@Warrior.of.Ice
Essa pasta da OS me ensinou que tudo que não é a tal Direita (que é mostrada como a coisa mais sensacional do universo) é esquerda
exatamente tudo ... qualquer coisa
não há centro, não há meio termo ...
é a direita contra o mundo inteiro malvado de esquerda
todo o mainstream é de esquerda, praticamente qualquer entretenimento, é de esquerda
não sei se teve algum tipo de atualização, mas era essa a pegada
Passei anos da minha vida nessa ilusão [que acaba sendo boba] de neutralidade. Demorou um tanto para eu perceber como as coisas acontecem. Um tanto até demais.
Por falta de acesso, tecnologia, comunicação... demorei pra ter computador, celular... anos na juventude votando no PT "porque sim", porque o povo do bairro dizia que tinha que votar em "gente da gente", porque o amigo paga-pau de comunista que já fazia faculdade e eu ainda não dizia e atestava que era o correto... porque o senso comum das pessoas já estava contaminado por essa verdadeira lavagem cerebral cultural que sofremos nos últimos 30 e poucos anos.
Agradeço a Deus por ser de 1977 e ter idade para lembrar de como o nosso senso comum já foi muito mais prático, racional e lógico.
Minha infância é de uma época em que o senso comum preparava as pessoas para a vida fazendo elas encararem a vida, não as fazendo culpar os outros e não se aceitarem, não aceitarem o próprio sexo, não aceitarem os próprios pais, não aceitarem a cor do muro da escola, etc. Era óbvio e claro a todos [como o céu é azul] que cada um devia responder pelos seus próprios atos, assumir culpas e responsabilidades e não ter vergonha ou medo de ser bom naquilo em que de fato era bom porque algum encostado desinteressado se sentiria inferior e prejudicado [Andrew Ryan feelings].
Era simplesmente normal rirmos das trapalhadas feitas por um negro [Mussum] e rirmos dele, da cara dele, das piadas que faziam dele... sem medo nem frescura. Tanto que até hoje é o Trapalhão mais amado. Exaltávamos um nordestino como grande artista comediante [Didi], sem rótulos, sem regionalismo.. Pessoas dos mais variados perfis eram recebidas e reconhecidas por seu talento genuíno.
Ney Matogrosso sempre reconhecido por seu talento musical, Astolfo Barroso Pinto [a Rogéria] sempre bem recebida em diversos programas de auditório. O próprio Clodovil Hernandes era também figura frequente em programas veiculados à família brasileira tradicional [que de uma hora pra outra virou homofóbica, fascista, racista, etc.].
O Brasil nunca foi perfeito, mas, ao menos nas questões mais práticas da realidade humana éramos muito mais espontâneos, criativos, honestos e responsáveis. Perdemos muito em espontaneidade nos últimos 30 anos. Hoje, dão margem até pra questionar respeitar alguém mais velho ou idoso. Dão margem para questionar literalmente qualquer ideia ou conhecimento fruto histórico da tentativa e erro, "pega mal" falar em valores morais, defendem o uso livre e recreativo de entorpecente como se fosse algo que sempre "dá certo, sim".
Tudo isso foi a m**** da Esquerda que fez e provocou e não as pessoas normais que só querem viver a sua vida em paz, com respeito e responsabilidade. Sou filho de baianos, mãe branca e pai preto. Tenho uma cor bem "meio a meio", mas só depois de muito tempo parei pra pensar nas pessoas que já problematizaram a minha cor nos mais diversos ambientes. Num lugar, eu era "claro demais" pra ser considerado negro. No outro eu era "escuro demais" pra ser considerado pardo. Fui ver e é tudo esquerdista. Para meus outros amigos conservadores e liberais, isso nunca importou ou virou assunto.
Pessoas normais vivem a realidade prática. Quem tem "ideologia" e tenta moldar a realidade a ela é a Esquerda. Só. Nunca vou ver de outra forma.