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Não sei se já foi postado, pelo menos aqui na pasta esporte não achei... vi em outro fórum, nem sabia que tinha passado no Esporte Espetacular, aliás nem ando vendo TV mesmo...enfim, segue....
https://globoesporte.globo.com/prog...jogador-brasileiro-esta-preso-na-russia.ghtml
Contratado para trabalhar com jogador, brasileiro está preso na Rússia
Robson Oliveira trocou Nova Iguaçu por Moscou a convite da família de Fernando, mas foi detido por causa de remédios presentes em mala encomendada pelos parentes do volante
Por Leslie Leitão e Marcelo Courrege — Rio de Janeiro e Moscou
01/09/2019 12h04 Atualizado há 23 minutos
A bola é o sonho de vida de nove entre dez jovens brasileiros. Raríssimos são os que chegam ao futebol profissional. Mais raros ainda os que fazem fortuna. Esses casos especiais proporcionam vida confortável para suas famílias e muitas outras ao redor. Esta reportagem conta uma história diferente. A trama envolve um homem humilde da Baixada Fluminense que recebe uma proposta para trabalhar em Moscou a serviço de um jogador com passagem pela Seleção.
O sonho de mudar de vida desmoronou. Hoje, o homem que saiu de Nova Iguaçu está preso na gelada cidade de Kashira, a 110 quilômetros de Moscou.
Personagens principais:
• Fernando - volante revelado pelo Grêmio, estava no Spartak Moscou até julho deste ano, quando se transferiu para o Beijing Guoan;
• Raphaela Rivoredo - esposa de Fernando;
• Sibele Rivoredo - sogra de Fernando;
• William Pereira de Faria - sogro de Fernando;
• Simone Barros - cozinheira convidada por Sibele para trabalhar na casa de Fernando e Raphaela na Rússia;
• Robson Oliveira - marido de Simone, recebeu proposta para ir a Moscou com a mulher e trabalhar como motorista e funcionário de Fernando e Raphaela;
• William Rodela - espécie de funcionário de Fernando na Rússia, ficou encarregado de buscar Simone e Robson no aeroporto em Moscou.
O personagem central dessa história é o volante Fernando, de 27 anos. Cria do Grêmio, foi convocado para todas as seleções de base e esteve no grupo da equipe principal que conquistou a Copa das Confederações de 2013 no Maracanã. O jovem cuja carreira decolava foi logo seduzido pelos dólares do então emergente mercado ucraniano, que desembolsou R$ 36 milhões para levá-lo. Campeão pelo Shakhtar Donetsk, depois jogou na Sampdoria, da Itália, até ser vendido, em 2016, para o maior clube da Rússia, o Spartak Moscou.
Mesmo longe dos holofotes e, naturalmente, das listas da Seleção, o jogador angariou respeito na Rússia e virou ídolo da fanática torcida do Spartak. Fernando faz parte dessa lista de casos raros de meninos que desejam ganhar a vida jogando bola e conseguem chegar lá. E foi na esteira desse sucesso que outro personagem começou a sonhar.
Robson do Nascimento Oliveira, 46 anos, ex-fuzileiro naval, desempregado, vivia na conta do chá em Nova Iguaçu ao lado da mulher a quem se uniu cinco anos atrás. Cozinheira de mão cheia, Simone Damazio de Barros foi quem abriu a janela de um futuro melhor para o casal, no fim do ano passado. Indicada por uma amiga, ela recebeu uma mensagem em seu WhatsApp no dia 29 de novembro de 2018.
"Eu quero muito que você vá trabalhar com a minha filha fora do Brasil. Por isso convenci a ela que você é uma boa opção para eles. Mas é inegável a necessidade de termos uma experiência antes, então pensei na tentativa de encontrar uma solução, e o que achei é que você poderia trabalhar quatro dias fixos, de quarta a sábado, e você terá três dias livres pra pegar suas diárias, e a outra cozinheira trabalha os outros três dias. Nas festas ela trabalha no Natal, porque você já tem uma ceia, e no Ano Novo você trabalha com a gente. O que você acha?", enviou Sibele Rivoredo, sogra do jogador e espécie de governanta da família.
A cozinheira topou o desafio inicial, no Rio de Janeiro. Passou o último réveillon na cozinha da mansão do volante no Condomínio Del Lago, na Barra da Tijuca, preparando o banquete da festa da família do jogador.
A proposta de largar tudo no Brasil e seguir para a Rússia era assustadora - cultura e hábitos totalmente diferentes, distância, língua estranha e um país de inverno rigoroso -, mas ao mesmo tempo tentadora, em razão da proposta salarial de R$ 8 mil - praticamente sem gastos, já que teria teto e comida em Moscou.
Sibele, a sogra de Fernando, foi mais direta em outra mensagem para Simone.
"Acho também que você tem que pensar que se a gente quer buscar melhorias a gente tem que arriscar um pouco. E o que você tem certo hoje não é suficiente pra você viver, né?!Com base no que você me falou. Então, é uma oportunidade e você vai ter que fazer uma escolha, porque na vida a gente faz escolhas dos nossos caminhos e são apostas. Nesse caso nós estamos apostando em você e você em nós. Preciso da sua resposta hoje, porque não tenho mais tempo. Te aguardo. Obrigada".
Somados, salários do casal chegariam a R$ 14 mil em Moscou
Em casa, Simone encontrava resistência: o marido não gostou muito da ideia de ficarem separados por tanto tempo. A cozinheira, então, fez a contraproposta: queria mais um emprego para Robson ir junto para a Rússia. Sibele aceitou. Negócio fechado. Ele trabalharia ajudando na casa e como motorista, recebendo mais R$ 6 mil. A soma dos salários do casal (R$ 14 mil mensais) fez os dois projetarem um futuro melhor.
- Sabíamos que não seria fácil, mas valia o sacrifício. Trabalhando um ano ali, construiríamos nossa casinha - diz a cozinheira.
O casal nunca tinha viajado de avião na vida. Não tinha passaporte, nada. O estafe de Fernando, então, deu início ao processo para levá-los a Moscou.
- Fomos fazer nosso passaporte em Niterói, porque sairia mais rápido. Eles pagaram e marcaram tudo - lembra Simone.
No dia 9 de fevereiro, Robson e Simone fizeram um registro fotográfico já dentro do avião, orgulhosos, rostos colados e sorrisos abertos. Era a decolagem em busca da melhoria de vida. Ou deveria ser. Minutos antes do embarque, porém, o motorista da família de Fernando, identificado como Leandro, chegou ao aeroporto Tom Jobim com três malas. Dentro delas havia encomendas da família do jogador.
"Quando chegar lá, vai ser (sic) duas malas grandes e uma de mão pro Robson num carrinho. Aí no outro carrinho você põe duas malas e sua bolsa (Simone e Robson levavam uma mala pessoal cada). Não passa três malas num carrinho não que chama atenção e eles vão parar. E duas malas é normal. Então você passa duas malas de um e duas de outro, tá?!", disse Sibele num áudio de orientações para Simone.
Simone e Robson garantem desconhecer que, em meio às encomendas, havia remédios tarja preta que, no Brasil, só podem ser adquiridos com receita médica. E eles atravessaram o portão de embarque no Rio de Janeiro sem as receitas prescritas na bolsa.
[...]
Linha do tempo:
29/11/18 - Simone recebe a primeira mensagem de Sibele chamando a cozinheira para trabalhar na casa de Fernando e Raphaela em Moscou.
31/12 - Como teste, Simone trabalha na festa de réveillon de Fernando e Raphaela no Rio de Janeiro.
9/2 - Simone e Robson embarcam para a Rússia com três malas cheias de encomendas da família de Fernando e Raphaela.
10/2 - Casal é detido no aeroporto por causa de remédios presentes em uma das malas e liberado após 17 horas. Investigação continua.
17/3 - Fernando e Raphaela voltam a Moscou após período de férias.
18/3 - Robson, Fernando, Raphaela e Rodela vão à delegacia do aeroporto em Moscou. Robson presta depoimento, fica preso e segue para a unidade penal de Kashira, a uma hora e meia da capital.
25/3 - William Faria, sogro de Fernando, deixa a Rússia.
25/3 - Preso, Robson presta depoimento pela segunda vez.
30/3 - Em reunião na casa de Fernando, celulares de Robson e Simone somem da bolsa da cozinheira.
31/3 - Simone volta ao Brasil.
6/6 - Fernando presta depoimento à polícia.
14/6 - Sibele volta ao Brasil.
4/7 - Preso, Robson presta depoimento pela terceira vez.
12/7 - Raphaela presta depoimento à polícia.
30/7 - Fernando se transfere do Spartak para o Beijing Guoan
Agora sério, que pilantragem é essa?
https://globoesporte.globo.com/prog...jogador-brasileiro-esta-preso-na-russia.ghtml
Contratado para trabalhar com jogador, brasileiro está preso na Rússia
Robson Oliveira trocou Nova Iguaçu por Moscou a convite da família de Fernando, mas foi detido por causa de remédios presentes em mala encomendada pelos parentes do volante
Por Leslie Leitão e Marcelo Courrege — Rio de Janeiro e Moscou
01/09/2019 12h04 Atualizado há 23 minutos
A bola é o sonho de vida de nove entre dez jovens brasileiros. Raríssimos são os que chegam ao futebol profissional. Mais raros ainda os que fazem fortuna. Esses casos especiais proporcionam vida confortável para suas famílias e muitas outras ao redor. Esta reportagem conta uma história diferente. A trama envolve um homem humilde da Baixada Fluminense que recebe uma proposta para trabalhar em Moscou a serviço de um jogador com passagem pela Seleção.
O sonho de mudar de vida desmoronou. Hoje, o homem que saiu de Nova Iguaçu está preso na gelada cidade de Kashira, a 110 quilômetros de Moscou.
Personagens principais:
• Fernando - volante revelado pelo Grêmio, estava no Spartak Moscou até julho deste ano, quando se transferiu para o Beijing Guoan;
• Raphaela Rivoredo - esposa de Fernando;
• Sibele Rivoredo - sogra de Fernando;
• William Pereira de Faria - sogro de Fernando;
• Simone Barros - cozinheira convidada por Sibele para trabalhar na casa de Fernando e Raphaela na Rússia;
• Robson Oliveira - marido de Simone, recebeu proposta para ir a Moscou com a mulher e trabalhar como motorista e funcionário de Fernando e Raphaela;
• William Rodela - espécie de funcionário de Fernando na Rússia, ficou encarregado de buscar Simone e Robson no aeroporto em Moscou.
O personagem central dessa história é o volante Fernando, de 27 anos. Cria do Grêmio, foi convocado para todas as seleções de base e esteve no grupo da equipe principal que conquistou a Copa das Confederações de 2013 no Maracanã. O jovem cuja carreira decolava foi logo seduzido pelos dólares do então emergente mercado ucraniano, que desembolsou R$ 36 milhões para levá-lo. Campeão pelo Shakhtar Donetsk, depois jogou na Sampdoria, da Itália, até ser vendido, em 2016, para o maior clube da Rússia, o Spartak Moscou.
Mesmo longe dos holofotes e, naturalmente, das listas da Seleção, o jogador angariou respeito na Rússia e virou ídolo da fanática torcida do Spartak. Fernando faz parte dessa lista de casos raros de meninos que desejam ganhar a vida jogando bola e conseguem chegar lá. E foi na esteira desse sucesso que outro personagem começou a sonhar.
Robson do Nascimento Oliveira, 46 anos, ex-fuzileiro naval, desempregado, vivia na conta do chá em Nova Iguaçu ao lado da mulher a quem se uniu cinco anos atrás. Cozinheira de mão cheia, Simone Damazio de Barros foi quem abriu a janela de um futuro melhor para o casal, no fim do ano passado. Indicada por uma amiga, ela recebeu uma mensagem em seu WhatsApp no dia 29 de novembro de 2018.
"Eu quero muito que você vá trabalhar com a minha filha fora do Brasil. Por isso convenci a ela que você é uma boa opção para eles. Mas é inegável a necessidade de termos uma experiência antes, então pensei na tentativa de encontrar uma solução, e o que achei é que você poderia trabalhar quatro dias fixos, de quarta a sábado, e você terá três dias livres pra pegar suas diárias, e a outra cozinheira trabalha os outros três dias. Nas festas ela trabalha no Natal, porque você já tem uma ceia, e no Ano Novo você trabalha com a gente. O que você acha?", enviou Sibele Rivoredo, sogra do jogador e espécie de governanta da família.
A cozinheira topou o desafio inicial, no Rio de Janeiro. Passou o último réveillon na cozinha da mansão do volante no Condomínio Del Lago, na Barra da Tijuca, preparando o banquete da festa da família do jogador.
A proposta de largar tudo no Brasil e seguir para a Rússia era assustadora - cultura e hábitos totalmente diferentes, distância, língua estranha e um país de inverno rigoroso -, mas ao mesmo tempo tentadora, em razão da proposta salarial de R$ 8 mil - praticamente sem gastos, já que teria teto e comida em Moscou.
Sibele, a sogra de Fernando, foi mais direta em outra mensagem para Simone.
"Acho também que você tem que pensar que se a gente quer buscar melhorias a gente tem que arriscar um pouco. E o que você tem certo hoje não é suficiente pra você viver, né?!Com base no que você me falou. Então, é uma oportunidade e você vai ter que fazer uma escolha, porque na vida a gente faz escolhas dos nossos caminhos e são apostas. Nesse caso nós estamos apostando em você e você em nós. Preciso da sua resposta hoje, porque não tenho mais tempo. Te aguardo. Obrigada".
Somados, salários do casal chegariam a R$ 14 mil em Moscou
Em casa, Simone encontrava resistência: o marido não gostou muito da ideia de ficarem separados por tanto tempo. A cozinheira, então, fez a contraproposta: queria mais um emprego para Robson ir junto para a Rússia. Sibele aceitou. Negócio fechado. Ele trabalharia ajudando na casa e como motorista, recebendo mais R$ 6 mil. A soma dos salários do casal (R$ 14 mil mensais) fez os dois projetarem um futuro melhor.
- Sabíamos que não seria fácil, mas valia o sacrifício. Trabalhando um ano ali, construiríamos nossa casinha - diz a cozinheira.
O casal nunca tinha viajado de avião na vida. Não tinha passaporte, nada. O estafe de Fernando, então, deu início ao processo para levá-los a Moscou.
- Fomos fazer nosso passaporte em Niterói, porque sairia mais rápido. Eles pagaram e marcaram tudo - lembra Simone.
No dia 9 de fevereiro, Robson e Simone fizeram um registro fotográfico já dentro do avião, orgulhosos, rostos colados e sorrisos abertos. Era a decolagem em busca da melhoria de vida. Ou deveria ser. Minutos antes do embarque, porém, o motorista da família de Fernando, identificado como Leandro, chegou ao aeroporto Tom Jobim com três malas. Dentro delas havia encomendas da família do jogador.
"Quando chegar lá, vai ser (sic) duas malas grandes e uma de mão pro Robson num carrinho. Aí no outro carrinho você põe duas malas e sua bolsa (Simone e Robson levavam uma mala pessoal cada). Não passa três malas num carrinho não que chama atenção e eles vão parar. E duas malas é normal. Então você passa duas malas de um e duas de outro, tá?!", disse Sibele num áudio de orientações para Simone.
Simone e Robson garantem desconhecer que, em meio às encomendas, havia remédios tarja preta que, no Brasil, só podem ser adquiridos com receita médica. E eles atravessaram o portão de embarque no Rio de Janeiro sem as receitas prescritas na bolsa.
[...]
Linha do tempo:
29/11/18 - Simone recebe a primeira mensagem de Sibele chamando a cozinheira para trabalhar na casa de Fernando e Raphaela em Moscou.
31/12 - Como teste, Simone trabalha na festa de réveillon de Fernando e Raphaela no Rio de Janeiro.
9/2 - Simone e Robson embarcam para a Rússia com três malas cheias de encomendas da família de Fernando e Raphaela.
10/2 - Casal é detido no aeroporto por causa de remédios presentes em uma das malas e liberado após 17 horas. Investigação continua.
17/3 - Fernando e Raphaela voltam a Moscou após período de férias.
18/3 - Robson, Fernando, Raphaela e Rodela vão à delegacia do aeroporto em Moscou. Robson presta depoimento, fica preso e segue para a unidade penal de Kashira, a uma hora e meia da capital.
25/3 - William Faria, sogro de Fernando, deixa a Rússia.
25/3 - Preso, Robson presta depoimento pela segunda vez.
30/3 - Em reunião na casa de Fernando, celulares de Robson e Simone somem da bolsa da cozinheira.
31/3 - Simone volta ao Brasil.
6/6 - Fernando presta depoimento à polícia.
14/6 - Sibele volta ao Brasil.
4/7 - Preso, Robson presta depoimento pela terceira vez.
12/7 - Raphaela presta depoimento à polícia.
30/7 - Fernando se transfere do Spartak para o Beijing Guoan
Agora sério, que pilantragem é essa?