Mas e a auto regulação do mercado? Não estaria mexendo artificialmente no valor da moeda?
Não, esse é um erro comum.
Câmbio flutuante só é aceito por economistas de algumas escolas porque estes levam em conta um conceito
político, e não uma unidade
econômica.
Para
Chicago o câmbio subir é a mesma coisa que a carne e os legumes ficarem mais caros. Eles acham que "incomoda um pouco", mas não que traz efeitos ruins para a economia. No máximo, eles entendem que há um aumento da inflação, e deve ser contido com juros.
Se câmbio flutuante fosse bom, então deveriam existir taxas de câmbio entre os estados brasileiros. Imagina que beleza que seria?
Imagine uma taxa de câmbio flexível entre os estados de Rio de Janeiro e Minas? Isso seria um incentivo ao livre comércio e aos investimentos ou uma barreira?
Se os estados adotassem câmbios flexíveis entre si, os efeitos seriam nefastos para o comércio e o investimento, com os estados fazendo guerra cambial e impondo tarifas protecionistas. Felizmente não é assim.
Não faz sentido (a menos para protecionistas) defender câmbio flutuante entre países, mas "câmbio fixo" entre estados e cidades.
Taxas de câmbio flutuantes introduzem incertezas indesejadas nos mercados, imponto barreiras ao livre comércio e, principalmente, aos investimentos. O investidor vira muito mais um especulador do que meramente um investidor.
O ideal é que todas as moedas fossem todas atreladas ao ouro (o que faria com que a taxa de câmbio entre elas fosse fixa). Não sendo isso possível, a segunda melhor possibilidade
seria o seu país atrelar sua moeda ao ouro. Nesse caso, haveria câmbio flutuante em relação a todas as outras moedas, mas ao menos a sua seria estável (ela teria uma definição exata e bem definida).
A terceira melhor hipótese é ancorar a moeda a outra moeda forte, por meio de um
Currency Board ortodoxo (fixando o valor da moeda ao dólar por exemplo, como feito em países como Cingapura).
A quarta hipótese é supply-side economics (aplicado durante durante a era Regan na Reaganomics), com o banco central funcionando como guardião da moeda (e fazendo o possível para resguardá-la de verdade, o que não tem sido feito pelo nosso BC).
A quinta e última é deixar logo o dólar circular livremente, como foi feito no
Peru.