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Presidente do México declara fim da 'guerra às drogas' no país

OUTKAST

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A ironia é que foram os EUA que puxaram a insanidade da proibição mundial, a partir de 1914, graças a presidentes progressistas como o lixo do Roosevelt e do Wilson (por questões de saúde, os progressistas de antigamente defendiam a proibição das drogas e do álcool, enquanto conservadores eram contra a proibição), e hoje são os EUA que estão liberando a maconha em vários estados. A proibição as drogas é um fato extremamente recente na história. Um ato claro de engenharia social.

Eu gostaria de ver estudos com relação a esses estados americanos que estão liberando a maconha, pois essa se parece muito mais com a liberação estilo livre-mercado que liberais e libertários defendem (em comparação a uma legalização fortemente regulamentada e estatizada como a esquerda progressista defende, como a do Uruguai).

A Holanda se não me engano nunca teve uma liberação de fato, houve apenas uma descriminalização, portanto o fornecimento ainda vem do mercado negro. Aí fica impossível acabar com o mercado ilegal mesmo.
De qualquer forma, eu ficaria feliz em viver na Holanda. Não me parece ser um país com altos índices de violência, ainda mais se comparado ao Brasil. E é um país com alta liberdade econômica (um dos mais livres e capitalistas do mundo).

O único porém que eu pediria, em caso de uma liberação de algumas drogas (que considero ser uma consequência inevitável a longo prazo, vai acontecer, é questão de tempo) seria o endurecimento das penas mesmo para crimes mais simples como furto sem violência. E também a total proibição de consumo em locais públicos.

Esses dias vi só por cima uma pesquisa la dos EUA, que mesmo com vários estados liberando a Maconha, o consumo da planta entre os jovens está diminuindo...
 

Ataru

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A ironia é que foram os EUA que puxaram a insanidade da proibição mundial, a partir de 1914, graças a presidentes progressistas como o lixo do Roosevelt e do Wilson (por questões de saúde, os progressistas de antigamente defendiam a proibição das drogas e do álcool, enquanto conservadores eram contra a proibição), e hoje são os EUA que estão liberando a maconha em vários estados. A proibição as drogas é um fato extremamente recente na história. Um ato claro de engenharia social.

Eu gostaria de ver estudos com relação a esses estados americanos que estão liberando a maconha, pois essa se parece muito mais com a liberação estilo livre-mercado que liberais e libertários defendem (em comparação a uma legalização fortemente regulamentada e estatizada como a esquerda progressista defende, como a do Uruguai).

A Holanda se não me engano nunca teve uma liberação de fato, houve apenas uma descriminalização, portanto o fornecimento ainda vem do mercado negro. Aí fica impossível acabar com o mercado ilegal mesmo.
De qualquer forma, eu ficaria feliz em viver na Holanda. Não me parece ser um país com altos índices de violência, ainda mais se comparado ao Brasil. E é um país com alta liberdade econômica (um dos mais livres e capitalistas do mundo).

O único porém que eu pediria, em caso de uma liberação de algumas drogas (que considero ser uma consequência inevitável a longo prazo, vai acontecer, é questão de tempo) seria o endurecimento das penas mesmo para crimes mais simples como furto sem violência. E também a total proibição de consumo em locais públicos.

Na verdade na California a legalização foi altamente regulamentada e tem demonstrado ser um grande fracasso, aumentando inclusive o mercado negro.


Esse, inclusive, é um dos motivos que sou contra a liberação. O estado sempre vai querer regular a venda e o produto, dificultando o acesso e perdendo competitividade com a droga do traficante, que dificilmente sera mais cara e menos acessível que a do estado.

Essa história que a legalização acaba com o tráfico ao meu ver é falha, pois em nenhum lugar que eu conheço isso aconteceu. Mesmo os estados Americanos que possuem uma política mais liberal da maconha acabam comprando a maconha Californiana altamente regulada e cartelizada, e essa produção excessiva alimentou o mercado negro.

É só ver a venda de cigarros no Brasil. Apesar de legalizada, uma boa parte do consumo é feita com cigarros ilegais do Paraguai. O motivo disso? Preço. Agora veja se há alguma viabilidade política de desregulamentar a venda de cigarros no Brasil. O Moro tentou e foi achincalhado na mesma hora.
 
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大天使

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Na verdade na California a legalização foi altamente regulamentada e tem demonstrado ser um grande fracasso, aumentando inclusive o mercado negro.


Esse, inclusive, é um dos motivos que sou contra a liberação. O estado sempre vai querer regular a venda e o produto, dificultando o acesso e perdendo competitividade com a droga do traficante, que dificilmente sera mais cara e menos acessível que a do estado.

Essa história que a legalização acaba com o tráfico ao meu ver é falha, pois em nenhum lugar que eu conheço isso aconteceu. Mesmo os estados Americanos que possuem uma política mais liberal da maconha acabam comprando a maconha Californiana altamente regulada e cartelizada, e essa produção excessiva alimentou o mercado negro.

É só ver a venda de cigarros no Brasil. Apesar de legalizada, uma boa parte do consumo é feita com cigarros ilegais do Paraguai. O motivo disso? Preço. Agora veja se há alguma viabilidade política de desregulamentar a venda de cigarros no Brasil. O Moro tentou e foi achincalhado na mesma hora.
Você mesmo já respondeu a causa da "falha" da liberação da maconha na Califórnia. É a regulamentação rígida que existe.

Além disso, não esqueça que mesmo o mercado negro ainda exista nos EUA, a liberação das drogas vai diminuir o mercado negro do mesmo jeito. E ainda vai gerar impostos, oportunidades de empreendedorismo e mais emprego.

E não esquece que a quantidade de adolescentes usando maconha nos EUA diminuiu após a liberação: https://super.abril.com.br/saude/ad...-menos-maconha-apos-a-legalizacao-diz-estudo/

E não esqueça que a venda do cigarro contrabandeado no Brasil não é um problema tão grande quanto as facções violentas no país (mesmo que o contrabando não seja legal).
 

Ataru

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Você mesmo já respondeu a causa da "falha" da liberação da maconha na Califórnia. É a regulamentação rígida que existe.

Além disso, não esqueça que mesmo o mercado negro ainda exista nos EUA, a liberação das drogas vai diminuir o mercado negro do mesmo jeito. E ainda vai gerar impostos, oportunidades de empreendedorismo e mais emprego.

E não esquece que a quantidade de adolescentes usando maconha nos EUA diminuiu após a liberação: https://super.abril.com.br/saude/ad...-menos-maconha-apos-a-legalizacao-diz-estudo/

E não esqueça que a venda do cigarro contrabandeado no Brasil não é um problema tão grande quanto as facções violentas no país (mesmo que o contrabando não seja legal).

Sim, mas existem bons exemplos de liberação em que não tenha havido forte regulamentação? Não adianta a gente ficar perdendo tempo com utopias achando que haverá uma liberação plena e absoluta das drogas sem algum tipo de regulamentação.

Não é o que a matéria mostra. O mercado negro tem sido alimentado pela própria produção legalizada da droga.

Você está redondamente enganado. A venda de cigarros contrabandeados é uma dos maiores fontes de renda do crime organizado no Brasil. Não a toa foi fonte financeira para doleiros na Lava Jato como o Alberto Yousseff e é controlado por organizações criminosas internacionais.

[...] Os policiais federais afirmam com base na estrutura já mapeada, que o contrabando de cigarros se tornou um dos maiores financiadores de criminosos ligados ao Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC). [...]

 


Cafetão Chinês

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Na verdade na California a legalização foi altamente regulamentada e tem demonstrado ser um grande fracasso, aumentando inclusive o mercado negro.


Esse, inclusive, é um dos motivos que sou contra a liberação. O estado sempre vai querer regular a venda e o produto, dificultando o acesso e perdendo competitividade com a droga do traficante, que dificilmente sera mais cara e menos acessível que a do estado.

Essa história que a legalização acaba com o tráfico ao meu ver é falha, pois em nenhum lugar que eu conheço isso aconteceu. Mesmo os estados Americanos que possuem uma política mais liberal da maconha acabam comprando a maconha Californiana altamente regulada e cartelizada, e essa produção excessiva alimentou o mercado negro.

É só ver a venda de cigarros no Brasil. Apesar de legalizada, uma boa parte do consumo é feita com cigarros ilegais do Paraguai. O motivo disso? Preço. Agora veja se há alguma viabilidade política de desregulamentar a venda de cigarros no Brasil. O Moro tentou e foi achincalhado na mesma hora.
É um argumento econômico. Não é questão de "acreditar", pois aí você se iguala a socialistas que querem socar a realidade econômica através de crenças, e não de praxeologia e apriorismo pelo uso da razão (e eu sei que é um cara racional e eu respeito sua inteligência, mas precisa se manter assim a todas as questões).
A Lei de Say vale tanto para drogas, quanto para comida enlatada.

Não é apenas a regulação que aumenta o preço do produto, mas também todo o custo com o aparato armamentista, subornos a policiais e políticos, custos de transporte. E quem pode atuar nesse mercado hoje? Os bandidos mais fortemente armados e violentos.

Já num mercado a luz do dia, a eficiência do capitalismo dá conta de aumentar a produção e baixar os preços. Pois empreendedores não terão de atuar num mercado em que precisam comprar metralhadoras. Você já viu o dono da Brahma fuzilando o dono da Schinchariol?

Explica. Porque não existiam carteis de tráficos fortemente armados no início do século 20? Quando a heroína e a cocaína eram vendidas em farmácias.

Os estados americanos ainda possuem uma legalização muito recente (e ainda assim só da maconha, deviam liberar todas as drogas). Não dá para formular economicamente o que realmente aconteceu por lá ainda. Mas eu tenho fontes diferentes da sua.
https://spotniks.com/confira-o-que-esta-acontecendo-colorado-9-meses-apos-legalizacao-da-maconha/
https://noticias.uol.com.br/ultimas...ta-traficantes-mexicanos-aponta-relatorio.htm

O motivo do aumento do contrabando de cigarros no Paraguai são os altos impostos de políticas sociais-democratas no Brasil desde os anos 90. Ainda assim a Souza Cruz continua firme e forte. E se os traficantes de drogas se transformassem em meros contrabandistas de cigarro, já seria um grande avanço, não?

Agora seja realmente sincero. O que você acha que aconteceria se o estado proibisse de vez o cigarro? Isso faria com que o mercado deixasse de existir? Ou teria total controle de grupos fortemente armados esperando para atuar nesse mercado no vácuo deixado pela Souza Cruz?

Sempre bom lembrar:

O que foi a Lei Seca?

Foi uma lei federal assinada nos Estados Unidos em 1919 e que entrou em vigor em 1920 que proibia a produção, o transporte e a comercialização de bebidas alcoólicas.

Desde o início do século XIX, movimentos do país faziam campanhas contra as bebidas, numa pregação bem recebida por vários setores da sociedade americana. Os habitantes da zona rural, por exemplo, resistiam ao crescimento das cidades, pois as consideravam lugares de indecência e bebedeira. Além disso, os industriais da época viam na idéia uma forma de aumentar a eficiência dos trabalhadores.

Outro incentivo importante à proibição foi a tentativa de acabar com negócios ligados à bebida controlados por imigrantes, diz o historiador Luiz Bernardo Pericás, formado pela Universidade George Washington, nos Estados Unidos.

A proibição, porém, mostrou-se ineficaz. Tornaram-se comuns os bares clandestinos, conhecidos como speakeasies. Aumentaram também o consumo de bebidas falsificadas (feitas a partir do milho) e a corrupção, com policiais e políticos sendo subornados pelas quadrilhas que distribuíam o produto no mercado negro. Fortunas passaram a ser movimentadas pelos gângsters, entre eles o famoso Al Capone. Aos poucos, os próprios defensores da luta anti-álcool se decepcionaram com seus resultados e, em 1933, o Congresso americano aboliu a Lei Seca.
 
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Cafetão Chinês

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Mises explica a guerra às drogas
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1722
1722.png

Assim como nunca seguiram os ensinamentos de Ludwig von Mises no que tange à ciência econômica, os governos atuais também se recusam a prestar a atenção aos discernimentos de Mises sobre a guerra às drogas. O resultado não deveria ser surpresa nenhuma.
A guerra às drogas é um fracasso. Ela fracassou em impedir o abuso de drogas. Ela fracassou em manter as drogas fora do alcance dos viciados. Ela fracassou em manter as drogas longe dos adolescentes. Ela fracassou em reduzir a demanda por drogas. Ela fracassou em acabar com a violência associada ao tráfico de drogas. Ela fracassou em ajudar os viciados a conseguir tratamento. Ela fracassou em ter algum impacto sobre a disponibilidade de drogas dentro de um país.
É óbvio que nada disso significa que haja necessariamente algo de positivo em relação às drogas ilícitas. Como Mises explicou,
É fato notório que o alcoolismo, o cocainismo e o morfinismo são inimigos mortais da vida, da saúde e da capacidade de trabalho e de lazer; e o usuário deveria, por conseguinte, considerá-los vícios.
No entanto, como Mises afirma, o fato de algo ser um vício não é motivo para que seja suprimido e nem que sua comercialização seja proibida.
Nem é de modo algum evidente que tais intervenções do governo sejam de fato capazes de suprimir tais vícios; e, mesmo que este objetivo fosse atingido, não é nada evidente que tal intervenção não irá abrir uma caixa de Pandora de outros perigos não menos nocivos que o alcoolismo e o morfinismo.
Os outros efeitos perniciosos gerados pela guerra às drogas são numerosos. A guerra às drogas congestiona e paralisa o sistema judiciário, aumenta desnecessariamente a população carcerária, gera ainda mais violência, corrompe policiais, diminui as liberdades civis, acaba com a privacidade financeira, estimula buscas e apreensões ilegais, destrói inúmeras vidas inocentes, desperdiça bilhões em impostos, atrasa o desenvolvimento legítimo de analgésicos e de outros remédios contra dores, transforma cidadãos cumpridores da lei em criminosos meramente pelo que injetam em seu corpo, e irracionalmente cria obstáculos para o comércio varejista. Os custos da proibição às drogas excedem sobremaneira seus possíveis benefícios.
Mas isso ainda não é tudo. A partir do momento em que o governo assume o controle e passa a decidir o que um indivíduo pode ou não colocar em sua boca, em seu nariz e em suas veias, ou passa a regular as circunstâncias sob as quais um indivíduo pode de maneira legítima introduzir algo em seu corpo, não há mais quaisquer limitações sobre seu poder. Não há mais como restringir seu alcance e domínio.
De novo, como Mises deixa claro,
O ópio e a morfina certamente são drogas nocivas que geram dependência. No entanto, uma vez que se admita que é dever do governo proteger o indivíduo contra sua própria insensatez, nenhuma objeção séria pode ser apresentada contra outras intromissões estatais à privacidade.
E prossegue:
Ao abrirmos mão do princípio de que o estado não deve interferir em quaisquer questões relacionadas ao modo de vida do indivíduo, a inevitável consequência será a regulamentação e a restrição do comportamento de cada indivíduo aos seus mínimos detalhes.
Mises também nos diz exatamente aonde esse caminho tortuoso da proibição irá nos levar. Ele pergunta por que aquilo que é válido para a morfina e para a cocaína não pode ser válido para a nicotina e para a cafeína. Com efeito:
Por que não deveria o estado prescrever, de um modo geral, quais alimentos devem ser permitidos e quais alimentos devem ser proibidos por serem nocivos?
E tudo ainda pode piorar, pois:
Ao se abolir a liberdade de um homem em determinar o seu próprio consumo, todas as outras liberdades já estão, por definição, abolidas.
E completa:
E por que limitar a benevolente providência do governo apenas à proteção do corpo? Por acaso os males que um homem pode infringir à sua mente e à sua alma não são mais graves do que os danos corporais? Por que não impedi-lo de assistir a filmes e a demais espetáculos de mau gosto? Por que não impedi-lo de ouvir músicas de baixa qualidade? Mais ainda: por que não proibi-lo de ler livros ruins? As consequências causadas por ideologias nocivas são, certamente, muito mais perniciosas, tanto para o indivíduo como para a sociedade, do que as causadas pelo uso de drogas.
Para Mises, no que dizia respeito a maus hábitos, a vícios e a comportamentos imorais de terceiros, a tolerância e persuasão deveriam ser as regras. Tal atitude contrasta totalmente com a do estado, que faz tudo por meio da "compulsão e da aplicação da força".
A propensão de nossos conterrâneos em exigir uma proibição autoritária sempre que veem algo não lhes agrade, bem como sua solicitude em submeter-se a tais proibições mesmo que o proibido lhes seja agradável, mostra o quanto ainda permanece profundamente arraigado neles o espírito de servilismo. Serão necessários muitos anos de autodidatismo até que o súdito possa transformar-se em cidadão. Um homem livre deve ser capaz de suportar que seu conterrâneo aja e viva de modo diferente de sua própria concepção de vida. Precisa livrar-se do hábito de chamar a polícia sempre que algo não lhe agrada.
Para Mises, há um caminho para a reforma social:
Aquele que quer reformar seus conterrâneos deve recorrer à persuasão. Esta é a única maneira democrática de se fazer mudanças. Se um indivíduo não é capaz de convencer outras pessoas a respeito de suas ideias, então ele deve culpar apenas a sua própria incapacidade. Ele não deveria exigir a criação de uma lei — ou seja, ele não deveria pedir para o estado utilizar suas forças policiais com o intuito impor a compulsão e a coerção.
Em uma sociedade genuinamente livre, tal postura deveria ser inegociável.

Cinco argumentos conservadores em prol da descriminação das drogas
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2171
2171.png

A descriminalização do porte de drogas – uma política adotada com sucesso em Portugal e nos estados americanos de Washington e Colorado — que está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal, costuma ser uma bandeira da esquerda.
Mas os seus melhores argumentos vêm do outro lado da política
1. O argumento individualista
Projetos coletivos, sejam eles a cidade sem carros, a cruzada aos infiéis, a sociedade igualitária ou a sociedade totalmente sóbria, não devem se sobrepor à liberdade individual. O cidadão tem todo o direito de se recusar contribuir para um projeto da maioria – pois a liberdade individual é em si própria o bem público mais valioso.
O próprio Ludwig Von Mises já alertava para o perigo de conceder ao estado o poder de estipular comportamentos individuais. Disse ele:
O ópio e a morfina certamente são drogas nocivas que geram dependência. No entanto, uma vez que se admita que é dever do governo proteger o indivíduo contra sua própria insensatez, nenhuma objeção séria pode ser apresentada contra outras intromissões estatais à privacidade.
Ao abrirmos mão do princípio de que o estado não deve interferir em quaisquer questões relacionadas ao modo de vida do indivíduo, a inevitável consequência será a regulamentação e a restrição do comportamento de cada indivíduo aos seus mínimos detalhes.
[...]
Ao se abolir a liberdade de um homem em determinar o seu próprio consumo, todas as outras liberdades já estão, por definição, abolidas.
[...]
E por que limitar a benevolente providência do governo apenas à proteção do corpo? Por acaso os males que um homem pode infligir à sua mente e à sua alma não são mais graves do que os danos corporais? Por que não impedi-lo de assistir a filmes e a demais espetáculos de mau gosto? Por que não impedi-lo de ouvir músicas de baixa qualidade? Mais ainda: por que não proibi-lo de ler livros ruins? As consequências causadas por ideologias nocivas são, certamente, muito mais perniciosas, tanto para o indivíduo como para a sociedade, do que as causadas pelo uso de drogas.
A propensão de nossos conterrâneos em exigir uma proibição autoritária sempre que veem algo não lhes agrade, bem como sua solicitude em submeter-se a tais proibições mesmo que o proibido lhes seja agradável, mostra o quanto ainda permanece profundamente arraigado neles o espírito de servilismo. Serão necessários muitos anos de autodidatismo até que o súdito possa transformar-se em cidadão. Um homem livre deve ser capaz de suportar que seu conterrâneo aja e viva de modo diferente de sua própria concepção de vida. Precisa livrar-se do hábito de chamar a polícia sempre que algo não lhe agrada.
Aquele que quer reformar seus conterrâneos deve recorrer à persuasão. Esta é a única maneira democrática de se fazer mudanças. Se um indivíduo não é capaz de convencer outras pessoas a respeito de suas ideias, então ele deve culpar apenas a sua própria incapacidade. Ele não deveria exigir a criação de uma lei — ou seja, ele não deveria pedir para o estado utilizar suas forças policiais com o intuito impor a compulsão e a coerção.
Em suma, somos donos do nosso corpo. A soberania do indivíduo sobre o próprio organismo lhe dá o direito de nele introduzir quaisquer substâncias (inclui drogas) que desejar. Se o estado limitar esta liberdade, ele estará se apossando indevidamente do corpo das pessoas, violando a mais sacrossanta propriedade privada
O jurista Lysander Spooner distingue vício de crime. No primeiro, um homem prejudica apenas a si próprio, ao passo que, no segundo, ele vitima o próximo.
Usar drogas não agride outrem. Logo, não pode ser considerado um crime. Pode levar à ruína pessoal, mas uma pessoa não é verdadeiramente livre sem a liberdade de errar.
2. O argumento da moralidade
Existem muitos vícios que não devem ser criminalizados. Impor a lei moral contra esses vícios é função das famílias e das igrejas, não de políticos.
Conservadores que prezam a supremacia da família deveriam ter pavor da idéia de entregar a políticos o poder de legislar comportamento.
Não é minimamente racional um conservador autorizar o governo federal a se intrometer nos hábitos alimentares, alcoólicos ou tabagistas dos indivíduos. Com efeito, até o início do século XX inexistiam leis contra as drogas em praticamente todo o mudo. Naquela época, todas as drogas já eram liberadas. Heroína era vendida nas farmácias da Belle Époque como antitussígeno alternativo à morfina. Havia tônicos e analgésicos à base de cocaína ou ópio, mas o vício era raro. O terror que conhecemos hoje resulta da interferência estatal (vide item 4).
Se as drogas serão para uso médico ou recreativo é algo que não deve importar a um conservador. E também não deve importar a um conservador se o uso de drogas irá aumentar ou diminuir. Um governo que tem o poder de proibir substâncias nocivas ou práticas imorais é um governo que tem o poder de banir qualquer substância e qualquer prática. Sequer deveria existir algo como 'substância controlada'.
Um conservador que preza famílias mais fortes, igrejas mais sólidas, uma cultura mais vigorosa e uma ordem social mais robusta não pode terceirizar a políticos e burocratas a função de proibir, regular, restringir ou controlar o que um indivíduo deseja comer, beber, fumar, absorver, cheirar, aspirar, inalar, engolir, ingerir ou injetar em seu corpo.
Quando o estado assume o papel de regulador moral, as instituições que seriam naturalmente responsáveis pela moralidade se enfraquecem, abrindo mão de suas funções. O indivíduo se torna menos zeloso e mais dependente, sem falar no apelo do fruto proibido. A inibição moral do consumo de drogas cabe à família, religião, cultura, e não aos burocratas.
3. O argumento do mercado eficiente
As pessoas têm preocupações legítimas quanto ao que significaria a descriminalização delas. O consumo aumentaria? Provavelmente sim. As leis atuais de fato detêm algumas pessoas — portanto, há uma pequena fração da população que passaria a ter algum problema com as drogas caso a lei saísse da frente e parasse de impedi-las de experimentar. Isso é inegável.
Sob esse aspecto, as pessoas podem ser enquadradas em quatro categorias: (1) aquelas que não usariam drogas mesmo que elas fossem legais e gratuitas; (2) aquelas que podem experimentar um pouco, de maneira limitada, mas sem jamais ficarem viciadas; (3) aquelas que podem se tornar usuárias contumazes, mas que também podem ser ajudadas por meio de aconselhamento moral e educacional; e (4) as viciadas "naturais".
As categorias um e dois não representam problema social. A categoria três deve ser o alvo de nossos esforços anti-drogas, bem como de acompanhamento médico e de ajuda moral. A categoria quatro provavelmente não pode ser ajudada por nenhum meio humano. (E como as últimas décadas vêm mostrando, o governo não tem como fazer com que esses indivíduos patéticos se tornem abstêmios. Mas ele pode muito bem fazer com que esses indivíduos imponham miséria e sofrimento às pessoas inocentes.)
No entanto, pelo bem do debate, digamos que o número de viciados se multiplique depois de uma legalização completa. Isso criaria uma enorme oportunidade de mercado.
De um lado, empreendedores concorreriam entre si para produzir produtos com menor teor — foi o que aconteceu depois da liberação do álcool, nos Estados Unidos. Pelo mesmo motivo que um Black Label é bem mais seguro do que qualquer bebida destilada clandestinamente, as drogas legalizadas serão menos letais que as drogas do mercado negro (vide as causas do surgimento da metanfetamina cristal).
O mercado inevitavelmente impõe qualidade aos produtos.
Do outro, médicos, bioquímicos e farmacêuticos investiriam bilhões em pesquisa para ganhar dinheiro curando viciados. Já há diversas iniciativas assim.
Por exemplo, o médico brasileiro André Waismann, radicado em Israel, descobriu um método de menos de uma semana para reduzir o vício em opiáceos (heroína e morfina).
O combate ao vício de cigarros já está estabelecido, à base de antidepressivos e adesivos de nicotina. Eu um mundo no qual o consumo de drogas é livre, haveria muito mais dinheiro para inovações como essa. Em pouco tempo, resolveríamos a dependência como se ela fosse uma gastrite — comprando um remédio de R$ 8,90 na farmácia.
No que mais, em um mercado livre e desregulamentado os competidores desenvolveriam drogas recreativas e medicinais cada vez mais seguras, disputariam certificados de qualidade de empresas privadas e estariam sujeitos a processos judiciais em caso de fraude ou defeito. Estes selos privados teriam credibilidade porque estariam concorrendo no mercado e dependendo de sua reputação para sobreviver. Uma vida perdida por conta de um produto mal-testado pode significar sua falência.
4. O argumento da livre iniciativa
Atender à demanda do consumidor voluntário produzindo e vendendo algo que não causa danos a terceiros não é uma agressão. É isso que um vendedor de drogas faz.
Afirmar que um comerciante de ecstasy está agredindo uma pessoa que voluntariamente lhe procura e pede o fornecimento de seu produto faz tanto sentido quanto afirmar que a AmBev agride alcoólatras.
Impedir o livre comércio de drogas, por outro lado, gera guerras e leva à chacina de inocentes. Os mercados proibidos ou fortemente regulamentados são infestados de ofertantes inescrupulosos e violentos.
Empiricamente, já deveria estar mais do que óbvio que a violência anda de mãos dadas com os mercados que sofrem de ampla proibição estatal. Traficantes de drogas não são (completamente) imprudentes; eles operam pelo dinheiro. Para compensar o alto risco de se operar em um mercado que foi proibido pelo estado, os retornos monetários do comércio de drogas têm de ser astronômicos. Por isso, o benefício de se ganhar uma fatia de mercado no comércio de drogas é enorme. Cada novo cliente pode significar um lucro extra de milhares de dólares por mês.
Consequentemente, para os traficantes, faz sentido ficar rondando portas de escola, vendendo seus produtos para adolescentes, ou até mesmo dando amostras grátis para novatos. Ao passo que você nunca vê representantes da Kellogg's vendendo caixas avulsas de Sucrilhos para as crianças, pois o cliente adicional não compensa o custo, para um traficante tal estratégia faz perfeito sentido. Conquistar novos clientes, nem que seja apenas um, é algo muito mais valioso e lucrativo para quem opera nas indústrias proibidas do que para quem opera no setor livre.
É por isso que matar um rival — e com isso ganhar acesso a seus clientes — é muito mais lucrativo nos setores proibidos. As disputas territoriais de gangues rivais que ocorrem atualmente nas grandes cidades são decorrência da proibição das drogas. Essas disputas não ocorrem, como pensam alguns, porque o comércio de cocaína seja algo intrinsecamente "louco" ou "insensato".
A repressão estatal elimina os produtores comuns, fazendo os preços dispararem. O aumento do potencial de lucro atrai pessoas com habilidades criminosas e dispostas a tudo para ampliar sua fatia de mercado.
Quando o estado ameaça prender os produtores de um determinado bem, ele acaba alterando os incentivos de mercado, de modo que a violência passa a ser muito mais lucrativa para essa indústria. Consequentemente, aquelas pessoas que têm predisposição para ser assassinas cruéis ganham um incentivo adicional com a política de ilegalidade de certos mercados, o que permite que elas prosperem e se tornem muito ricas em uma sociedade cujas leis antidrogas são rigorosas.
A indústria impedida é então dominada por quadrilhas, e a inevitável consequência são os conflitos armados entre os concorrentes. A criminalidade vai se alastrando por toda a sociedade.
Logo, as leis antidrogas acabam por fazer com que sociopatas possam ganhar milhões por ano vendendo drogas — sendo que com esse dinheiro ele agora poderá comprar armas automáticas, contratar capangas, subornar policiais e se tornar o rei das ruas.
Com a Lei Seca (1920 — 1933), quando a produção e a venda de bebida alcoólica foram banidas nos EUA, homicídios dispararam. Em 1929, a máfia de Al Capone metralhou homens do concorrente Bugs Moran em uma disputa por mercados de álcool em Chicago. Hoje, é inimaginável que a Budweiser mande explodir a Heineken. Por outro lado, vemos a brutalidade dos narcocartéis no México, onde há 8 mil homicídios anuais ligados à guerra contra as drogas.
5. O argumento politicamente incorreto
Proibir as drogas é nivelar por baixo: restringir a liberdade dos bravos e fortes, que saberiam se controlar e ter uma relação saudável com as substâncias alucinógenas, em nome dos impotentes que se tornariam viciados.
Uma sociedade pode ser caridosa com os fracos, mas não deve se guiar por eles. Proibir as drogas em nome de potenciais viciados é cultuar a mediocridade. Isso não é postura de um conservador.
_
Autores:
Leandro Narloch
, jornalista e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, e do Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, além de ser co-autor, junto com o jornalista Duda Teixeira, do Guia Politicamente Incorreto da América Latina, todos na lista dos livros mais vendidos do país desde que foram lançados.
Laurence Vance, acadêmico associado ao Mises Institute, escritor freelancer, professor adjunto de contabilidade da Pensacola Junior College, em Pensacola, Flórida, e autor dos livros Social Insecurity, The War on Drugs is a War on Freedom, King James, His Bible, and Its Translators e War, Empire, and the Military: Essays on the Follies of War and U.S. Foreign Policy.
Lew Rockwell, chairman e CEO do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do website LewRockwell.com, e autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.
 
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As drogas abusam dos seus usuários, estrupam o seu corpo e desequilibram a sua mentes, de semelhante maneira é o estrupo praticado contra as mulheres.

Eu já entendi que é obsessão.

Maconha é um psicotrópico, pode desencadear adicção... pessoas adictas não pensam em nada além de adquirir o entorpecente...adictos cometem ilícitos contra o patrimônio pra adquirir dinheiro ou bens pra revender e adquirir o entorpecente... isso cria um ciclo desgraçado de m**** que perdura em cada município brasileiro... eu trabalho em uma cidade pequena e temos como "subordinada" uma outra cidade menos da metade menor ainda... e ainda sim tem traficante em todas elas, é igual padaria, farmácia, etc... é uma praga!



Esse cenário não existe, pois maconha é totalmente diferente de cigarro ou bebida (apesar de ambos matar igualmente) pois é um psicotrópico que inclusive dá entrada pra outras drogas "mais pesadas" (cocaína é no mesmo nível da maconha na minha opinião, e crack é o "outro nível" que tanto falam).

Infelizmente legalizar maconha não está dando certo nem mesmo na Holanda, quiçá aqui no Brasil.

Tem viciado em remédio, álcool, tem viciado em tudo que abusar e não tiver a cabeça correta, agora vai proibir todo mundo pq alguns fazem m**** e ficam viciados? E duvido muito que com maconha alguém saia por ai matando ou roubando para sustentar vício, ocorre muito mais com cocaína e outras drogas estimulantes....

Você deve economizar um monte com mercado já que da para plantar um monte de coisa na sua casa.

Tenho hortelã, goiabeira e jaca aqui, plantar ervas e especiarias não é incomum em lugar nenhum...
 
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