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Por que o espiritismo tá crescendo tanto no Brasil? [+Evangélicos +Classe Média]

sparcx86_GHOST

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Essa afirmação é boa sobre as tais vidas passadas.
É fato que
Os fatos narrados por eles não podem ser corroborados por fatos históricos.
O cara diz que viveu tal ano e século não sei aonde, por que ninguém vai lá pra verificar? Será que é porque, não existem???
Se um sujeito me diz que viveu na Inglaterra da Rainha Victória, então tem de me dizer onde, qual ano e nome da família, e o mais importante, fornecer detalhes ocultos que ninguém mais saberia dizer.
Isso é muita lorota... não tem como dar crédito nisto, a hipnose faz o cara acredtar até no papai noel se necessário, uma boa sugestão psicologica e voce acredita que foi Napoleão ou Julio César na vida passada...
 

Brutal Core

Bam-bam-bam
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Espiritismo heresia nega divindade JESUS próprio e visto como Espirito evoluído e própria Bíblia nega reencarnação
O homem em teoria pode chegar mesmo nivel JESUS em varias reencarnação positivas( sem pecados) através séculos
Prega existe varias sociedades evoluídas em outros Planetas , Alan Kardec acreditava existia vida em Marte
Também prega que e possível tirar foto ou video espírito ou ate mesmo fazer transmissão via radio para espíritos outras dimensões

Espiritismo passa crença deturpada evangelho Bíblico para pessoas arrogantes nega acreditar DEUS onipresente, onisciente final dos tempos vai jugar seus pecados e pecados significa fraqueza humana dependência homem com DEUS
 

Diego DnB

Supra-sumo
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Espiritismo heresia nega divindade JESUS próprio e visto como Espirito evoluído e própria Bíblia nega reencarnação
O homem em teoria pode chegar mesmo nivel JESUS em varias reencarnação positivas( sem pecados) através séculos
Prega existe varias sociedades evoluídas em outros Planetas , Alan Kardec acreditava existia vida em Marte
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Espiritismo passa crença deturpada evangelho Bíblico para pessoas arrogantes nega acreditar DEUS onipresente, onisciente final dos tempos vai jugar seus pecados e pecados significa fraqueza humana dependência homem com DEUS

Pela construção do texto, achei que estava lendo um telegrama, pqp kkk.
 

Flame Vicious

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Mas que menino sapeca, querendo forçar meu travamento. Respondi na mp.

Eu não quero forçar travamento de ninguém. Eu mesmo já falei coisas mais graves do que a resposta que você deu na MP, que nem foi tão pesada assim, o xogum mesmo fala de religião de um jeito bem pior.
 

Resu Anera

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Espiritismo heresia nega divindade JESUS próprio e visto como Espirito evoluído e própria Bíblia nega reencarnação
O homem em teoria pode chegar mesmo nivel JESUS em varias reencarnação positivas( sem pecados) através séculos
Prega existe varias sociedades evoluídas em outros Planetas , Alan Kardec acreditava existia vida em Marte
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Espiritismo passa crença deturpada evangelho Bíblico para pessoas arrogantes nega acreditar DEUS onipresente, onisciente final dos tempos vai jugar seus pecados e pecados significa fraqueza humana dependência homem com DEUS
Você é surdo?
Não estou perguntando pra ofender, mas é porque conheço alguns surdos que digitam dessa forma.
 


SVini

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Eu pessoalmente não me incomodo com o espiritismo, embora discorde de sua visão de mundo em vários aspectos (todos aqui devem saber que me identifico com o Cristianismo Liberal). Geralmente são mais educados e respeitosos que muitos evangélicos, e não ficam tentando converter o cara para sua crença. Mas não dá para negar que alguns poucos também acabam caindo nessa de que os livros de Kardec e/ou Chico Xavier, são infalíveis, sem erros, acréscimos e supressões ou mesmo conclusões erradas, igual alguns evangélicos fazem com a Bíblia. Não vou mentir, me irrita argumentos como "o Espírito Santo interveio para que não houvesse nenhuma alteração, e que somente os livros inspirados entraram no cânon bíblico" ou "essa mensagem foi psicografada dos espíritos superiores, totalmente limpos, portanto não há possibilidade de estar errada". Para quem sabe como surge um sistema de crenças, e estudou, por exemplo como foi formado o cânon bíblico, esses argumentos não passam de tentativas de se esquivar da realidade.
Afirmar sem provar é o mesmo que não afirmar!
 

sega.saturn

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O espiritismo é uma filosofia mais sensata que as demais, uma vez que é baseada no bom senso e observação a qual acredito piamente.
Por exemplo a reencarnação vocês podem não acreditar mas temos exemplos parecidos no aqui e agora poderia citar uma arvore por exemplo numa floresta após a morte ela cai apodrece mas de seus galhos surge uma nova arvore ou mesmo ela fica lá e milhões de anos depois junto com outros elementos acaba virando petróleo ou mais ainda ela pode ser cortada e virar moveis e outros utensilios para nós humanos, ou seja ela não some simplismente e sim se transforma em outra coisa, se partimos do principio de que existe alma então processo semelhante deve ocorrer a ela.
 

o espicialista

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Você não engana mais.
Eu ficaria muito satisfeito em não enganar, mas não tenho controle sobre todas outras interpretações. Talvez ainda aconteça sem querer. Acho que o que posso fazer é não ter essa intenção

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sparcx86_GHOST

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O espiritismo é uma filosofia mais sensata que as demais, uma vez que é baseada no bom senso e observação a qual acredito piamente.
Por exemplo a reencarnação vocês podem não acreditar mas temos exemplos parecidos no aqui e agora poderia citar uma arvore por exemplo numa floresta após a morte ela cai apodrece mas de seus galhos surge uma nova arvore ou mesmo ela fica lá e milhões de anos depois junto com outros elementos acaba virando petróleo ou mais ainda ela pode ser cortada e virar moveis e outros utensilios para nós humanos, ou seja ela não some simplismente e sim se transforma em outra coisa, se partimos do principio de que existe alma então processo semelhante deve ocorrer a ela.
:kwow:kpensa:kpensa:kpensa:kpensa
petroleo não sente nada amigo ele só queima. a arvore antes era um ser vivo, deixou de existir e de fazer fotossintese. entendi o que voce falou aí mas se somos reduzidos aos elementos mais fundamentais sofremos apenas reciclagem.
 

sega.saturn

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petroleo não sente nada amigo ele só queima. a arvore antes era um ser vivo, deixou de existir e de fazer fotossintese. entendi o que voce falou aí mas se somos reduzidos aos elementos mais fundamentais sofremos apenas reciclagem.
Qual a sua religião?
 

Gentilhomem

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Qualquer coisa que não seja prosélita pode crescer a vontade, não vejo espíritas me dizendo que se eu não seguir a cartilha deles, vou pro inferno

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Quiça os criadores do tópico já se aposentaram.
 

Ivo Maropo

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O espiritismo é uma filosofia mais sensata que as demais, uma vez que é baseada no bom senso e observação a qual acredito piamente.
Por exemplo a reencarnação vocês podem não acreditar mas temos exemplos parecidos no aqui e agora poderia citar uma arvore por exemplo numa floresta após a morte ela cai apodrece mas de seus galhos surge uma nova arvore ou mesmo ela fica lá e milhões de anos depois junto com outros elementos acaba virando petróleo ou mais ainda ela pode ser cortada e virar moveis e outros utensilios para nós humanos, ou seja ela não some simplismente e sim se transforma em outra coisa, se partimos do principio de que existe alma então processo semelhante deve ocorrer a ela.
1) Espiritismo não é "filosofia"
-Não há "filosofia espírita" propriamente dita, mas apenas bullshit de seus charlatões popularizadores - Divaldo Franco, Chico Xavier, etc -, que escrevem compulsivamente uma quantidade inacreditável de nada sobre coisa alguma em nome de "espíritos-guias evoluídos" ou o que os valha;

2) Espiritismo não é "ciência"
-A lei da "ação e reação" é simplesmente ridícula para explicar a sua doutrina. Sem contar o seu blefe ao falar de "física quântica" (como na interpretação dos Vários Mundos da mecânica quântica), as suas interpretações esdrúxulas da Bíblia, e mais uma longa série de confusões conceituais mistificadoras, cujo resultado final é uma profunda alienação geral e uma "falsa consciência" da realidade;

3) Espiritismo não é "religião"
-Mas ao menos aqui, alguma discussão ainda pode existir. Até que ponto o espiritismo pode ser classificado como uma "religião" de fato? Fica aqui a pergunta.

A grande tragédia é a divulgação implícita de que a propalada (ao menos no Brasil) "doutrina espírita" é uma espécie de "esclarecimento superior para pessoas instruídas", e onde perguntas (antes sem resposta no catolicismo, etc) agora podem ser "propriamente respondidas" por uma "Ciência" que leva a "realidade espiritual" em conta.

É uma grande pena. No final, é apenas mais uma bobagem New Age holística que acredita na "evolução", numa "interdependência kármica de tudo", e numa "homeostase original" à qual não só podemos como também devemos "retornar" (uma prova cabal de que não sabem patavinas sobre física quântica).
 
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Flame Vicious

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Quiça os criadores do tópico já se aposentaram.

Na verdade o criador do tópico sou eu. E fui eu quem coveirou dessa vez, mas apaguei o post depois de ver que tinham outros adiante.

Em todo caso, não colocaria o Pá de Ouro aqui, já que este tópico foi coveirado inúmeras outras vezes também.
 

Gentilhomem

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Na verdade o criador do tópico sou eu. E fui eu quem coveirou dessa vez, mas apaguei o post depois de ver que tinham outros adiante.

Em todo caso, não colocaria o Pá de Ouro aqui, já que este tópico foi coveirado inúmeras outras vezes também.
A questão é que o primeiro a jogar o tópico no topo foi o quotado, com o texto mais genérico e improdutivo possível.
O que me da raiva é que eu começo a cair nesses tópicos ativamente sem olhar direito a data, o que pode me levar a quotar um sujeito que deu uma resposta genérica a uns 10 anos atrás.
 

Ivo Maropo

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Então é o quê?
Um "três-em-um" que acaba sendo um trágico "três-nenhum". Um engodo para desavisados. Uma pergunta que eu sempre gosto de fazer, é: mas por que (praticamente) só no Brasil? O que o povo brasileiro tem de tão especial assim que praticamente só ele "viu" a "Verdade" do espiritismo no planeta terra?

Acho que é nesta hora onde as desculpas esfarrapadas, bem como as teorias da conspiração, entram em cena, não? "Ah, mas é porque os europeus são cínicos, céticos e materialistas!" (mas o catolicismo e o protestantismo incrivelmente prosperaram, né?). Eu costumo ouvir das pessoas sempre algo parecido: "era católico, mas, agora, sou espírita, pois não gosto dos dogmas católicos!"

Fora os exemplos em que uma pessoa vê "vultos" e procura achar uma cosmovisão que melhor se adeque a estas "aparições", etc. Mas, no final das contas, você pode crer naquilo que você quiser - só não me venha dizer que a doutrina espírita é "a união perfeita entre ciência, fé e filosofia", porque isso é desonesto (e burro) pra cacete.
 
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Léo Stanbuck

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Dou aula em uma escola espírita. A parte boa é que eles não ficam metendo religião em tudo...

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sega.saturn

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Um "três-em-um" que acaba sendo um trágico "três-nenhum". Um engodo para desavisados. Uma pergunta que eu sempre gosto de fazer, é: mas por que (praticamente) só no Brasil? O que o povo brasileiro tem de tão especial assim que praticamente só ele "viu" a "Verdade" do espiritismo no planeta terra?

Acho que é nesta hora onde as desculpas esfarrapadas, bem como as teorias da conspiração, entram em cena, não? "Ah, mas é porque os europeus são cínicos, céticos e materialistas!" (mas o catolicismo e o protestantismo incrivelmente prosperaram, né?). Eu costumo ouvir das pessoas sempre algo parecido: "era católico, mas, agora, sou espírita, pois não gosto dos dogmas católicos!"

Fora os exemplos em que uma pessoa vê "vultos" e procura achar uma cosmovisão que melhor se adeque a estas "aparições", etc. Mas, no final das contas, você pode crer naquilo que você quiser - só não me venha dizer que a doutrina espírita é "a união perfeita entre ciência, fé e filosofia", porque isso é desonesto (e burro) pra cacete.
Então você esta dizendo que espiritismo é para trouxas, que acredita quem é tolo é isso?
 

Ivo Maropo

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Então você esta dizendo que espiritismo é para trouxas, que acredita quem é tolo é isso?
Estou dizendo que é um engodo relativamente bem dissimulado. Eu mesmo já tive a minha época de flerte (mas há muitos anos atrás, quando eu primeiramente o conheci). Depois, eu comecei a ler teoria (filosofia, psicanálise, etc) e a patifaria logo caiu por terra. O espiritismo, embora tenha a sua criação anterior a isto, é mais uma versão New Age.

No final das contas, o que nós temos é uma imensa confusão sem qualquer pé nem cabeça conceitual, erroneamente misturando um pouco de budismo, com cristianismo, holismo New Age e "física quântica" - sem falar da liberdade poética de certas denominações, que mergulham fundo no sincretismo, xamanismo ou o que os valha.

Acho que se a "realidade espiritual" fosse como o "céu" de "Nosso Lar", eu tentaria suicídio - é tudo tão incrivelmente descafeinado e utópico ali! É um sonho da "superação espiritual do ser-humano" totalmente ingênuo. O espiritismo não é um "Esclarecimento" (se qualquer coisa, ele turva as águas até o ponto do irreconhecível).
 

Joey Tribbiani

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O ser humano é muito propenso as certos conflitos existenciais que algumas religiões (ou mesmo doutrinas político-ideológicas), bem aplicadas ou não conforme a sua origem verdadeira, mostram-se muito sedutoras como solução, que basicamente são: para resolver o sentimento de elitismo (a vaidosa sensação de pertencer a algo extraordinário); encontrar mecanismos solucionadores de problemas da vida secular e resolver sobre o medo da incerteza após a morte (medo de ir para o inferno ou medo de perder a sua existência)

Do elitismo, surgem as mais derivadas sensações: de não pertencer à ordinária religião dominante, de forma que, quanto mais esotérico for uma religião, mais sedutora ela poderá ser para alguns, ou quanto mais pretensamente intelectual e revolucionária for sua doutrina ou seu grupo de frequentadores, mais atraente ela será.

Na atual conjuntura, o Espiritismo está crescendo por causa disso. O Evangelicalismo passou por isso, com o movimento pentecostal surgido na Rua Azuza em Los Angeles e depois aqui no Brasil, com a instauração da Assembleia de Deus. O movimento milenarista nos EUA com os adventistas, mórmons e testemunhas de Jeová, pouco antes do século XX. O neopentecostalismo idem, na década de 60. Até mesmo o catolicismo passou por isso com a Renovação Carismática Católica na mesma década referida. E assim como o próprio Protestantismo, nos idos da Idade Média.

Todos apresentavam doutrinas e práticas esotéricas, desconhecidas até então, e, por serem diferentes, soavam refinadas e evoluídas em comparação à religião do status quo. Para conferir maior qualificação e autoridade a seus ensinos, ou mesmo inquestionabilidade, o líder ou o grupo fundador começaram a dizer que receberam uma revelação divina acachapante ou que o próprio Jesus, ou o Arcanjo Gabriel, ou um Ser de Branco, ou Arcanjo Miguel, enfim, entregaram-lhes um livro de ouro, ou novos escritos, ou novas diretrizes doutrinárias com ordens de reformar/restaurar a Igreja de Cristo ou atualizar o Evangelho de Jesus.

Como falei no tópico anterior, o Espiritismo cresce porque as igrejas protestantes que possuem uma teologia mais sólida e próxima das Escrituras (embora erradas em alguns pontos), conforme a minha concepção teológica (sem proselitismo aqui), perderam o prestígio, muito em razão de seu ritualismo enfatuado e solene, ultraconservador em algumas, para dar cabimento às frivolidades e balbúrdia dos movimentos carismáticos, que entendiam que a autoridade espiritual e a chancela divina estava onde mais ocorria manifestações "sobrenaturais", sinais prodigiosos e frenesi corporal.

Então, hoje, quem quer se suicidar intelectualmente comendo do mesmo pão da igreja do bispo da esquina? Para quê? Para ser objeto de chacota na sociedade e família? Como eu preciso resolver aquelas três questões acima citadas, que conflitam o meu ser diariamente, vou para a religião que, por ora, possui um certo cacife e olhar elitista na sociedade, de forma que não vai causar estranhamento ao meu ciclo de amigos.

Isso tentando enxergar por uma ótica social.
 
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Porco Seboso

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isso. junto com os ba'hai, o espiritismo foi a religiao onde tiveram as pessoas mais doces e simpaticas q ja conheci. sempre conversavam de boa sem forçar nadica de nada.
 

Geo

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1) Espiritismo não é "filosofia"
-Não há "filosofia espírita" propriamente dita, mas apenas bullshit de seus charlatões popularizadores - Divaldo Franco, Chico Xavier, etc -, que escrevem compulsivamente uma quantidade inacreditável de nada sobre coisa alguma em nome de "espíritos-guias evoluídos" ou o que os valha;

2) Espiritismo não é "ciência"
-A lei da "ação e reação" é simplesmente ridícula para explicar a sua doutrina. Sem contar o seu blefe ao falar de "física quântica" (como na interpretação dos Vários Mundos da mecânica quântica), as suas interpretações esdrúxulas da Bíblia, e mais uma longa série de confusões conceituais mistificadoras, cujo resultado final é uma profunda alienação geral e uma "falsa consciência" da realidade;

3) Espiritismo não é "religião"
-Mas ao menos aqui, alguma discussão ainda pode existir. Até que ponto o espiritismo pode ser classificado como uma "religião" de fato? Fica aqui a pergunta.

A grande tragédia é a divulgação implícita de que a propalada (ao menos no Brasil) "doutrina espírita" é uma espécie de "esclarecimento superior para pessoas instruídas", e onde perguntas (antes sem resposta no catolicismo, etc) agora podem ser "propriamente respondidas" por uma "Ciência" que leva a "realidade espiritual" em conta.

É uma grande pena. No final, é apenas mais uma bobagem New Age holística que acredita na "evolução", numa "interdependência kármica de tudo", e numa "homeostase original" à qual não só podemos como também devemos "retornar" (uma prova cabal de que não sabem patavinas sobre física quântica).
Na verdade o Espiritismo original tal como compilado por Kardec ("Kardecismo") se define como "filosofia espiritualista" (ver O Livro dos Espíritos). Quando veio para o Brasil, como esperado, absorveu a carga religiosa predominante e tornou-se uma religião.

Para quem não sabe, Kardec não era médium e tampouco religioso. Ele compilara suas obras através da técnica da acareação, um método empregado em investigações científicas.
 

Phantasy Star

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Curiosamente,aprendi nesse tópico que se vc é um garotinho juvenil sem experiência de vida,com Phd em wikipedia, sem estudos reais sobre a vida real, automaticamente sua postagem vira um grande tratado-verdade desmascarador de doutrina espírita lol

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Flame Vicious

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Como falei no tópico anterior, o Espiritismo cresce porque as igrejas protestantes que possuem uma teologia mais sólida e próxima das Escrituras (embora erradas em alguns pontos), conforme a minha concepção teológica (sem proselitismo aqui), perderam o prestígio, muito em razão de seu ritualismo enfatuado e solene, ultraconservador em algumas, para dar cabimento às frivolidades e balbúrdia dos movimentos carismáticos, que entendiam que a autoridade espiritual e a chancela divina estava onde mais ocorria manifestações "sobrenaturais", sinais prodigiosos e frenesi corporal.

Em linhas gerais eu não tenho muito o que discordar do seu comentário inteiro, mas na parte negritada em específico, eu devo ressaltar que, pela minha experiência pessoal, quem está de fato perdendo fieis para o espiritismo é a Igreja Católica, e não as vertentes protestantes.

No caso, ex-católicos de classe média basicamente compõem a maioria dos espíritas no Brasil hoje.
 

Ivo Maropo

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Na verdade o Espiritismo original tal como compilado por Kardec ("Kardecismo") se define como "filosofia espiritualista" (ver O Livro dos Espíritos). Quando veio para o Brasil, como esperado, absorveu a carga religiosa predominante e tornou-se uma religião.

Para quem não sabe, Kardec não era médium e tampouco religioso. Ele compilara suas obras através da técnica da acareação, um método empregado em investigações científicas.
Sim, daí a "religião" ser justamente a única parte potencialmente "problematizável" do que eu escrevi. À semelhança de Buda (embora não idêntico, claro), que não era um "religioso", mas sim uma espécie de "agnóstico pragmático" preocupado em como "superar" (ou pelo menos melhor-lidar) com os problemas da existência empírica em seu eterno ciclo de "sofrências".

Mas isto é apenas uma breve nota de rodapé, uma simples tangente num problema que é bem maior: a apresentação da doutrina espírita como uma privilegiada espécie de "Esclarecimento" para além dos "limitados dogmas das religiões institucionais tradicionais". É justamente aqui onde se encontra o blefe; onde se dá o seu sorrateiro "pulo do gato" doutrinal-institucional.
 

Ivo Maropo

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Em linhas gerais eu não tenho muito o que discordar do seu comentário inteiro, mas na parte negritada em específico, eu devo ressaltar que, pela minha experiência pessoal, quem está de fato perdendo fieis para o espiritismo é a Igreja Católica, e não as vertentes protestantes.

No caso, ex-católicos de classe média basicamente compõem a maioria dos espíritas no Brasil hoje.
Sem dúvida. E sabe por quê? Ora, porque o protestantismo é uma religião essencialmente secular - inclusive foi o background protestante que tornou possível a emergência da ciência moderna como nós a conhecemos hoje, e da sua "visão objetiva da realidade".

As religiões evangélicas efetivamente "adentraram no mundo", de forma algo semelhante ao espiritismo, que é uma doutrina "aberta" e (ao menos em teoria) também "científica".

O catolicismo, com o seu excesso de dogmas e ritualismos, tende a perder cada vez mais espaço para estas outras denominações. O problema é que vivemos em tempos paradoxais, onde o islamismo também cresce assustadoramente pelo mundo (inclusive no ocidente).
 

Joey Tribbiani

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Em linhas gerais eu não tenho muito o que discordar do seu comentário inteiro, mas na parte negritada em específico, eu devo ressaltar que, pela minha experiência pessoal, quem está de fato perdendo fieis para o espiritismo é a Igreja Católica, e não as vertentes protestantes.

No caso, ex-católicos de classe média basicamente compõem a maioria dos espíritas no Brasil hoje.

Concordo. Em termos de egressos de outras religiões, a vasta maioria é de católicos, senão só de católicos. Dificilmente um protestante ou evangélico inclina para o espiritismo já que, apesar de muitas instituições terem estudos sofríveis de Escola Bíblica, o fato é que o Velho Testamento é indelevelmente contra práticas do espiritismo, assim como passagens do Novo Testamento. Apesar dos pesares, eles são bem convictos nesse sentido. Se egressarem de sua igreja, fatalmente vão parar em outra evangélica ou protestante, que se adeque a seus gostos pessoais.

Até porque, em via de regra, o pentecostalismo e o neopentecostalismo são muito férteis nas comunidades carentes, onde os indivíduos, sem instrução, preferem acreditar mais no homem vestido de terno e gravata, que recebe pompas e confetes de majestade, que lhe promete soluções para a vida terrena, do que no empenho próprio, consciente e seguro de si mesmo em ler as Escrituras.

O classe média e alta predomina os ramos do protestantismo e catolicismo romano. O primeiro está, aos poucos, tentando desfazer do ritualismo excessivo e da mensagem religiosa de causa e efeito - muito presente no protestantismo tradicional, no pentecostalismo e nas doutrinas carismáticas. Ainda é raro encontrar lideranças bem preparadas teologicamente, com uma mensagem do Reino justa e coerente, despida de conveniências institucionais.

O Catolicismo, por outro lado, é muito fiel à sua tradição e à ladainha do ritualismo romano. Muitos católicos, vão à missa não como forma de se alimentar da Palava de Deus, mas sim, para bater cartão no seu clube social. Muito embora, essa última questão é talvez mais arraigada nas igrejas protestantes. Existem poucos padres que usam aquela uma hora da missa para pregar de fato a Palavra de Deus.
 
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Geo

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Sim, daí a "religião" ser justamente a única parte potencialmente "problematizável" do que eu escrevi. À semelhança de Buda (embora não idêntico, claro), que não era um "religioso", mas sim uma espécie de "agnóstico pragmático" preocupado em como "superar" (ou pelo menos melhor-lidar) com os problemas da existência empírica em seu eterno ciclo de "sofrências".

Mas isto é apenas uma breve nota de rodapé, uma simples tangente num problema que é bem maior: a apresentação da doutrina espírita como uma privilegiada espécie de "Esclarecimento" para além dos "limitados dogmas das religiões institucionais tradicionais". É justamente aqui onde se encontra o blefe; onde se dá o seu sorrateiro "pulo do gato" doutrinal-institucional.
Para quem não conhece a doutrina, pode ser. Até meus 17 anos eu era católico de fazer sacramentos e ir à missa todo domingo até que ganhei uma cópia dO Evangelho Segundo o Espiritismo. Quase joguei aquilo no lixo, pois pensava como tu. Mas minha curiosidade e mente aberta eram mais fortes que meu preconceito e me levaram a um esforço para ler. De repente tudo que aprendera na escola dominicana fez um sentido tal que minha visão mudou completamente. Note que "O Evangelho" fala pouco de espiritismo propriamente dito, mas sim elucida o contexto social da Palestina da época dos evangelhos, os dogmas e as parábolas de Jesus.
 

Ivo Maropo

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Para quem não conhece a doutrina, pode ser. Até meus 17 anos eu era católico de fazer sacramentos e ir à missa todo domingo até que ganhei uma cópia dO Evangelho Segundo o Espiritismo. Quase joguei aquilo no lixo, pois pensava como tu. Mas minha curiosidade e mente aberta eram mais fortes que meu preconceito e me levaram a um esforço para ler. De repente tudo que aprendera na escola dominicana fez um sentido tal que minha visão mudou completamente. Note que "O Evangelho" fala pouco de espiritismo propriamente dito, mas sim elucida o contexto social da Palestina da época dos evangelhos, os dogmas e as parábolas de Jesus.
Mas aí é que você se engana, pois eu li, sim, Kardec, e, à semelhança de seus divulgadores (como Divaldo Franco e Chico Xavier), vi muito empolamento estilístico, mas nenhum argumento ou interpretação realmente relevante, chamativo ou convincente.

A melhor leitura do cristianismo que eu já vi se encontra em Hegel (e em teólogos como Chesterton), e não em Allan Kardec, que, em comparação a estes nomes, não se qualificaria nem pra filósofo de buteco - estou me referindo aqui a um post neste tópico que o defendia como "um grande pensador da nossa era moderna", ou algo assim.

A bíblia não é um livro óbvio, mas sim entrecortado por paradoxos e simbolismos complicados. A mensagem de Jesus é radicalmente ambígua; é uma "má-nova" que é também uma "boa-nova" - a nossa "condenação à liberdade". O cristianismo é a religião do ateísmo (a única na história, na verdade).

O que as religiões institucionais pregam é uma grande bobagem. A afirmação "(...) e eis que Deus se fez homem" tem que ser lida literalmente. A famosa "Eli, Eli, lama sabactâni" ("Meu Deus, por que me abandonastes?") também tem que ser lida literalmente, ela tem que ser radicalizada, e não "relativizada".

A "vida eterna" é o que, em filosofia, se conhece como "Vida", que nada mais é do que um monstruoso excesso persistente, que precisa auto-reproduzir-se de novo e de novo, não importando sob que meios. A bíblia é um livro repleto de feridas, e não de reconciliações (no sentido de um "acalento", de "cura das feridas").
 

thiago_rariz

Bam-bam-bam
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Pra mim o espiritismo comete a maior desonestidade que uma religião pode cometer: tentar se vender como algo que não é, no caso uma ciência. Eu gosto muito desse texto do Bertone Sousa sobre o espiritismo:
Espiritismo: religião sim, ciência não
09/03/2013Bertone Sousa


O espiritismo é, atualmente, uma das religiões que mais crescem no Brasil. Segundo o último censo do IBGE eles representam dois por cento da população e estão concentrados, majoritariamente, nas regiões Sul e Sudeste. Apesar do baixo percentual, se comparado a católicos e protestantes, a quantidade de pessoas que professam o espiritismo vem crescendo substancialmente no Brasil nos últimos anos. É a religião com o maior número de adeptos alfabetizados. Mas uma de suas características é que pretende afirmar-se não apenas como religião, mas também como ciência. Não é raro ver seus adeptos defenderem essa posição. Eles pretendem que a mediunidade e a comunicação com os mortos sejam pressupostos científicos. Mas, que conceito de ciência poderia de adequar a essa visão? O “x” da questão está nas características que assumiu desde sua fundação.

Desde Galileu e Descartes, a modernidade fundou o pensamento científico como método por excelência de investigação da natureza. Até o século 19 a maior parte dos cientistas não via oposição entre essa investigação e a crença em entidades sobrenaturais que regiam o mundo. O espiritismo moderno fundado por Allan Kardec (cujo nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail) nasceu no contexto em que a sociedade europeia vivia a euforia do cientificismo. Enquanto os positivistas anunciavam a criação de uma “religião da humanidade” pautada nos ideais da racionalidade científica, os dogmas da Igreja Católica perdiam terreno para o anticlericalismo dos intelectuais e movimentos revolucionários e de sociedades secretas como a maçonaria e a teosofia.

Respondendo aos desafios de seu tempo, Allan Kardec (que adotou esse nome por acreditar ser a reencarnação de um antigo sacerdote druida) não apenas funda uma religião como também produz toda uma concepção teórica em que pretendia expor sua doutrina com base no método experimental, sugerindo que a conversação com espíritos é não apenas algo natural, mas também objetivo, racional, passível de observação, de evidências empíricas, agregando todos os elementos de uma doutrina científica. A crença na comunicação com os mortos e na vida após a morte não é algo recente na história humana e os registros mais antigos dão conta de que existem há pelo menos 30 mil anos. Através de Platão, a filosofia antiga também criara uma concepção de mundo e de homem baseada na dicotomia espírito e matéria. No diálogo Fédon, Platão analisa o corpo como prisão da alma, sendo esta anterior à existência corpórea e sobrevivendo a ela.

O que Kardec fez no século 19 foi adaptar essa dicotomia e a doutrina da reencarnação ao modelo cientificista de sua época. Seguindo a tradição hindu, Kardec acreditava que a reencarnação proporcionaria ao espírito passar de uma condição inferior à mais elevada, sendo cada ciclo uma nova oportunidade de aperfeiçoamento e aprendizagem. Incorporando princípios da biologia evolucionista e depois do darwinismo ele postulava que o espírito jamais reencarnaria no corpo de um animal, jamais voltaria a um estágio inferior, sendo sua marcha sempre progressiva, afirmou em “O livro dos espíritos”. Mas ao mesmo tempo em que tenta incorporar as doutrinas científicas de seu tempo para dar legitimidade a sua obra, Kardec também coloca os problemas sociais como sofrimento, guerras, injustiças sociais e pobreza como causas unicamente espirituais. Dessa forma, o espiritismo legitima os desajustes sociais, naturaliza-os e retira dos agentes históricos as responsabilidades por sua existência.

Devido ao fascínio que as elites brasileiras tinham pela França, não tardou para que o espiritismo adentrasse aqui. A transposição do kardecismo para o Brasil o fez sofrer algumas modificações e a principal delas talvez tenha sido a predominância do aspecto religioso sobre o filosófico. O espiritismo nasceu do descontentamento com a religião hierarquizada, com a hegemonia do clero. Mantendo-se distante de querelas teológicas, valorizava a liberdade individual e cultivava a tolerância a outros credos, além de não sujeitar seus adeptos a rígidas normas de conduta, posturas que mantém até hoje. Não por acaso muitos intelectuais se filiam a essa crença. No entanto, as reinterpretações da doutrina não impedem que os espíritas brasileiros continuem a considerá-la “científica”, incorporando, inclusive, tendências contemporâneas como a mecânica quântica. Essa obsessão cientificista está tão fortemente enraizada na doutrina espírita que dificilmente seus adeptos podem perceber os equívocos nela presentes.

Mesmo a mediunidade não pode ser considerada um fenômeno científico como pretendem. Waldo Vieira, amigo e parceiro de Chico Xavier, já denunciou os casos de fraude que envolviam suas atividades de psicografias. Em um vídeo disponível no Youtube ele conta que as pessoas mandam cartas com informações e detalhes para o médium colocar nas mensagens psicografadas e conclui que tudo é “jogo de carta marcada”. No vídeo ele diz:

Você sabe que essas mensagens psicografadas da pessoa que morreu assim, eles mandam uma carta com os detalhes pra pessoa colocar na mensagem psicografada. Tem médium que tá recebendo essas mensagens até hoje. Eu nunca recebi uma mensagem assim. Agora o pior disso é aquilo que eu falo pra vocês, a natureza humana não falha. Quando eu deixei o movimento espírita, mandaram umas cartas dessas pra mim pra eu receber a mensagem pra pessoa. Eu queimei as cartas, só pra não envolver ninguém. Então eles mandavam: o apelido dele é esse, a tia que ele gosta é essa, a madrinha dele é a fulana, ela mora assim e assim; o avô que ele gostava muito morreu no ano tal. Agora, eles mandavam essas cartas com tudo já mastigado pra você colocar. Tudo é carta marcada, jogo de carta marcada. […] Todo mundo que vai estudar isso acaba vendo porque vai encontrar isso aí. […] Tem médium até hoje que ainda tá recebendo essas coisas e fazendo aí um auê, né. Isso dá ibope, sabe, o processo é o seguinte: faz média com muita gente, etc. Então, a mãe faz média, o médium faz média, o centro espírita faz média, é um monte de coisas.

Essa fala de Waldo pode revelar apenas a ponta do iceberg que é o universo de fraudes espíritas. Ele faz questão de enfatizar que não participava disso, ou como se diz no jargão popular, tira o dele da reta, mas deixa escapar que recebia as cartas e as lia porque detalha seu conteúdo. Outro aspecto importante dessa fala é que ela explicita que a predisposição das pessoas para acreditarem no médium as leva a participar de uma espécie de pacto fraudulento fornecendo detalhes da vida do ente querido falecido. A fragilidade emocional certamente as deixa vulneráveis à sugestão e ao embuste e nesse sentido é muito sintomática sua frase de que “a natureza humana não falha”.

Ele também diz no início do vídeo que isso não abarca todos os casos de psicografia, mas apenas uma parte. A frase “tudo é jogo de carta marcada” não é surpresa pra quem tem uma postura cética em relação à prática da mediunidade, mas o fiel espírita, cético para com outras religiões mas não em relação à sua própria, reluta para não aceitar isso como uma prática corriqueira ou recusa-se a questionar as bases de sua crença. A ausência de um controle metódico do que se faz no ambiente espírita ou nos casos de psicografia e o próprio empenho dos fiéis para escamotear essas questões torna difícil para qualquer pessoa honesta compreender o que de fato ocorre abaixo da superfície.

No livro “O mundo assombrado pelos demônios”, Carl Sagan fez a seguinte observação:

Como é, pergunto a mim mesmo, que os canalizadores nunca nos dão informações verificáveis que nos são inacessíveis por outros meios? Por que Alexandre, o Grande, nunca nos informa sobre a localização exata de sua tumba, Fermat sobre seu último teoremaa, James Wilkes Booth sobre a conspiração do assassinato de Lincoln, Herman Goering sobre o incêndio do Reichstag? Por que Sófocles, Demócrito e Aristarco não ditam as suas obras perdidas? Não querem que as gerações futuras conheçam as suas obras-primas?

Recentemente, pesquisadores da USP divulgaram um estudo realizado em conjunto com outros cientistas de uma universidade na Filadélfia em que investigavam o que acontece com um médium quando entra em estado de transe. Descobriram que nos momentos em que realizam psicografia, por exemplo, o hipocampo esquerdo e o lóbulo frontal (responsável pelo raciocínio, planejamento e linguagem) apresentavam baixa atividade. Isso era perceptível nos mais velhos, que exercem a atividade há mais tempo; nos mais jovens essas áreas do cérebro continuavam a manter atividades normais, o que segundo os pesquisadores, indica que essas pessoas faziam maior esforço para realizá-la.

Mesmo as EQM’s (ou experiências de quase morte), narradas por pessoas que afirmam a sensação de terem saído do corpo após um estado de coma ou inconsciência, não são atividades paranormais consideradas definitivas para a ciência. Para alguns cientistas, essas experiências são resultado da liberação de endorfinas pelo cérebro como uma preparação para a morte. A vontade de acreditar deixa as pessoas vulneráveis à sugestão, o que é compreensível, pois afinal, para muitos seria insuportável a vida sem a noção de continuidade. Como numa brincadeira de faz de conta usamos as crenças religiosas para tentar enganar a morte, mesmo que pra isso as pessoas façam vista grossa ou ignorem o charlatanismo e a duplicidade dos que fazem canalizações, comunicações com os mortos, o que for. De qualquer forma, a ciência nada tem a ver com essas crenças.

É fato que a ciência não tem todas as respostas paras as questões existenciais, mas tentar transformar dogmas religiosos em doutrinas científicas é uma atitude espúria e desnecessária e os espíritas não são os únicos religiosos a fazerem isso. Ideias como reencarnação ou imortalidade da alma estão além de nossa capacidade de verificação empírica e são exclusivamente objeto de fé pessoal, assim como as noções de Deus, ressurreição, vida extraterrestre, etc. Isso não quer dizer que a ciência seja refratária à religião, pois nasceu dela e dialoga com ela. Mas não é igual a ela: a ciência investiga, experimenta, testa, mede, contesta, postula – essa é a postura científica e o espiritismo está fundamentado antes em dogmas incontestáveis do que nessa postura. Por exemplo: acredita-se que seus textos fundacionais (obras de Allan Kardec) sejam revelados e está pautada em crença na salvação (daí a valorização da caridade), numa divindade, em hierofanias (manifestações do sagrado), além de prescrições e interdições éticas e morais. Ora, sabemos que a ciência não trabalha com verdades reveladas nem com perspectivas salvacionistas ou pressupostos espirituais de natureza religiosa. A ciência moderna reconhece apenas a existência de matéria e energia no universo e não corrobora qualquer afirmação de continuidade da vida após a morte ou existência de seres imateriais.

Pode-se mesmo falar em “fé científica”, mas o que designamos por isso é bem diferente de uma fé religiosa. Como dizia Carl Sagan, afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias. A pretensão dos espíritas de tratar sua religião como ciência não faz sentido para um credo que possui dogmas, livros revelados e se apresenta a partir de um arcabouço de crenças religiosas, pois nada disso diz respeito ao conhecimento científico. A ciência pode nos precaver de charlatanismos, da sugestão e da desonestidade de líderes e tendências religiosas, mas uma vez que também não pode nos prover de um sentido último para a existência, pelo menos no sentido de uma continuidade da vida após a morte, as religiões podem preencher essa lacuna para aqueles que se contentam com suas explicações e significados; contudo, sua iniciativa de usurpar um lugar junto à ciência é espúria. Religião e ciência não falam sobre as mesmas coisas, não usam a mesma linguagem para explicar o mundo e não são complementares.
 
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