Dead Rising 3
Eu amo o primeiro Dead Rising. Amo de verdade mesmo. Lançado em 2006 como exclusivo do Xbox 360, foi um título visionário por trazer inúmeros npcs na tela (segundo a Capcom, o número de zumbis pode chegar até mesmo a 800) e um setting quase nunca explorado em um jogo. Um shopping center, abarrotado de zumbis até a tampa. Frank West tem apenas 72 horas para desvendar uma série de casos envolvendo conspirações governamentais, experimentos científicos e diversos psicopatas e inimigos pelo caminho. Claro que o jogo não era um conto shakesperiano se tratando do enredo, e a jogabilidade, por mais funcional que tenha sido para a época, apresenta sérios sinais de velhice, e eu nem vou falar sobre a inteligência artificial dos sobreviventes, que fazia o sangue ferver de raiva. Mas put* que pariu, o jogo era um playground gigantesco, podendo escolher armas diferenciadas, ou usar qualquer coisa que aparecesse pelo caminho, os psicopatas eram bastante carismáticos, o jogo contava com um sistema de RPG, trazendo níveis e habilidades diferentes para o personagem, várias combinações de alimentos que davam habilidades especiais extras por um curto espaço de tempo... c***lho, Dead Rising continua fodido. O 2 não foi muito diferente, pra muitos é o melhor da série, e não é pra menos, é uma notável evolução, principalmente na inteligência artificial e nos insanos combos de armas, trazendo várias combinações diferentes para o arsenal.
E então saiu Dead Rising 3, quatro anós após o primeiro. O jogo agora contava com um time de desenvolvimento quase totalmente ocidental, a canadense Capcom Vancouver, que também desenvolveu Dead Rising 2. Pra mim esse jogo tinha tudo pra dar errado, e por mais que alguns elementos do Dead Rising original tenham sido amenizados ou quase que se esvaído por completo, eu me diverti com Dead Rising 3. Porra, até que ele é um jogão. O enredo é um dos piores da franquia e o protagonista fica devendo e muito em relação ao Chuck e principalmente o Frank, mas ele tem certo grau de carisma. As combinações de armas aumentaram, e agora é possível combinar veículos também, a customização desse jogo é totalmente insana, e as armas são divertidas de se usar, mesmo que algumas sejam completamente inúteis. Os psicopatas ainda estão presente, e embora eles não sejam tão memoráveis quanto os antecessores, as batalhas são divertidas, definitivamente é o Dead Rising com o combate mais refinado. Infelizmente, nem tudo são flores. A paleta de cor desse jogo é horrível, principalmente se comparado diretamente aos dois primeiros da série, jogos muito mais coloridos. Mas o cenário em mundo aberto cumpre seu papel, são muitos coletáveis e side-missions pelo mapa, que tá abarrotado de zumbis, mas não tem problema, você terá um arsenal vasto pra dar cabo à situação.
Dead Rising 3 diverte bastante, mesmo que ele tome decisões de design diferentes que os antecessores, a alma da franquia ainda está presente, e video-game é isso, só vale a pena jogar o jogo quando é divertido, se o jogo não for divertido, pra quê se importar? Esse já seria o caso de Dead Rising 4, e não, eu não vou falar sobre ele, porque eu não vou zerar essa bomba. Quem sabe um dia.
Um dia.