizesse tudo legalmente.
E a última coisa que o povão vai querer é arcar com as contas de um parente criminoso, pois ninguém deve se responsabilizar pelos atos de outrem, eu mesmo não ficaria contente em pagar a dívida de um possível primo ou tio ladrão.
 

Diógenes Laércio

Bam-bam-bam
Mensagens
5.433
Reações
8.901
Pontos
353
Putz!
Matéria interessantíssima.
Sem dúvida, ela trás aspectos importantes sobre a alma humana.
P.S.: não estou zoando.
 

Ghim

Mil pontos, LOL!
Mensagens
10.298
Reações
17.811
Pontos
1.174
Uma vida não tem preço, a vida de um ser humano não pode ser paga com mei salário mínimo de um suburbano assassino, que na melhor das hipóteses não vai pagar a divida e vai fugir da justiça, é como se criminoso pagasse multa no detran, votasse, tirasse documento e fizesse tudo legalmente.
E a última coisa que o povão vai querer é arcar com as contas de um parente criminoso, pois ninguém deve se responsabilizar pelos atos de outrem, eu mesmo não ficaria contente em pagar a dívida de um possível primo ou tio ladrão.

nao é questao de pagar uma vida, é questao de uma puniçao q seja tambem util para a vítima ou para familiares. olha so o caso da barragem de Mariana... sem entrar no merito da capacidade da nossa Justiça, as pessoas querem que a mineradora responsavel arque com a maior indenizaçao possivel. vai reverter o feito? claro q nao, mas alguem ficaria satisfeito se a empresa nao indenizasse ninguem, simplesmente fechasse e o presidente preso?

eu nao digo para simplesmente mandar um boleto pelo correio para o criminoso, obviamente. mas em vez de vc usar um aparo caro, complexo e demorado para manter preso um cara q dificilmente cometeria o mesmo erro de novo, seria melhor usar o sistema de coerçao para força-lo a mitigar danos
 

Gentilhomem

Bam-bam-bam
Mensagens
3.759
Reações
11.171
Pontos
303
nao é questao de pagar uma vida, é questao de uma puniçao q seja tambem util para a vítima ou para familiares. olha so o caso da barragem de Mariana... sem entrar no merito da capacidade da nossa Justiça, as pessoas querem que a mineradora responsavel arque com a maior indenizaçao possivel. vai reverter o feito? claro q nao, mas alguem ficaria satisfeito se a empresa nao indenizasse ninguem, simplesmente fechasse e o presidente preso?

eu nao digo para simplesmente mandar um boleto pelo correio para o criminoso, obviamente. mas em vez de vc usar um aparo caro, complexo e demorado para manter preso um cara q dificilmente cometeria o mesmo erro de novo, seria melhor usar o sistema de coerçao para força-lo a mitigar danos
Cada caso é um caso, mas há casos revoltosos em que um simples pagamento não satisfaz a sede de justiça de um determinado cidadão.
 

Goris

Ei mãe, 500 pontos!
Mensagens
21.829
Reações
76.870
Pontos
553
Uau.

Por que não surgem matérias tipo:

Pesado: Como ver os pais serem mortos e ser mantida como escrava sexual por 57 dias muda a personalidade de uma menina de 8 anos?

Ou

Pesado: Como ter o pai morto, por não ter 10 reais na carteira, muda a personalidade de menino de 10 anos?

Por que a preocupação com o criminoso e não com a vítima? Fiquei curioso.
 

sega.saturn

Mil pontos, LOL!
Mensagens
8.775
Reações
4.314
Pontos
1.309
Por que a preocupação com o criminoso e não com a vítima? Fiquei curioso.
Porque se o criminoso não for devidamente recuperado voltara a cometer crimes do qual qualquer um pode ser a vitima, inclusive você. Te satisfaz essa resposta?
 

Goris

Ei mãe, 500 pontos!
Mensagens
21.829
Reações
76.870
Pontos
553
Porque se o criminoso não for devidamente recuperado voltara a cometer crimes do qual qualquer um pode ser a vitima, inclusive você. Te satisfaz essa resposta?
Pois é.

Qual a média de reincidência de pedófilos bem tratados e mal tratados? Tem dados?
 

Ares1521

Bam-bam-bam
Mensagens
6.893
Reações
15.791
Pontos
404
prisão não é util em varios casos

prisao tem 3 objetivos basicos:
punir
fazer o criminoso pensar sobre o que fez
separar da sociedade os indivíduos perigosos

a questao é q para os dois primeiros casos vc tem formas melhores de fazer isso.
tipo, digamos que alguem comete um homicidio culposo, ou seja, sem a intençao de matar. oras, qual o objetivo de mandar essa pessoa para a cadeia? se voce der a ela uma multa proporcional a sua renda (tipo, se voce tem 1 milhao em bens, podia receber uma multa de 3 milhoes, sei lá que conta fazer agora) que seria direcionada para a familia da vitima. a familia da vitima nao ganha nada se o homicida culposo for para a cadeia, e uma vez que a pessoa nao teve a intençao nao existe qualquer risco dele ser voluntariamente reincidente, nao havendo necessidade de segrega-lo da sociedade. vale lembrar q qndo alguem é preso esse alguem passa a viver as custas de todos os outros.

casos de corrupçao tambem. por mais que eu queria q corrupto tome no cu lindamente, veria mto mais utilidade em tomar de volta todo o valor desviado acrescido de uma multa correspondente a 10x esse valor, a ponto do cara passar o resto da vida endividado.
No caso do culposo o correto é a multa ser proporcional a renda da pessoa morta, tipo, cobrir todo prejuízo financeiro da família mais um pouco pelo dano emocional, talvez limitado a uma porcentagem do patrimônio do criminoso para ele não virar mendigo, convenhamos, o cara não queria matar, só fazer ele perder um bucado de qualidade de vida para na próxima vez ser mais cuidadoso e reparar ao máximo o dano é suficiente.
No doloso que é interessante fazer proporcional a renda do assassino, sendo algumas vezes maior que as propriedades dele, assim você zera o que o cara tem e ainda força ele a trabalhar por uns anos em um regime de "tirando a grana pra você comer, o resto que ganhar é da família do assassinado", punindo assim fortemente pela intenção nefasta que ele teve. E se foi um doloso que pode se repetir (tipo, o cara é um maníaco), ai talvez você tem que ostracizar ele pra sempre da sociedade para evitar reincidência (o que hoje em dia não tem muito lugar para mandar o cara, ele provavelmente iria morrer na Sibéria).

Esse vídeo a partir dos 5 minutos fala sobre a função da cadeia atualmente:
 

Tassadar_

Ei mãe, 500 pontos!
Mensagens
4.586
Reações
16.538
Pontos
553
Não a ressocialização de condenados por crimes hediondos e corrupção...
 

Rafaeloutersp

Veterano
Mensagens
472
Reações
522
Pontos
128
Porque se o criminoso não for devidamente recuperado voltara a cometer crimes do qual qualquer um pode ser a vitima, inclusive você. Te satisfaz essa resposta?
Por isso que tem de haver a pena de morte. FIM.
O cara se importa mais com quem faz o mau do que quem sofre o mau.
A questão é justiça e não ódio.
 

Land Stalker

Ei mãe, 500 pontos!
VIP
Mensagens
19.001
Reações
63.781
Pontos
554
prisão não é util em varios casos

prisao tem 3 objetivos basicos:
punir
fazer o criminoso pensar sobre o que fez
separar da sociedade os indivíduos perigosos

a questao é q para os dois primeiros casos vc tem formas melhores de fazer isso.
tipo, digamos que alguem comete um homicidio culposo, ou seja, sem a intençao de matar. oras, qual o objetivo de mandar essa pessoa para a cadeia? se voce der a ela uma multa proporcional a sua renda (tipo, se voce tem 1 milhao em bens, podia receber uma multa de 3 milhoes, sei lá que conta fazer agora) que seria direcionada para a familia da vitima. a familia da vitima nao ganha nada se o homicida culposo for para a cadeia, e uma vez que a pessoa nao teve a intençao nao existe qualquer risco dele ser voluntariamente reincidente, nao havendo necessidade de segrega-lo da sociedade. vale lembrar q qndo alguem é preso esse alguem passa a viver as custas de todos os outros.

casos de corrupçao tambem. por mais que eu queria q corrupto tome no cu lindamente, veria mto mais utilidade em tomar de volta todo o valor desviado acrescido de uma multa correspondente a 10x esse valor, a ponto do cara passar o resto da vida endividado.

Homicídio culposo, dependendo, nem pega cadeia.

Corrupto, tem mais é que trancar e jogar a chave fora.
 

Chris Redfield jr

Lenda da internet
Mensagens
40.485
Reações
133.983
Pontos
1.779
Mudanças na 'essência' dos prisioneiros os ajudam a sobreviver na prisão, mas são contraproducentes para sua vida após a soltura, em um desafio para programas de reabilitação.

Imagine não ter, dia após dia, ano após ano, um espaço próprio e não poder escolher com quem estar, o que comer e aonde ir. Além disso, que ameaças e suspeitas estejam por toda parte, e que amor ou mesmo um toque humano gentil sejam difíceis de encontrar. Imagine ainda estar separado da família e dos amigos.

Para lidar com esse tipo de ambiente social, presidiários precisam se adaptar. Especialmente aqueles condenados a longas penas.

Em um relatório feito para o governo do Estados Unidos sobre o impacto psicológico da prisão, o psicólogo social Craig Haney foi direto: "Poucas pessoas saem inalteradas ou ilesas de uma experiência prisional".

Levando em consideração entrevistas com centenas de presidiários, pesquisadores do Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foram ainda mais longe, afirmando que a prisão de longo prazo "muda a essência das pessoas".

Ou, como resumem as palavras de um preso entrevistado para uma pesquisa publicada nos anos 1980, depois de alguns anos na prisão, "você não é o mesmo".

No campo da psicologia da personalidade, acreditava-se que nossa personalidade permanecia inalterada na vida adulta.

Mas estudos recentes têm mostrado que, na verdade, apesar da relativa estabilidade, nossos hábitos de pensamento, comportamento e emoção mudam, sim, de forma significativa – especialmente em resposta a diferentes papéis adotados ao longo da vida.

É quase inevitável, portanto, que o tempo passado na prisão – em um ambiente altamente estruturado, mas ameaçador – provoque mudanças na personalidade.

Especialmente para as pessoas preocupadas em como reabilitar o prisioneiro, o problema é que essas mudanças de personalidade, embora ajudem o indivíduo a sobreviver à prisão, são contraproducentes para sua vida após a soltura.

Características comuns do ambiente prisional que podem mudar a personalidade de alguém incluem a perda crônica do livre arbítrio e de privacidade, o estigma diário, o medo constante, a necessidade de vestir constantemente uma máscara de invulnerabilidade e a apatia emocional (para evitar a exploração por outros), além da necessidade, dia após dia, de seguir rigorosas regras ou rotinas impostas.

'Prisionização'

Há pouca pesquisa sobre como as características crônicas do ambiente podem mudar a personalidade do presidiário nos termos do Modelo dos Cinco Grandes Fatores (ou Big Five).

Trata-se de um modelo usado amplamente na psicologia para avaliar a personalidade da população em geral (não carcerária) com base nos traços de: neuroticismo (que mede a instabilidade emocional), extroversão, agradabilidade (ou simpatia), abertura a experiências e a conscienciosidade (relacionado à disciplina).

No entanto, há um reconhecimento disseminado entre psicólogos e criminalistas de que presidiários se adaptam ao ambiente, o que eles chamam de "prisionização". Isso contribui para uma espécie de "síndrome pós-encarceramento" quando eles são libertados.

Como exemplo, há os resultados de entrevistas em profundidade conduzidas com 25 ex-condenados à prisão perpétua (incluindo duas mulheres) em Boston, nos EUA, que passaram em média 19 anos na prisão.

Ao analisar suas narrativas, a psicóloga Marieke Liema e o criminologista Maarten Kunst descobriram que o grupo desenvolveu "traços de personalidade institucionalizados", como "desconfiar dos outros, dificuldade de se relacionar e de tomar decisões".

Um ex-presidiário de 42 anos disse: "Eu ainda meio que ajo como se estivesse na prisão. E, assim, você não é como um interruptor ou uma torneira. Não dá para simplesmente se desligar. Quando você faz algo por um período longo… isso se torna parte de você".

A mudança na personalidade predominante foi a inabilidade de confiar nos outros – uma espécie de constante paranoia. "Você não consegue confiar em ninguém na prisão", disse outro entrevistado, um homem de 52 anos. "Tenho problemas de confiança, simplesmente não confio em ninguém."

Entrevistas com centenas de presidiários britânicos realizadas por Susie Hulley e seus colegas do Instituto de Criminologia mostraram um quadro parecido. "Muitos (...) nos disseram que passaram por grandes – e às vezes completas – transformações pessoais", escreveram os estudiosos em 2015.

Os presidiários descreveram um processo de "anestesia emocional". "Isso te endurece. Isso te deixa um pouco mais distante", disse um, explicando como as pessoas na penitenciária deliberadamente escondem e abafam suas emoções. "É o que você se torna, e se você já é duro no início, então você fica ainda mais duro, você fica ainda mais frio, ainda mais desinteressado".

Outro afirmou: "É… eu meio que não tenho mais sentimento pelas pessoas".

Em relação ao Modelo dos Cinco Grandes Fatores da personalidade, pode-se caracterizar isso como uma forma de "neuroticismo" extremamente baixo (ou alta apatia emocional), combinado com baixas extroversão e agradabilidade. Em outras palavras, não é uma mudança de personalidade ideal para o retorno ao mundo exterior.

Essa é, sem dúvida, uma preocupação de Hulley e seus colegas. "Um presidiário de longo prazo se torna 'adaptado' aos imperativos de um período longo de confinamento; ele ou ela se torna mais apático emocionalmente, mais isolado e socialmente retraído, e talvez menos ajustado à vida após a soltura", alertaram.

Esses estudos com entrevistados envolveram presidiários encarcerados há muito tempo. Mas um artigo exploratório realizado em fevereiro de 2018 aplicou testes neuropsicológicos para mostrar que passar mesmo um período curto na prisão provoca um impacto na personalidade.

Os pesquisadores liderados por Jesse Meijers, da Universidade Vrije, de Amsterdã, na Holanda, fizeram dois testes - com diferença de três meses entre eles - com 37 prisioneiros. No segundo teste, houve aumento da impulsividade e redução do controle da atenção. Essas mudanças cognitivas podem indicar que sua conscienciosidade foi prejudicada.
 

Dig Joy

Vem brincar comigo!
VIP
Mensagens
9.045
Reações
23.074
Pontos
353
Prisão é escola de malandro.
Quem defende só prender os caras, merecem a putaria que tá rolando hj... Só prender não resolve. Na verdade piora.
 

Razzoriel

Bam-bam-bam
Mensagens
1.068
Reações
4.316
Pontos
293
Prisão é escola de malandro.
Quem defende só prender os caras, merecem a putaria que tá rolando hj... Só prender não resolve. Na verdade piora.
Então nos ilumine com seu grandioso intelecto e diga qual deveria ser a punição pro vagabundo que estuprar sua mulher, roubar seu salário, invadir sua casa, matar seu filho ou embolsar o dinheiro do imposto que você paga.
 

Dig Joy

Vem brincar comigo!
VIP
Mensagens
9.045
Reações
23.074
Pontos
353
Então nos ilumine com seu grandioso intelecto e diga qual deveria ser a punição pro vagabundo que estuprar sua mulher, roubar seu salário, invadir sua casa, matar seu filho ou embolsar o dinheiro do imposto que você paga.
Creio que leitura não é seu forte...
 

bushi_snake

Mil pontos, LOL!
Mensagens
12.245
Reações
12.786
Pontos
1.419
A pessoa faz algo contra a sociedade, em nome de que alguém fala que a sociedade tem que aceitar de volta sem perguntar pra sociedade primeiro??

A gente pode pegar o texto inteiro, mas, vamos ficar só com o primeiro paragrafo...

Imagine não ter, dia após dia, ano após ano, um espaço próprio e não poder escolher com quem estar, o que comer e aonde ir. Além disso, que ameaças e suspeitas estejam por toda parte, e que amor ou mesmo um toque humano gentil sejam difíceis de encontrar. Imagine ainda estar separado da família e dos amigos.

Qualquer um que já foi assaltado, qualquer um no minimo consegue se imaginar nessas condições ai em cima, você fica mais esperto, mais neurado, paranoico até, saca que passar por uma situação aonde um filha da put* pode ter te roubado a vida POR QUE ELE QUIS te muda de algum jeito também.

E o único psicologo que vai te ajudar, você vai ter que pagar...
Você vai ter que se virar pra se "reabilitar" por si só, por que a sociedade não vai estar nem ai...

E qualquer um que ouse falar sobre "direitos humanos", lembra de quem fez o 'dever' em primeiro lugar, porque se não levar em conta isso, continua calado porque nem adianta.... Bolsonaro já resumiu tudo muito bem ai no video...
 

Unstoppable

Bam-bam-bam
Mensagens
640
Reações
2.538
Pontos
283
@The Kong, gostaria de saber sua opinião.
Só quem convive com essa laia pode dar uma opinião mais embasada.
Digo isso porque tenho parentes próximos, em várias forças de segurança, inclusive um irmão.
Ele simplesmente tem ódio mortal por presidiários, constantemente diz que por ele morriam todos.
Quase 20 anos na polícia lidando diariamente com o lixo o deixaram assim.
Ainda bem que logo ele aposenta.
 

The Kong

Cruz Bala Trevoso
VIP
Mensagens
31.571
Reações
135.463
Pontos
784
@The Kong, gostaria de saber sua opinião.
Só quem convive com essa laia pode dar uma opinião mais embasada.
Digo isso porque tenho parentes próximos, em várias forças de segurança, inclusive um irmão.
Ele simplesmente tem ódio mortal por presidiários, constantemente diz que por ele morriam todos.
Quase 20 anos na polícia lidando diariamente com o lixo o deixaram assim.
Ainda bem que logo ele aposenta.

a minha opinião é que seu irmão está certo
 

Goris

Ei mãe, 500 pontos!
Mensagens
21.829
Reações
76.870
Pontos
553
Sobre como a prisão pode prejudicar a personalidade das pessoas:

https://m.tnonline.uol.com.br/notic...e-maos-amarrados-e-de-cabeca-para-baixo.shtml
Imagina, esse cara preso, tendo a personalidade prejudicada? Que espécie de monstro quer esse pedófilo preso, podendo mudar a personalidade que amarrouz estuprou e matou uma menina de 6 anos? Foto dela na reportagem.

http://m.diarioonline.com.br/notici...-achada-morta-embaixo-da-cama-de-vizinho.html
Ainda bem que tem a "saidinha" quando presos são libertados. Se ele estivesse na prisão, estaria tendo a personalidade mudada. Mas deixaram ele sair, pra sequestrar, estuprar e matar com uma tesoura uma menina de 4 anos. Como deve ter mostro que preferia ele tendo a personalidade mudada na prisão sem direito a sair uns dias pra voltar à personalidade real dele.

https://cgn.inf.br/m/noticia/86017/maae-de-menina-de-quatro-anos-estuprada-confessa-que-a-matou
Mãe assassina e tio que "brincava" com ela. Imagina, uma mãe que espancava a filha é um tio que estuprava ela, ambos tendo suas personalidades modificadas na prisão? Que perda pra humanidade.

https://g1.globo.com/google/amp/g1....foi-preso-apos-tentativa-de-linchamento.ghtml
Outro que, na prisão, teria a personalidade modificada. Ainda bem que nem todo mundo na OS é um monstro, há pessoas preocupadas que a personalidade desse pedreiro possa ser modificada.

São tantas reportagens no Google sobre pessoas como essa, que tem a personalidade mudada na prisão, que eu penso, do fundo de meu coração, que há boas pessoas preocupadas com a personalidade deles.

PS: Pelamordedeus, não estou dizendo que ninguém defende pedófilo aqui, mas usei esse crime como exemplo de como essas pessoas terem a personalidade modificada é a menor de minhas preocupações.
 
Ultima Edição:
Topo Fundo