Não defendo o Luxa, mas demitir ele hoje é só tapar o sol com peneira. Demite ele e traz outro técnico "medalhão". Não muda nada. Elenco anacrônica e topo de comando sem pulso. De novo, só muda com a eleição (com sorte).
As pessoas falam que é preciso correr atrás para não perder o ano, de modo a não se passar vexame "nas copas". Mas o ano já está efetivamente perdido.
O que poderemos fazer é correr atrás para garantir a vaga na Libertadores e não sair logo de imediato nas etapas eliminatórias das copas. Ou seja, o que o palmeirense quer a esta altura do campeonato é somente ter o direito de se iludir um pouquinho mais (pois, não, nós não alcançaremos nem o Flamengo e nem o Atlético MG no Brasileirão).
Está tudo contaminado, do próprio topo da cadeia de comando, na figura do presidente, até os jogadores. Um círculo virtuoso propriamente dito só retornará com mais um mandato do Paulo Nobre à frente da presidência, um "tiquinho assim" de paciência e bastante trabalho por trás (e, por que não, sorte também).
Temos que conseguir um treinador top, vários jogadores tops, um diretor de futebol com os contatos do Alexandre Mattos (mas com um pouquinho mais de transparência) e, é claro, um presidente habilidoso, minimamente entendedor de futebol, palmeirense até a alma, carismático, com bom traquejo político e com pulso firme (Paulo Nobre).
Tudo o que nós poderemos fazer agora é, novamente repetindo, garantir uma posição decente no Brasileirão para a disputa da Libertadores, e um pouco de lastro nas copas (isto é, um masoquismo prolongado até o momento certo da eliminação).
Isto dito, se o Palmeiras agisse agora, talvez (e somente talvez) ainda poderíamos beliscar uma Copa do Brasil, vez que é eliminatória (mas menos competitiva do que a Libertadores) e onde o melhor elenco nem sempre vence, vez que não se trata de uma extenuante competição cumulativa de pontos corridos.
Se o Palmeiras, ainda que por um milagre, conseguisse um bom treinador e, ao dispensar peças-chave da atual tiriça do seu elenco, também conseguisse algumas boas peças de reposição, acho que ainda poderíamos tentar conseguir uma Copa do Brasil. Mas eu não acredito em nenhuma das outras duas competições. Este seria o nosso horizonte máximo.
Mas qual treinador gabaritado aceitaria pegar um Palmeiras com a atual tiriça, no meio do ano, com a atual pressão interna e externa, a imensa dificuldade de se realizar grandes contratações, o orçamento apertado e uma enorme expectativa? Pois é. Fica a sensação de que acabaremos por trocar seis por meia dúzia demitindo o Luxa agora.
Mas talvez a troca ainda seja a diferença entre estar na zona da Libertadores e talvez não estar, ou entre sair nas copas ainda no seu início ou um pouquinho mais adiante, de modo a tentar salvar um pouco o nosso palmeirense orgulho ferido.