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Vocês brasileiros se consideram ocidentais? O ocidente acha que não.

jose nunes

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A matéria é velha, mas a discussão é válida. Vocês acham que são ocidentais, ou acham que os europeus e estadunidenses estão corretos em nos renegar?




08/12/2012 | 08:26 | MULHERES PELO MUNDO | ATUALIDADES | MULHERES PELO MUNDO

Vivendo e aprendendo. A jornalista Gisela Anauate, que mora na França, onde faz doutorado em literatura, acaba de sofrer um abalo em sua identidade.
fotogianauate.jpg
Esta semana, numa conversa entre brasileiros num bar em Paris, uma menina me perguntou o que eu achava do fato de não ser ocidental. Entendi na hora a pergunta. Já havia passado por esta terrível descoberta há pouco mais de três anos, quando me mudei para a Europa para fazer mestrado. Alguns textos que lia e certos comentários que ouvia de professores davam a entender que o que os europeus entendiam por Ocidente não incluía a América Latina. Isso me deixou confusa. Do ponto de vista estritamente geográfico, me parecia claro que o Brasil ficava na parte ocidental do mundo. Mas obviamente o que estava em jogo não era o quão longe ficamos do Japão no mapa mundi, mas uma ideia de civilização e de cultura. O que ainda me parecia absurdo. “Tenho que te contar algo”, disse ao meu marido. “Acho que eu e você não somos ocidentais”. Depois de entender que eu não estava inventando uma forma estapafúrdia de discussão da relação intelectualizada, ele me tranquilizou dizendo que éramos ocidentais, sim. Afinal, o Brasil foi colonizado por Portugal e a nossa cultura sempre teve e continua a ter uma relação estreita com as culturas europeias. Não fazemos parte de outra civilização que tenha se construído paralelamente à ocidental, como a China. Palavra de historiador.
Porém, continuei encafifada. A prova se revelou na biblioteca, enquanto estudava um livro de teoria literária em que um respeitado professor italiano opunha claramente a “literatura ocidental” (leia-se europeia e norte-americana) à “literatura latino-americana”. Dei um gritinho selvagem que deve ter assustado os ocupantes ocidentais da biblioteca.
Ser da América latina ou da América do Sul é naturalíssimo, o que me incomoda é não poder ser também ocidental. Como assim, dividem o mundo em Ocidente e Oriente e a gente lá no Brasil fica sem nenhuma fatia do bolo? E o pior: os europeus viajaram, colonizaram terras distantes, mataram um monte de índios, impuseram suas línguas e suas culturas e agora dizem que não têm nada a ver com isso? Calma lá. A gente é Ocidente, sim, e por culpa deles! Curioso como os norte-americanos, que, assim como nós, são filhos de imigrantes e escravos, gozam do status de ocidentais sem a menor titubeação por parte dos europeus…
Sim, temos especificidades brasileiras – e uma das mais interessantes é o mix de povos que nos constituíram. Mas incrivelmente a Europa multicultural de hoje ainda tem dificuldade de entender isso: muitos europeus (inclusive alguns bem instruídos) esperam sempre que os brasileiros deem demonstrações de exotismo tropical-sambístico-futebolístico e nunca lembram que a nossa cultura deriva também da cultura deles. Não estou falando só de uma visão do Brasil como paraíso das férias para gringos, mas da forma restrita como muitos europeus enxergam (na verdade, imaginam) nossa produção cultural e intelectual. Tenho a impressão de que se eu mudasse o título da minha tese de doutorado para “Vai, Brasil: Um estudo da ginga na técnica do enjambement usada na poesia contemporânea brasileira sob os auspícios do caudilhismo neo-barroco”, eu ia ganhar um prêmio antes mesmo de começar a escrever. Ou será que eu devia compor um samba?
Aqui outra matéria falando da não ocidentalização latino-americana.
Se não somos ocidentais o que diabos nós somos? Aborto da natureza? O cocô dos europeus? Ameríndios africanos? Ó duvida cruel.
O mapa ocidental em azul escuro:
Clash_of_Civilizations_map.png
 

jose nunes

Bam-bam-bam
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Frase do The Econimics que reitera a nossa não ocidentalização:

"China’s arrival has improved Africa’s infrastructure and boosted its manufacturing sector. Other non-Western countries, from Brazil and Turkey to Malaysia and India, are following its lead. Africa could break into the global market for light manufacturing and services such as call centres. Cross-border commerce, long suppressed by political rivalry, is growing, as tariffs fall and barriers to trade are dismantled."

tradução:
"A chegada de China melhorou a infra-estrutura da África e impulsionou seu setor manufatureiro. Outros países não-ocidentais, Brasil, Turquia, Malásia e Índia estão a seguir o seu exemplo. A África poderia invadir o mercado mundial de fabricação de luz e serviços como call centers.O comércio transfronteiriço, muito reprimido pela rivalidade política, estão em crescimento, enquanto as tarifas caem e as barreiras comerciais são desmanteladas."

http://www.economist.com/node/21541015
 


Coffinator

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Se nós não somos ocidentais, o que porra é Portugal, que criou a gente?
 

Tatuira Mamicuda

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Um macaco verde vindo das selvas amazônicas que dá choquinho e grita matiz em inglês... Meus parabéns, você é um espécime raro.

Falando sério.

Óbvio que ser "ocidental" para os países desenvolvidos envolve questões econômicas, politicas e étnicas e não apenas geográficas.

Mas não vejo importância nisso, é querer fazer parte de algo que não nos quer por perto. Acredito que o fator de exclusão é étnico, não somos caucasianos.
 

Acteon

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E tal observação tem tais aplicações na vida das pessoas:











Fim
 

Cadelão

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Sou o que sou. Sou o que quero ser. Se você se importa com o que os outros falam de você, meus pêsames. Acho que está precisando rever seus conceitos. Abraços.
 

Lost Angel

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Ocidente e Oriente é só uma questão de eurocentrismo. Tem lugares da Europa que conseguem ser piores que a África em termos de desenvolvimento (e isso dentro de países ditos "civilizados")... Sendo franco, eu preferia ser marciano que ficar nessas babaquices de estudiosos entediados.

Mas respondendo ao tópico, eu sou humano e vivo nesse mundo junto com vocês.
 

dk120

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A definição de ocidental, oriental, etc, depende muito do contexto.

Culturalmente, por exemplo, somos inegavelmente um país do ocidente. Fomos colonizados e herdamos o idioma de um país ocidental e nossa religião predominante é cristã.

Agora economicamente e politicamente, acredito que latino-americano seja a mais adequada mesmo.
 

jose nunes

Bam-bam-bam
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Falando sério.

Óbvio que ser "ocidental" para os países desenvolvidos envolve questões econômicas, politicas e étnicas e não apenas geográficas.

Mas não vejo importância nisso, é querer fazer parte de algo que não nos quer por perto. Acredito que o fator de exclusão é étnico, não somos caucasianos.

Cara eles consideram o Japão ocidental.

Eu sou branco.
 

Pingu77

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Discussão bem estúpida e o mapa que o autor do tópico postou logo em seguida já foi bem contestado, desmentido e já recebeu alternativas mais razoáveis.

O Brasil, assim como esmagadora parte do resto da América Latina, tem como base uma cultura de origem europeia que se constitui em cristianismo e uma história política comum (domínio de monarquia e depois instituições greco-romanas pós-Revolução Francesa).

Isso sem falar em pensamento e literatura, entre outros hábitos e tradições menos visíveis como alimentação, vestimenta, etc.

Ainda mais, durante a Guerra Fria estávamos do lado de quem? (Mesmo com ditaduras e induzidos a isso com ajuda das elites nacionais.)
 

brazil123

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Eu não sou nem ocidental e nem oriental,sou um Hue Br Br!!!:coolface
 

jose nunes

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Sou o que sou. Sou o que quero ser. Se você se importa com o que os outros falam de você, meus pêsames. Acho que está precisando rever seus conceitos. Abraços.

A questão não é essa. Quem aqui de fato não se considerava ocidental?
 

antonioli

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Não sei, mas o que importa é que todos sabem que nossa capital é Buenos Aires.
 

Marbow

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Sinceramente estou pouco me ferrando para isso. Ocidental, oriental, que os dois se abracem e se explodam junto com o brasil xD

Draminha sem noção.
 

Pingu77

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Esse trecho de um artigo da Wikipédia é bem interessante:

Huntington on Latin America

A controversial theory of Huntington is that he considered the possibility of Latin America being a separate civilization from the West, but also mused that it might become a third part (the first two being North America and Europe, forgetting Oceania) of the West in the future. The term Latin America in itself is a French invention to denote American countries of Iberian heritage to remember them in a way of their closer linguistic and cultural relatives in Europe, and an approach to diminish the growing influence of the Anglosphere countries in the region, and some countries, such as Portuguese-speaking, largely either itself-identified or Lusophone-identified (rather than latino-identified, a – mostly Hispanic – strongly shared identity that generally emerges while in diaspora rather than natively), historically largely Francophile Brazil, and Marxist-Leninist, historically largely Hispanophile Cuba, do not necessarily fit more to the group in relation to other Western nations in various factors. Therefore, many believe this view would be another event of U.S. American generalizations and little knowledge on the region's cultures' and peoples' realities and their individualities.

Huntington did not present any evidence that Latin Americans see themselves as foreign in comparison to other Western cultures, or even a probably existing Western point-of-view of Latin Americans as foreigners in relation to Europeans and their direct descendants (though hardly for reasons other than the mixed-race descent pervasive among them, as, just like in its ruling colonial powers, both the Renaissance and the Enlightenment were strongly felt in the region). With the Latin American racial whitening policies, reflecting a still living regional tendency to the preference of imitating or prizing not only North American and European appearance, but also fashion, cultural taste and items, political values and even lexicon or given names (known as mentalidade de colonizado, "colonized mentality", in Portuguese), it seems more ludicrous that the reality is most often quite the reverse, i.e., that Latin Americans, especially those from Brazil and the Southern Cone, would be readily phobic about being otherized by Westerners and put in the same category as their often ridiculed or disparaged worker classes and rural people, or poorer neighboring and close cultural relative nations, and thus, as a consequence, also phobic to being seen as collectively very "different" or "especial" in general.

Generally speaking, the current consensus would locate the West, at the very least, in the cultures and peoples of Europe, the United States, Canada, Australia, New Zealand, and parts of Latin America like Argentina, Brazil, Uruguay and Chile. There is debate among some as to whether Latin America is in a category of its own. [15][16][17]
 

Marbow

Bam-bam-bam
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A questão não é essa. Quem aqui de fato não se considerava ocidental?

Eu não me considero ocidental /o/

Mas isso é pq meus pais não são do brasil, então eu nasci aqui, mas a maioria dos meus costumes não são daqui.
 

Guicicca90

Bam-bam-bam
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tá bem claro que essa divisão foi realizada mais por questões econômicas/políticas do que culturais em si

percebam como eles excluem o leste europeu pobre (inclusive a grécia, que é o berço da filosofia ocidental) mesmo tendo uma similaridade cultural grande.

reparem nas filipinas em que eles enfiam um pouquinho de western (o que não faz sentido nenhum)

reparem como só o japão é separado do resto da ásia (já que se aliou bem antes aos estados unidos, pôde sair do status de pobre)

e o próprio EUA tem as mesmas raízes culturais da américa latina, mas são considerados western tranquilamente (então o critério é maior ou menor miscigenação, o que não faz sentido)

essa divisão aí é furada
 

jose nunes

Bam-bam-bam
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Discussão bem estúpida e o mapa que o autor do tópico postou logo em seguida já foi bem contestado, desmentido e já recebeu alternativas mais razoáveis.

O Brasil, assim como esmagadora parte do resto da América Latina, tem como base uma cultura de origem europeia que se constitui em cristianismo e uma história política comum (domínio de monarquia e depois instituições greco-romanas pós-Revolução Francesa).

Isso sem falar em pensamento e literatura, entre outros hábitos e tradições menos visíveis como alimentação, vestimenta, etc.

Ainda mais, durante a Guerra Fria estávamos do lado de quem? (Mesmo com ditaduras e induzidos a isso com ajuda das elites nacionais.)

Não é pra mim que você tem que dizer essas coisas. Quem acha o contrário são os gringos.
 

Guilge

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tudo mimimi,no mais se perguntarem o que você é suba em uma mesa e grite bem alto
Eu sou br porra:brbr
 

Alberon

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Quando uma pessoa não tem muito o que fazer, fica caçando problemas para encher a cabeça com coisas inúteis.
Deve ser o caso dessa mulher. :facepalm
 

okita

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Em relação a posição geográfica somos ocidentais e é apenas isso que define a divisão, agora se formos nos basear em outros critérios notadamente bloco econômico, língua entre outras coisas o que sugere a divisão acima citada, teria um bom debate do que essa classificação quer dizer. O fato é: independente do que dizem isso não determina o que você é em si , o fato de se considerar uma coisa ou outra não faz diferença efetiva sobre nada e a vida segue lol
 

Landstalker

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Edward Said já argumentava isso décadas atrás.

Ele mesmo escreveu um livro chamado Orientalismo, onde os termos cunhados tais como Oriente e Ocidente é puramente uma visão eurocêntrica da coisa e para melhor "tachar" os povos em seu processo discriminatório. Que é o que vemos desde épocas passadas e perdura até hoje.

É claro essa visão do "ocidentalismo" como uma forma não somente cultural, mas econômica, já que o Brasil geograficamente está claramente incluído na "zona ocidental" e se tivesse uma economia de primeiro mundo e com problemas sociais reduzidos, seria um dos "parceiros" do bloco dos ocidentes.

Não me assusta já que os Estados Unidos marca a área da Amazônia como sendo um território do mundo, enquanto o Grand Canyon é de quem?
 
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