Bom dia Têtas.
Clipping de notícias do Green.
Resumo de 3ª (24/08/2021)
Manchetes
CORREIO BRAZILIENSE – Governadores exigem polícia na “legalidade”
O ESTADO DE S. PAULO – Doria afasta coronel; PMs em atos preocupam governadores
O GLOBO – Governadores alertam para ação política das PMs
O chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 da Polícia Militar de SP, coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por determinação do governador João Doria (PSDB). A decisão foi tomada após o Estadão informar que o oficial usou rede social para fazer críticas ao STF, a Doria e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Lacerda pediu a participação de “amigos” nas manifestações do dia 7 de setembro, postura que se repete com relação a militares de pelo menos outros cinco Estados (RJ, SC, ES, CE e PB). A preocupação com os atos foi um dos assuntos de reunião, ontem, de 25 governadores. Sobre o 7 de Setembro, eles disseram que não se trata de impedir a livre manifestação de expressão. O que tem marcado a organização de atos autoritários são os apelos por ruptura institucional, com ameaças de invasão do STF. Os governadores decidiram propor a Jair Bolsonaro e aos outros chefes de Poderes uma reunião de pacificação e de normalização institucional do País.
FOLHA DE S. PAULO – Bolsonaro insufla protestos; governadores pedem diálogo
O presidente Jair Bolsonaro quebrou a promessa feita à liderança da Câmara de respeitar a decisão do Congresso contra o voto impresso e voltou a questionar o sistema, bandeira com que insufla bolsonaristas a questionarem as eleições de 2022 em atos no 7 de Setembro. “A gente espera que tenhamos eleições limpas, democráticas e com contagem pública de votos no ano que vem”, disse à Rádio Regional, de Eldorado (SP), citando um suposto ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral. A acusação, sem prova, já o levou a ser investigado no inquérito das fake news. A investida de Bolsonaro contra o Judiciário, que culminou com seu pedido pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o deixou mais isolado, preocupa auxiliares próximos como o secretário-geral da Presidência, general da reserva Luiz Eduardo Ramos. Os governadores estaduais, que participaram ontem de reunião ordinária de seu fórum, decidiram pedir um encontro com o presidente na próxima semana para tentar abrir diálogo. Eles temem o esgarçamento institucional e o seu impacto também sobre a economia do país.
Valor Econômico – Negócio de R$ 3,2 bi confirma boom do ensino a distância
Numa transação que poucos acreditavam, a Vitru — dona da Uniasselvi — fechou nesta segunda-feira (23) a aquisição da UniCesumar numa transação de até R$ 3,5 bilhões, cujo pagamento será em dinheiro e ações. A informação foi antecipada pelo Valor no último dia 5. Fundada em Maringá (PR), a Cesumar era cobiçada por todo o setor há anos porque reúne uma combinação matadora: tem cursos de ensino a distância de qualidade (nota máxima no MEC) e graduação de medicina — os dois segmentos são os que mais crescem e ganharam ainda mais relevância na pandemia. A nova companhia passa a ter 635 mil alunos no ensino a distância, considerando os dados até março, e encosta na Kroton, líder do setor que, no período, contava com 695 mil estudantes nessa modalidade de aprendizado. A Uniasselvi divulga seus dados do segundo trimestre daqui dois dias e, se continuar crescendo na mesma proporção dos períodos anteriores, tem chances da nova companhia se tornar líder nesse mercado. O valor do negócio ficou estabelecido em R$ 3,2 bilhões, o que representa 12,4 vezes o Ebitda. Deste montante, 62,9% serão quitados em dinheiro e 19,4% em novas ações a serem emitidas pela Vitru.
Notícia do dia
Aras é acusado de ‘interceptar’ representação que lhe imputa prevaricação - Às vésperas da sabatina que pode validar sua recondução ao cargo por mais dois anos, o procurador-geral da República, Augusto Aras, precisa lidar com a resistência declarada de colegas subprocuradores. Nesta segunda-feira, 23, cinco membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal, órgão comandado pelo próprio Aras, acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que um pedido de investigação contra ele seja analisado pelo colegiado. O pedido tem origem em uma representação enviada ao Conselho Superior do MPF por um grupo de subprocuradores aposentados que atribuíram a Aras o crime de prevaricação (quando um servidor público não toma determinada ação que lhe compete em benefício de terceiros) para favorecer o presidente Jair Bolsonaro. Os conselheiros alegam que a cúpula da PGR ‘interceptou’ um despacho do subprocurador José Bonifácio de Andrada, vice-presidente do colegiado, que determinou a livre distribuição da representação, e ‘desviou’ o processo para o gabinete do próprio Aras. Na sequência, o caso foi encaminhado pelo procurador-geral da República para o vice-procurador Humberto Jacques de Medeiros, que atua diretamente com ele, no que os conselheiros chamaram de uma ‘ação ágil, celeremente coordenada e bem orquestrada’. O grupo alega estar em curso uma ‘manobra’ para impedir o Conselho Superior do Ministério Público Federal de analisar a representação criminal contra Augusto Aras.
Primeiras páginas
Bolsonaro recua de veto ao orçamento secreto - Após reconhecer que as emendas de relator-geral atrapalham a política fiscal e podem prejudicar a condução de políticas públicas, o presidente Jair Bolsonaro, sob pressão do Centrão, recuou e sancionou a previsão de pagamento dessas emendas, identificadas no Orçamento pelo código RP-9, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. Com isso, os parlamentares poderão indicar esses recursos no Orçamento do ano que vem, em período eleitoral. O Centrão não estava disposto a abrir mão dos repasses bilionários e, segundo o Estadão apurou, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), atuou pela manutenção das emendas de relator. O modelo, revelado pelo Estadão, vem sendo usado pelo governo para “cortejar” deputados e senadores aliados com repasses do Orçamento da União a municípios e Estados de seus redutos eleitorais, sem que seus nomes sejam divulgados, diminuindo a possibilidade de fiscalização e controle. A decisão de manter essas emendas foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), contrariando o anúncio do governo, feito na sexta-feira, de que as modalidades de emenda seriam vetadas.
Fogo destrói dois terços de parque em SP; fuligem atinge cidades - No esforço de combate ao incêndio no Parque Estadual do Juquery, na Grande São Paulo, enquanto dois helicópteros da Polícia Militar despejavam sobre o fogo água recolhida de um lago, ontem, brigadistas, agentes da Defesa Civil, bombeiros(foto) e voluntários, num total de cerca de 200 pessoas, carregaram reservatórios de 20 quilos com água nas costas por vários quilômetros, floresta adentro, para tentar apagar as chamas com o uso de esguichos, informa Gonçalo Junior. O fogo espalhou fuligem por cidades e bairros a dezenas de quilômetros de distância. A prefeitura de Franco da Rocha estima que o fogo tenha consumido pelo menos 60% do parque, de 2 mil hectares. O incêndio teria começado após a queda de um balão.
Cidade de SP terá ‘passaporte da vacina’ em eventos e jogos - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou que a cidade passará a exigir a apresentação de um “passaporte da vacina” para a entrada em congressos, feiras de negócios, jogos de futebol e outros tipos de eventos. O estabelecimento que estiver com um frequentador que não recebeu nenhuma dose do imunizante contra a covid-19 será multado. Indagado em coletiva de imprensa, Nunes chegou a confirmar que haveria exigência do comprovante na entrada de bares e restaurantes. Mais tarde, porém, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse ao Estadão que a verificação não será obrigatória para esse tipo de estabelecimento e o comércio em geral. Segundo ele, a prioridade é a cobrança do “passaporte da vacina” na entrada de congressos, jogos de futebol e outros eventos. A comprovação poderá ser feita com a carteirinha de vacinação e por meio de um aplicativo que está em fase de testes e será lançado até sexta-feira, com leitura por QR Code. O app estará hospedado na plataforma esaúde. A identificação poderá ser feita por dispositivos eletrônicos como tablet, celular e assemelhados.
Energia já subiu 7% no ano, fora a bandeira tarifária - A crise hídrica neste ano já deixou a conta de luz mais cara, devido à taxa adicional para fazer frente ao custo das térmicas, mas os reajustes anuais também pesaram. Desde janeiro, as tarifas para os consumidores residenciais subiram, em média, 7,15%. E a tendência é de piora. Cálculos preliminares da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que as tarifas podem subir, em média, 16,68% em 2022, em plena disputa eleitoral. A Aneel já atualizou as tarifas de 30 concessionárias de distribuição, que servem a 16 Estados. Consumidores de alguns municípios de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, atendidos pela Energisa Sul Sudeste, tiveram o reajuste mais alto até agora: 11,29%. Já moradores atendidos pela Cemig, em Minas Gerais, e pela Sulgipe, que atende os municípios em Sergipe e na Bahia, não tiveram reajustes neste ano ou as contas ficaram ligeiramente mais baratas, respectivamente.
Governo define as regras para racionar de energia -O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, definiu as regras para o início do programa voluntário de deslocamento do consumo de energia destinado a grandes consumidores que prevê a redução da demanda em horários de pico, reduzindo riscos de apagões. A medida, aguardada desde o agravamento da crise energética, entrou em vigor nesta segunda-feira (23) com a publicação de uma portaria no Diário Oficial da União. No entanto, para que o plano seja implementado na prática, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) precisa publicar suas diretrizes. A expectativa do mercado é que isso ocorra dentro de uma semana. Com a demora e o agravamento da crise hídrica, grandes companhias vinham se inscrevendo no programa de economia de energia do ex-presidente Michel Temer em vigor pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Braskem, Gerdau, Cimentos Apodi, Rima, dentre outras companhias intensivas no consumo de energia, já aderiram ao programa para tentarem uma saída à energia produzida pelas térmicas, quase dez vezes mais caras do que as hidrelétricas.
Cheias castigam o sul dos EUA - As inundações que afetam o Estado de Tennessee, no sul dos EUA, deixaram pelo menos 22 mortos e 50 desaparecidos, segundo autoridades locais. Duas das vítimas eram irmãos gêmeos de 7 meses. As chuvas são consideradas históricas pelos meteorologistas. O Estado foi atingido por tempestades que chegaram a registrar 38 centímetros. “Antes do dilúvio de sábado, a pior tempestade registrada nesta área do centro do Tennessee foi de 23 centímetros”, disse Krissy Hurley, do serviço meteorológico de Nashville, capital do Estado. Estradas rurais, rodovias estaduais e pontes foram destruídas e milhares de casas ficaram sem energia elétrica. A inundação arrancou árvores e casas e atirou carros e caminhonetes em valas e galpões, além de devastar outras estruturas.
Consumo familiar está abaixo do pré-covid - Embora a atividade econômica como um todo tenha, no primeiro trimestre, retomado o ritmo observado antes da pandemia de covid-19, o consumo das famílias, principal componente do Produto Interno Bruto (PIB) sob a ótica da demanda e motor da economia até 2019, segue um passo atrás. Em junho, o volume de bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras estava 0,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) obtidas pelo Estadão/Broadcast. Enquanto o consumo de bens não duráveis (como alimentos e cosméticos) e de bens duráveis (como eletrodomésticos) já superou a pré-crise sanitária, o de serviços (bares e restaurantes, por exemplo) e de bens semiduráveis (como roupas e calçados) permanece aquém, com dificuldades de recuperação. A avaliação parte dos dados desagregados do Monitor do PIB, indicador da FGV. O consumo de serviços ainda está 1,8% aquém do patamar antes da crise sanitária, enquanto o de bens semiduráveis permanece 6,2% abaixo do nível de fevereiro de 2020.
Novo IR dá vantagem a pessoas jurídicas - Com uma nova tentativa de votação prevista para esta semana na Câmara, o projeto que altera o Imposto de Renda pode aprofundar o “fosso” que existe hoje entre a tributação que é cobrada do empregado com carteira assinada e a dos sócios de empresas que pagam pelo lucro presumido, um regime de tributação simplificado, muito usado por médicos, advogados, dentistas, contadores e economistas. Essas distorções podem fazer, por exemplo, com que a alíquota que incide sobre a remuneração de um sócio, que hoje já é três vezes menor do que a de um trabalhador assalariado, fique em alguns casos até cinco vezes mais baixa. Se o parecer do relator do projeto, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), for aprovado como está, estimulará ainda a ampliação do fenômeno que existe no Brasil de “pejotização”, atesta o economista Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal. A “pejotização”, que nasceu em meados da década de 90 e proliferou nos anos seguintes, tem feito com que profissionais se transformem em sócios de empresas dos regimes simplificados de tributos (Simples e lucro presumido) para pagar menos imposto e mascarar um vínculo empregatício. Do jeito que está, a reforma pode fazer, inclusive, com que as empresas se fragmentem para manter a isenção. O parecer beneficia, principalmente, profissionais liberais, como advogados, médicos e economistas, de renda alta e média alta. Segundo Appy, acima de R$ 5 mil já é muito vantajoso uma pessoa física “virar” empresa do Simples.
Estados querem compensação para apoiar texto do IR - Para apoiar o projeto de reforma do Imposto de Renda, os estados pedem que o governo federal crie um mecanismo para evitar perdas de arrecadação. O Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda) ainda calcula que o projeto poderá reduzir em cerca de R$ 14 bilhões por ano a receita de estados e municípios. A reforma do IR prevê um corte na arrecadação do tributo, que é compartilhado com governadores via FPE (Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal). O governo e o Congresso pretendem tentar uma nova votação do projeto na Câmara nesta semana, mas ainda não há apoio dos governos estaduais.
Ruralista vai depor na PF com escolta de tratores - O presidente da Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Antônio Galvan, chegou à sede da Polícia Federal em Sinop (MT) cercado de tratores. Ele foi se apresentar para depor após ser alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na semana passada. Galvan é acusado de financiar os atos contra a Corte e a favor do presidente Jair Bolsonaro impulsionados pelo cantor Sérgio Reis. As manifestações estão marcadas para o dia 7 de setembro. A casa do produtor rural foi alvo de ação de busca e apreensão pela Polícia Federal na sexta (20), mas ele não estava no local. A medida foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e inclui o cantor Sérgio Reis. O ministro do Supremo ainda determinou outras três medidas: os investigados estão proibidos de se aproximar no raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília, dos integrantes do STF e dos senadores; bloqueio imediato dos perfis de titularidade dos requeridos e bloqueio da chave Pix que estava angariando fundos para manifestações.
Estudo vê avanço de fake news a partir de 2015 - Páginas do Facebook classificadas como propagadoras de notícias falsas começaram a crescer em postagens e interações a partir de 2015, quando avança a pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), evoluíram durante a campanha eleitoral de 2018, atingiram picos nos primeiros meses da pandemia, em 2020, e decaíram a partir do inquérito das fake news, do STF (Supremo Tribunal Federal). Essas são algumas conclusões de um estudo inédito de pesquisadores da Universidade Positivo, de Curitiba, envolvendo eleições, redes sociais e democracia. Os dois primeiros relatórios da análise —que ainda vai contar com outros enfoques— foram acessados com antecedência pela Folha. O trabalho usa dados do CrowdTangle, aplicativo de navegação no Facebook que segue o conceito de posts mais populares, e abrange páginas consideradas produtoras e difusoras de fake news em relatório de abril de 2020 da CPMI das Fake News no Congresso. O primeiro recorte do estudo analisou a fundo as publicações e interações de 27 perfis do Facebook desde 2010 até 2020.
24 haitianos são encontrados vivos entre escombros - Uma semana após um terremoto de magnitude 7,2 atingir a parte sudoeste do Haiti, 24 pessoas foram encontradas vivas na região montanhosa do Pic de Macaya, localizada entre as cidades de Les Cayes e Jérémie, duas das mais afetadas pelo tremor. Dos sobreviventes, quatro são crianças. Segundo informou a Proteção Civil haitiana neste domingo (22), o grupo foi transportado de helicóptero para a cidade de Camp-Perrin, a noroeste de Les Cayes, para receber assistência médica e alimentar. Não foram divulgados detalhes de como eles passaram os dias desde o sismo. A contagem oficial de mortos após o abalo que atingiu o país em 14 de agosto subiu para 2.207 no último fim de semana. Ao menos 344 pessoas estão desaparecidas, e outras 12.268, feridas.
Sem resistência, Aras deve ficar à frente da PGR - Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para mais dois anos no cargo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, será sabatinado, hoje, às 10h, no Senado. Parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa decidirão se ele está apto a continuar na função. A expectativa é de que a sessão seja marcada por questionamentos sobre a atuação dele à frente da Procuradoria-Geral da República, especialmente sobre eventuais omissões em casos que poderiam impactar o chefe do Executivo e seus aliados. A recondução de Aras, no entanto, é dada como certa entre os próprios senadores, apesar de ele não integrar a lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O PGR é bem-visto entre parlamentares por ter inviabilizado a Operação Lava-Jato e ter pedido a investigação de procuradores que integravam a força-tarefa. Designado relator da sabatina na CCJ, Eduardo Braga (MDB-AM) já havia adiantado ao Correio, na semana passada, que acredita na aprovação do nome de Aras. Ontem, ele apresentou um relatório favorável à recondução. No documento, o senador enfatizou a carreira acadêmica e profissional do PGR, além de suas contribuições ao Ministério Público da União nas áreas ambiental, eleitoral, administrativa, criminal, social, educacional, entre outras.
Notícia-crime - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou, ontem, o pedido dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Fabiano Contarato (Rede-ES) para investigar Aras por suspeita de prevaricação, pois teria se omitido diante de condutas “arbitrárias” de Bolsonaro. Na decisão, Moraes apontou falta de indícios para a abertura de inquérito, pois, segundo destacou, não havia elementos suficientes para enviar o caso ao Conselho Superior do Ministério Público, responsável por averiguar irregularidades de funcionários do Ministério Público. De acordo com o ministro, para configurar a prevaricação, é necessário que, além da vontade livre e consciente de realizar o ato, o funcionário público precisa demonstrar interesse em fazê-lo. Para o magistrado, esses elementos não foram encontrados na denúncia dos parlamentares.
General vê bravatas sobre o 7 de setembro - O general Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal, não acredita em qualquer possibilidade de fechamento do Congresso ou do Supremo Tribunal Federal (STF) por grupos de bolsonaristas radicais no próximo 7 de setembro. A avaliação foi feita, ontem, em entrevista ao CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Segundo ele, há muita bravata e discurso inflamado nas redes sociais por parte dos apoiadores do presidente da República. “É pior o silêncio do lobo do que o latido do cão”, comparou Chagas. Por latido do cão, entenda-se a gritaria por conta das recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, que alcançara, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o cantor sertanejo Sérgio Reis e outros que vinham propondo gestos extremos contra o Congresso e STF. “Não acredito que irá acontecer”, apostou o militar da reserva. Para Chagas, a melhor solução contra a crise institucional fomentada por Bolsonaro é o diálogo. “E se ninguém fizer isso, penso que as instituições mais vocacionadas para mediar conflitos são as Forças Armadas. É como se elas fossem o lado fiel da balança, e, por isso, podem estimular o diálogo. Se a desordem tomar conta do Brasil, a missão cairá nas mãos das FAs, que vão estabelecer a lei e ordem, conforme prevê a Constituição”, explicou. Segundo o general, os militares devem ser imparciais, razão pela qual não devem tomar partido nas brigas da República. Ele se mostrou contrário à politização da caserna, tal como Bolsonaro vem forçando. E criticou a postura do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Destaques
Lula se encontra com Tasso, Cid Gomes e Eunício no Ceará - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta segunda-feira, 23, com os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Cid Gomes (PDT-CE) em Fortaleza, em agendas distintas, além do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). Os encontros concretizam um movimento de Lula em direção a lideranças contra as quais disputou eleições nos últimos anos mirando na sucessão presidencial de 2022, em oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Lula viajou ao Ceará e havia pedido, há uma semana, reunião com Tasso. O encontro durou aproximadamente uma hora e ocorreu no escritório particular do tucano. A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), e o ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE), acompanharam Lula na agenda. Após a conversa, o senador afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a conversa girou em torno do cenário atual da política brasileira, da importância da defesa intransigente da democracia, do fortalecimento das instituições e do compromisso de resistência a qualquer ato ou medida que ponha em risco a democracia no País. De acordo com o tucano, nenhuma aliança eleitoral entrou na pauta. Após a conversa com o senador do PSDB, Lula se encontrou com o senador Cid Gomes (PDT), irmão do ex-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes, que vem intensificando ataques ao petista, e com o governador Camilo Santana (PT). Além disso, teve uma agenda com o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB).
Em baixa, Mendonça ganha concorrentes - Após mais de um mês de sua indicação oficial para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça parece ter sido abandonado pelo presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União iniciou uma jornada de conversas com senadores antes mesmo de ser escolhido para o posto — aberto com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello —, a fim de conseguir apoio na Casa. Não há, porém, sequer uma data para a sabatina de Mendonça. A depender da vontade dos parlamentares, esse processo deverá se arrastar por tempo indeterminado, já que não há previsão constitucional de prazo para apreciar o nome de um indicado à Suprema Corte. A falta de apoio público de Bolsonaro está sendo avaliada como um desinteresse do presidente em tornar Mendonça um ministro do STF. A iniciativa do chefe do Executivo teria sido apenas para cumprir a promessa de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” à Corte. Nos últimos dias, novos nomes têm sido ventilados para o lugar que seria de Mendonça. Um deles é o de Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem demonstrado interesse na vaga, ao se omitir em posicionamentos da Corte contra Bolsonaro. Outro nome possível é o de Augusto Aras, que deve ser reconduzido ao cargo de procurador-geral da República — a sabatina dele no Senado está marcada para hoje.
O termômetro da semana - A sabatina do procurador-geral da República, Augusto Aras, é vista no Planalto como o termômetro de como o governo será tratado no plenário do Senado. Isso porque, até o momento, o único colegiado que tem servido para que os governistas sintam a temperatura é a CPI da Covid, onde os aliados e os “independentes” estão em minoria. Na Comissão de Constituição e Justiça, porém, o jogo é considerado mais equilibrado, e as falas dos senadores, hoje, darão o tom do que o governo pode esperar para a reta final de 2021. Não darão, porém, para medir as chances do ex-advogado geral da União André Mendonça ser aprovado para o Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação é a de que, depois do pedido de impeachment de Alexandre Moraes, o governo terá que refazer todo o jogo por ali.
PF passa por momento tenebroso - Ex-superintendente da Polícia Federal do Amazonas e autor de notícia-crime contra o ex-ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), o delegado Alexandre Saraiva classifica como “tenebroso" o atual momento da PF e diz que há uma sanha por parte da atual direção para calar policiais. A pedido de Paulo Gustavo Maiurino, diretor-geral, o órgão abriu um procedimento disciplinar para apurar a ida de Saraiva, em junho, a uma edição do Roda Viva, da TV Cultura, sem autorização formal da direção da PF, que alega descumprimento de uma instrução normativa. O delegado apresentou na manhã desta segunda (23) sua defesa, à qual o Painel teve acesso. Saraiva esteve à frente da operação Handroanthus, classificada como a maior apreensão de madeira ilegal da história do país, em dezembro de 2020. Ele foi trocado do cargo de superintendente da PF no Amazonas por decisão de Maiurino um dia depois de enviar ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra o então ministro do Meio Ambiente. O novo diretor-geral tinha acabado de tomar posse. Internamente, justificou que a decisão estava tomada antes do documento. O delegado se diz perseguido pela direção e se defende mencionando decisão recente do STF que reconhece o direito de manifestação por parte de servidores públicos. “A decisão do STF não poderia ter chegado em melhor hora, ante a sanha para calar policiais que, no cumprimento do seu dever funcional, atingem os grandes criminosos do nosso país”.
Guedes diz que não há descontrole da inflação - O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta segunda-feira (23) que não há descontrole da inflação no país. Estimativas de analistas do mercado financeiro, divulgadas pelo Banco Central, apontam que o IPCA (índice oficial de inflação) deverá superar 7% neste ano. Em evento virtual com empresas do varejo brasileiro, Guedes disse que, quando a inflação “sobe um pouco”, há afirmações de que os preços estão se elevando de forma descontrolada. “Não há descontrole. A inflação está subindo no mundo inteiro”, afirmou. O ministro citou que a inflação nos Estados Unidos deve ser de aproximadamente 7%. “A nossa ser 7% ou 8% também; estamos dentro do jogo”, completou.
Caminhoneiros divididos - Caminhoneiros em diferentes pontos do país agora estão divididos em relação às manifestações agendadas por grupos bolsonaristas para o dia 7 de setembro. Para lideranças mais antigas da categoria, que comandaram paralisações anteriores, os caminhoneiros precisam manter o foco e se mobilizarem para fazer a defesa de seus pleitos, em especial a mudança na política de preços de combustíveis e a defesa dos pisos mínimos para o frete —bandeiras não contempladas, avaliam, pelo movimento em curso. As manifestações na semana da pátria têm como metas apoiar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fazer oposição aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e defender a volta do voto impresso. Esse grupo argumenta que foi traído pelo agronegócio após a grande paralisação em 2018 e não teria razões para apoiar fazendeiros e pecuaristas, que estão entre incentivadores da mobilização e buscam a adesão dos caminhoneiros. Mas mesmo essa parcela já admite que a decisão de participar ou não vai acabar sendo individual, pois novos grupos de caminhoneiros têm defendido a adesão por convicções políticas, rachando a categoria.
Fachin nega pedido da CPI para suspender investigação da PF - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido feito pela cúpula da CPI da Covid, que queria suspender uma investigação anunciada pela Polícia Federal (PF) para apurar o vazamento de informações na comissão. Fachin rejeitou o pedido porque, após ter anunciado a investigação, a PF informou que ainda não o havia aberto e que pediria autorização ao STF para fazê-lo. O pedido ao STF foi feito pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Dirigentes partidários alertam para ‘risco Pazuello’ nas PMs - Presidentes de partidos ouvidos pela Coluna do Estadão são unânimes em afirmar que foi correta a postura adotada pelo governo paulista de afastar imediatamente o coronel da PM Aleksander Lacerda. Segundo eles, o campo democrático precisa responder à altura às ameaças de ruptura na ordem institucional, punindo e expondo casos em que limites foram extrapolados.
Eles alertam para o “risco Pazuello”: o temor de que militares da ativa em corporações de polícia e Forças Armadas passem a se manifestar partidariamente, uma transgressão de disciplina. O general, ex-ministro da Saúde, subiu em carro de som com Jair Bolsonaro. E ficou por isso mesmo. Para os dirigentes, a razão da “contaminação” das corporações tem nome: Jair Bolsonaro. “É o papel a que se presta o presidente. Essa direita que estava no armário será um grupo de inocentes úteis se forem nessa linha (de rasgar a Constituição)”, diz Carlos Lupi, presidente do PDT. Segundo Luciano Bivar (PSL), partidos devem estar vigilantes quanto à cooptação das polícias. “Executivas nacionais têm a obrigação de externar o alarmismo dessa onda. A preocupação é grande.” Carlos Siqueira (PSB): “É preocupante quando líderes de instituições que a rigor deveriam servir ao Estado se transformam em militantes”. Para Eduardo Ribeiro (Novo) e Gleisi Hoffmann (PT), é preciso reforçar a defesa da Constituição diante da postura de Bolsonaro e seus seguidores, em sentido oposto. “Temos que reforçar a ideia de que existe uma linha que não pode ser cruzada. No episódio do Pazuello, o Exército optou por não conferir nenhuma punição. Espero que a Corregedoria da PM/SP seja mais rigorosa”, diz Ribeiro. “O caso de Pazuello acabou repercutindo. Não podemos colocar em risco as conquistas da Constituição”, diz Gleisi. Juliano Medeiros, do PSOL: “Corporações não podem ter envolvimento político-partidário. É curioso, porque sempre que esses trabalhadores reivindicam melhores salários ou condições de trabalho, esse aspecto é levantado. Mas quando vemos movimentos de extrema-direita infiltrados nas forças de segurança, muitos consideram normal.”
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Pedido de desculpas do Green
Gostaria de pedir desculpas a todos que por ventura ofendi neste tópico. Vou postar de forma a não usar palavras que os outros possam sentir-se atacados.
Como diz Flea do Red Hot Chili Peppers: "Sejam bonzinhos uns com os outros."