Uncharted só se tornou "Uncharted de verdade" no dois. Sim, o primeiro é um ótimo game de ação com gráficos de destaque no PS3, mas ele ainda se nos aparentava um pouco como que um inacabado esboço inaugural de si próprio, como se ainda lhe faltasse um "algo mais" arrebatador para "completamente ser si próprio" (e faltava mesmo: lançar o segundo! A sua "repetição propriamente dita").
Among Thieves não se tornou somente "o Indiana Jones dos videogames" e "o Tomb Raider da Sony e da Naughty Dog", como até mesmo retroativamente os reinventou. O que nos parecia ser somente uma "subespécie" de um gênero anterior (Tomb Raider nos games, e Indiana Jones nos filmes) reemergiu agora como "a própria essência eterna ideal do próprio original em si"! Querem uma prova disto? Então apenas observem em quem os mais novos Tomb Raiders foram buscar uma renovada fonte de inspiração (sim, na própria "cópia" em si, em Uncharted).
Como eu já disse antes, a identidade do primeiro game ainda estava muito vinculada a algo ainda um pouco vago, a um esforço da Sony de ter um exclusivo que pudesse, à sua própria maneira, bater de frente com o graficoso game de ação da Microsoft (Gears of War). No primeiro, Uncharted ainda era aquele insosso (ainda que já promissor, bonito e divertido) jogo de ação algo genérico, como que uma desculpa narrativa para nos apresentar um graficoso jogo AAA Sony exclusivo para "nos mostrar bem a cara do PS3" (o que o segundo fez ainda mais decididamente, "como deveria ser").
Até o seu modo online era uma delícia de ser jogado. Foi uma daquelas compras que eu senti "caramba, essa valeu mesmo a pena!". Também foi deste jogo em diante que a Naughty Dog se tornou Naughty God, uma produtora digna de figurar ao lado de lendas como a Rockstar, a Bethesda e a Nintendo. Isto dito, confesso que o três ainda me decepcionou um pouco - mas aí a Naughty foi mais uma vez "travessa" e nos deu The Last of Us (e o resto é história).