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Puede, também prefiro a câmera fixa porque acho legal as escolhas de design que usaram pra essa "limitação técnica".
Não exatamente isso. Mas fazer um jogo com camera top-down é como fazer um jogo de plataforma side-scrolling. Você tá criando um tipo de jogo.
O primeiro MGS tem forte inspiração em Pac-Man e essa que é a grande sacada do seu gameplay. Quando você entende isso, não vê como limitação, mas como propriamente um tipo de jogo. Porque o intuito nunca foi imitar a realidade, pelo menos não nesse jogo. O problema é quando os jogadores começam a querer fazer coisas no jogo conforme as regras do mundo real, mas se eles passam a fazer conforme as regras do jogo, não passam por quaisquer problemas. Pois em qualquer jogo a sua movimentação estará limitada aquelas reações, animações e física programadas. Imagina jogar um jogo de luta e se perguntar porque só tem 3 botões de soco se na realidade eu posso socar de 1 milhão de maneiras diferentes na realidade? Então é preciso entender um jogo como o que ele é, como um conjunto de regras abstratas e uma correspondente série de desafios construídos (level design) em torno dessas regras abstratas de ação e movimentação (suas mecânicas). MGS 1 é um dos melhores Metal Gear porque é quase que perfeito nesse sentido. Mas até o MGS V é um tanto quanto "gamey" também. Só ver alguns vídeos de uns caras jogando bem MGS V pra você entender isso, eles jogam quase que como exploitando as regras abstratas do jogo, como, por exemplo, andando muito próximo dos guardas ou dentro do campo de visão deles em situações que na realidade seriam ouvidos, percebidos (por conta do vento ao se movimentarem tão próximos) ou vistos (situações em que estão frente a frente com os guardas mas no sistema do jogo são "invisíveis"). Esses jogadores apenas jogam com as regras abstratas do jogo, sabem que o inimigo tem uma audição de x metros, campo de visão de y graus e alcance de z metros e assim vai.
Pegue esse vídeo como exemplo:
Veja que em algumas situações ele chega a andar a apenas 2 metros dos guardas, chovendo, como ele conseguiria fazer isso sem suas passadas produzirem nenhum barulho? E ainda abre a porta numa das situações. Em outras anda em pé dentro do campo de visão dos outros soldados. Ele tá praticamente entendendo o jogo com essa série de regras abstratas e jogando em torno delas, desenhando suas táticas em torno delas. Isso é uma limitação do jogo? Não, é apenas a forma como jogos funcionam.