Elijah Kamski
Bam-bam-bam
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Aproveitando o tópico sobre a questão empreendedora, percebi que como a questão dos exames (de escola até concurso público) ficou tão valorizada e enraizada no Brasil, do sul ao norte do país. Como isso acabou ocorrendo?
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Difícil imaginar quando ocorreu isso, mas acaba sendo justificável, independente de certo ou errado, do país virar um local que muita coisa acaba sendo medido por uma avaliação. Infelizmente, vivemos no país que você ter uma renda acima de treze mil reais já faz pertencer a classe A (há outras classificações que aumentam o valor que a pessoa precisa ter para entrar no grupo) e aliado com a questão empresarial e de investimentos (essa melhorou já) sendo fraca, com um grupo pequeno (muita das vezes com até esquemas) monopolizando o setor, a maioria das pessoas acabam vendo quem "melhorou" de condição social ter feito uma prova antes, no caso concurso público e medicina. Aí as pessoas acabam criando essa ideia, principalmente em locais com uma maior dificuldade de conseguir rendas maiores como em capitais do Nordeste (com exceções como Recife e Fortaleza), e acabam até 'impondo" os filhos e conhecidos irem para esse caminho do sucesso.
Pior que até as escolas, seja particular ou pública, colocam na cabeça dos alunos que só terão sucessos por esse caminho e focam o ensino nesse método (ignorando o fato de muitos acabarem focar mais em fazer colar para tirar uma nota numa prova qualquer do que aprender de fato). Por isso que uma pessoa acha já "finalizado" a vida passando no vestibular ou no concurso, principalmente nos mais famosos. Porém, eles viverão bem e só aumentaram o patrimônio investindo, algo que nenhuma escola que ensinar, porque acham melhor um aluno decorar uma tabela periódica ou saber as fases da meiose ou da mitose.
Isso complica até para desenvolver as pessoas, independente da idade, já que impõe como objetivo de vida e método de avaliação acertar questões, muita das vezes usando decorebas e macetes (muito comum em concursos, os BIZUS). Pior que as próprias pessoas acabam avaliando a aptidão de um indivíduo do outro por uma prova, sendo que há diversos tipos de inteligência e habilidades que acabam sendo perdidas por esse tipo de pensamento. A classe média e alta acabam sofrendo com esse ciclo, já que a maioria foi criada com esse estigma e fazem os filhos continuarem com esse tipo de pensamento. Basta ver que os mais ricos ou vieram da pobreza, já que não tinha a perder, ou da riqueza mesmo, já que não tinha tanta a necessidade ganhar grana por já possuir.
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Será que isso mudará um dia?