The Last Temptation of Christ (1988)
É uma adaptação extremamente sóbria da vida do jesus cristo e do evangelho, mesmo que eles ainda citem que não há embasamento do livro gospel. Traz de formas mais realistas as ideias do pensamento de cristo à vida humana, montando-o inicialmente, mas não só no preâmbulo, e sim durante praticamente toda a película um jesus cristo mais humano, mais entregue à vida mamífera e carnal que todo ser humano possui. Assim sendo, ele surge apenas como uma pessoa habitual, sem se elevar à máxima santidade como muitos outros jesuses já o fizeram, mas peca ainda em elevar Deus ao maximo grau de adoração e até pavor. É esse Deus cristão que me incomoda tanto, com seus mandamentos esdrúxulos e vazios, que pessoalmente, me fizeram até a não possuir nenhuma religião (já fui católico). hoje até acredito em deus, pesando de não possuir nenhuma religião, mas não esse deus judeu, e sim meu único deus. mas fugi completamente do assunto lol.
Gostei bastante de ver o Willem Dafoe (eterno duende verde) (galãzasso) como jesus, ficou muito bom, transmitiu muito bem as angustias do nazareno, em muitos momentos escrachado como um verdadeiro medrosão cagão, medo (como próprio jesus cita) e confuso por muitas vezes, adjetivos que era o que ele deveria ter mesmo pra tentar seguir a ordem de seu deus, e não ser um sabidão como muitas outras mídias já o fizeram por aí ao retratar sua historia, ou seja, alguém que se surpreende com seus ordenamentos e teme por suas correções.
Vale o destaque para a ideia da escolha do jesus, que só agora me toquei segue basicamente a ideia da escolha do representante de Buda, da religião do Budismo, em filme que tbm assisti recentemente do diretor Martin Scorsese,
Kundun (1997), um 'deus' escolhe seu representante em terra para propagar sua palavra aos outros irmãos, só que no budismo, temos os representantes que procuram o novo dalai lama, já no cristianismo e outras religiões adjacentes ou similares, deus se evoca a determinadas pessoas, mas já escolhendo seu representante. Chega a ser irônico.
Faço a semelhança dessa obra de jesus cristo ainda com a vida do filosofo antigo grego e, um dos mais importantes, Sócrates. Assim como Jesus Cristo, Sócrates, foi acusado de desvirtuar as ideias do império, e por isso foi condenado a morte, cito de forma bem resumida mesmo. como já mencionei, um dos mais importantes, e melhores filósofos da história (junto com Platão), possui uma historia de vida semelhante a de jesus cristo. outra ironia.
Por fim, saliento ainda para o ultimo ato do filme, que foi espetacular, o longa se encaminhava para uma avaliação tanto quanto baixa em minha visão, mas este ultimo ato, e principalmente os últimos minutos o fizeram subir mais em minha opinião. Lembrando traços do diretor Quentin Tarantino (lol) um ultimo ato com ótimo plot twist, longasso, tanto é que fez o filme ser do tamanho que é, gigante, e bem polêmico e renovador. muito top. destaque para a beleza da garota angelical escolhida, excelente escolha, perfeita mesmo. Esta ultima parte é polêmica e vindo de um diretor bastante cristão, em pleno final dos anos 80 demonstra que tem muita gente religiosa que precisa abrir a cabeça.
E, falando sobre a ideia de pregações, que podem ser observadas tanto nesse, mas como no Kundun, bem, é aquilo que sempre cito sobre religiões (o mesmo vale para o budismo, mas não só budismo, mas islamismo, hinduísmo etc e o c***lho a quatro): no papel, em teoria, são lindas e perfeitas, mas quando vamos à pratica e ao pensamento dos seguidores, praticamente tudo se perde, e só resta ódio, julgamentos, exclusões, proibições e praticamente tudo que é de ruim.
The King of Comedy (1983)
Filme bastante divertido e esquisito. O longa expõe a vida 'maluca e difícil' do show business televisivo, mas focando principalmente aos late shows. Excelente ideia, jamais imaginei que os fãs fossem loucos dessa forma por apresentador de late show lol. Claro, o filme é ficcional, mas é uma ideia que não tinha passado ainda pela minha cabeça. Seguindo os loucos fanboys e principalmente girls dos anos 50 e 60 de Elvis Presley, como exemplo, nesse temos pessoas esquisitas loucas pelo antagonista e extremamente bem sucedido apresentador do late show Jerry Langford, interpretado muito bem pelo sempre inesquecível Jerry Lewis.
Mais uma vez Robert deniro é o protagonista de um filme do Martin Scorsese e mais uma vez destrincha muito bem como o extremamente esquisito Rupert Pupkin. Seu personagem, e todo filme ainda lembra a historia do esquisito The Cable Guy (1996) do Ben Stiller, com o Jim Carrey, ou seja, o filme traz inúmeras cenas de vergonha alheia, humor negro, e momentos embaraçosos.
No filme, usa-se o nome The Jerry Langford Show, como nome do late show do personagem, mas tenho certeza que sua inspiração foi o septuagenário The Tonight Show, importante late show, e um dos pioneiros a serem criados, principalmente por se passar em New York (mas um dos inúmeros filmes do diretor que se passa em sua cidade natal), a loucura e ambição do povo pra apresentar esse programa já não é de hoje em dia, com certeza é algo que dá muita visualização pra quem está no programa e no comando dele, através disso se dá para medir a sanidade do protagonista e sua amiga, sem falar dos fãs do personagem, deste filme em questão rsrs. Hoje em dia, é apresentado pelo fraquíssimo Jimmy Fallon, que sucedeu Jay Leno, ao expulsar o melhor de todos, Conan O'brien, mas divago.
É um filme divertido e até engraçado, embora ainda assim eu esperasse mais comédia, pois titulo é chamativo pra mim, até demais. Vale pela historia, excelente roteiro, e pela ignorada (mais uma vez pela academia) atuação do Robert Deniro e da Sandra Bernhard, que interpreta uma amiga do protagonista. Jerry Lewis ficou top também.
Enfim esse foi o ultimo filme do meu diretor favorito que faltava pra mim ver. definitivamente o cara só fez obras fodas. se alguém quiser alguma recomendação do Martin Scorsese é só pedir, mas digo logo que não é todo mundo que curte ele.