Eu entendo o porque de esquerdistas ficarem tentando colocar o nazismo como uma ideologia de "direita". Deve ser difícil olhar para o espelho e constatar que
ideologias e ideais de esquerda foram os responsáveis pelas
maiores atrocidades na história humana.
Fato é que se alguém considera socialismo como esquerda, o
nazismo é uma ideologia de extrema-esquerda.
Nazismo era sim igualitarista. Só que o igualitarismo valia para os alemães. Apenas adaptou a
luta de classes marxista para a supremacia da raça alemã para com os judeus (que não por acaso estavam entre a parcela mais rica e capitalista da sociedade alemã), da qual Stalin também fez com o povo ucraniano no Holodomor (queria exterminar o povo ucraniano respaldado por raízes xenófobas dos russos com os ucranianos).
Nazismo tinha total controle da economia alemã, através do controle de preços e salários e planejamento da economia.
Falar em
hierarquirsmo só pode ser brincadeira. Todas os
países que experimentaram sistemas socialistas foram extremamente hierarquizados. Como exemplo a
URSS e a Coréia do Norte, a não ser é claro que se venha com aquela conhecida falácia do Nirvana de que "não eram um socialismo de verdade".
Nazismo era revolucionário. Hitler tentou por mais de uma vez tomar o poder por golpe, não conseguiu. Nazismo queria transformar a sociedade alemã
bruscamente, característica do revolucionarismo (conservadores nunca defenderam mudanças bruscas e engenharia social na sociedade). Apesar de referência ao passado alemão, que Stalin também fazia com o passado russo.
Nazismo era progressista. E não só era progressista, bem como se inspirou em muito das teorias progressistas do séc. 19, na chamada "Era Progressista". Tais como o
cientificismo e o eugenismo.
As raízes entre nazismo e progressismo são conhecidas.
EUGENIA E ECONOMIA NA ERA PROGRESSISTA
6 DE JANEIRO DE 2019
por Thomas C. Leonard
[ Eugenics and Economics in the Progressive Era – Tradução de Giácomo de Pellegrini ]
Introdução
A economia americana se transformou durante a Era Progressista. Nas três ou quatro décadas posteriores a 1890, a economia americana tornou-se uma ciência política especializada e os economistas acadêmicos desempenharam um papel de liderança na criação de um Estado muito mais expansivo na economia. Na Primeira Guerra Mundial, o governo dos EUA alterou a Constituição para instituir um imposto de renda pessoal, criou o Federal Reserve (Banco Central americano), aplicou leis antimonopólio, restringiu a imigração e iniciou a regulamentação da segurança alimentar e de medicamentos. Os governos estaduais, onde o impulso de reforma era ainda mais forte, regulavam as condições de trabalho, proibiam o trabalho infantil, instituíam “pensões para mães”, limitavam o horário de trabalho e fixavam salários mínimos.
Bem menos conhecida era uma classificação eugênica bruta de grupos merecedores ou indignos que foi crucial e utilizada na reforma trabalhista e imigratória que é a marca da Era Progressista (Leonard, 2003). Economistas reformistas da Era Progressista defenderam a legislação excludente sobre trabalho e imigração de forma que a força de trabalho deveria livrar-se de trabalhadores inaptos, a quem chamavam de “parasitas”, “impregáveis”, “raças de baixos salários” e “resíduos industriais”. Removendo os inaptos, era o argumento, seriam agraciados os trabalhadores superiores e merecedores. Eugenia descreve um movimento para melhorar a hereditariedade humana pelo controle social da criação humana, baseada na suposição de que as diferenças na inteligência humana, caráter e temperamento são em grande parte devido às diferenças na hereditariedade (Paul, 2001). Francis Galton, inovador estatístico e meio-primo de Charles Darwin, é considerado o fundador da moderna eugenia. O primeiro objetivo da eugenia, disse Galton (1908, p. 323), “é verificar a taxa de natalidade dos inaptos em vez de permitir que eles sejam criados […] o segundo objetivo é a melhoria da raça, promovendo a produtividade do ajuste pelos casamentos precoces e a criação saudável da crianças.“
Nos Estados Unidos, especialmente, a eugenia da Era Progressista tendia a ser racista. Mas “raça” tinha conotações na Era Progressista diferentes das de hoje, e os eugenistas daquela época eram imprecisos e inconsistentes em seu uso do termo. Às vezes, o termo se refere a toda a humanidade – a raça humana. Às vezes, “raça” era usada em algo como seu sentido moderno. Mas, mais comumente, o uso na Era Progressista significava etnia ou nacionalidade, especialmente quando se distinguia entre os europeus, de modo que os ingleses, ou os da etnia anglo-saxônica, eram presumidos como uma raça distinta da, digamos, a raça irlandesa ou a raça italiana. A taxonomia racial mais influente da época, The Races of Europe, foi escrita por William Z. Ripley (1899), um economista formado no MIT e em Columbia, que passou uma longa carreira em Harvard estudando economia ferroviária e serviu, em 1933, como presidente da American Economic Association (AEA).[1]
A raça não exauriu as variantes da hierarquia humana adotada pelos eugenistas americanos, cujo catálogo de pessoas inadequadas incluía muitas vezes mulheres e as classes mais baixas. Os eugenistas também estavam seriamente preocupados com aqueles que consideravam deficientes em intelecto – por exemplo, os epiléticos, os mentalmente doentes e os “débeis mentais” – e os que eles consideravam deficientes em caráter – “os criminosos e os incorrigivelmente ociosos […] [o] moralmente deficiente […] e [aqueles] incapazes de prover sua subsistência em qualquer função” (Webb e Webb 1920 [1897], p. 785).
Durante a Era Progressista, as abordagens eugênicas à reforma social e econômica eram populares, respeitáveis e generalizadas. Este ensaio documenta a influência das ideias eugênicas sobre a reforma econômica americana, especialmente nas áreas de imigração e reforma trabalhista, e tenta esclarecer algumas de suas causas e consequências. Embora nosso enfoque seja sobre economia, a eugenia serviu não menos, e possivelmente mais, a estudiosos de outras ciências emergentes da sociedade, especialmente sociologia e psicologia. Um tratamento mais completo está disponível em Leonard (2003), sobre o qual este ensaio se baseia.
Imigração e “Suicídio Racial”
Era uma forma acadêmica, por volta de 1890, declarar a fronteira dos EUA “fechada” e soar um alarme malthusiano sobre o crescimento excessivo da população americana. Mas os economistas profissionais que escreveram sobre imigração enfatizavam cada vez mais não a quantidade de imigrantes, mas sua qualidade. “Se pudéssemos deixar de lado a questão da raça e da eugenia“, disse Irving Fisher (1921, pp. 226-227) em seu discurso presidencial na Eugenics Research Association, “eu deveria, como economista, ser inclinado para a visão de que a imigração irrestrita […] é economicamente vantajosa para o país como um todo […]” Mas, alertou Fisher, “o cerne do problema da imigração é […] um de raça e eugenia”, o problema do estoque racial anglo-saxão sendo dominado por “deficientes, delinquentes e dependentes racialmente inferiores.“
A insatisfação e medo dos imigrantes certamente não eram novos na Era Progressista. Mas importantes economistas profissionais estavam entre os primeiros a oferecer respeitabilidade científica para a restrição de imigração por motivos raciais.[2] Eles justificaram a restrição imigratória baseada na raça como um remédio para o “suicídio racial”, um termo da Era Progressista para o processo pelo qual a raça superior (“nativos”) era sobrepujada por um estoque mais prolífico, mas racialmente inferior (imigrantes). O termo “suicídio racial” é frequentemente atribuído a Edward A. Ross (1901a, p. 88), que acreditava que “a raça superior se elimina silenciosamente e sem resmungar em vez de suportar individualmente a amarga competição que não conseguiu afastar por ação coletiva.” Ross não era nenhum excêntrico ou uma aberração. Foi membro fundador da American Economic Association, um sociólogo pioneiro e um importante intelectual público que se vangloriava de que seus livros vendiam centenas de milhares.[3] A moeda cunhada por Ross ganhou lastro suficiente para ser usada por Theodore Roosevelt (1907, p. 550), que chamou o suicídio racial de “o maior problema da civilização“, e voltou regularmente ao tema da “eliminação em vez da sobrevivência do mais forte“. Nesse mesmo ano, mais de 40 anos após a Guerra Civil Americana, Ross (1907) , p. 715) escreveu: “A teoria de que as raças são virtualmente iguais em capacidade leva a essas tolices monumentais que revestem os vales do Sul com os ossos de meio milhão de brancos escolhidos para melhorar as condições de quatro milhões de negros não escolhidos.“
A teoria de Ross (1901b) era de que o estoque anglo-saxônico “nativo” era biologicamente bem adaptado à vida rural tradicional, mas menos adequado ao novo meio urbano do capitalismo industrial. Em sua opinião, as raças de imigrantes racialmente inferiores, “latinos, eslavos, asiáticos e hebreus”, eram mais bem adaptadas às condições do capitalismo industrial e, assim, superavam a raça superior anglo-saxônica. A proposição do suicídio racial de que pessoas de raça inferior sobrepujavam os de raça superior revira o darwinismo de ponta cabeça, já que o darwinismo define aptidão ao meio como um relativo sucesso reprodutivo. A eugenia da Era Progressista, em contraste, argumentava que a aptidão incluía atributos, como raça, que poderiam ser julgados independentemente do sucesso reprodutivo. De fato, a teoria do suicídio racial foi baseada no que o darwinismo nega, o que os eugenistas chamaram de “eliminação dos mais aptos”.
Em 1912, Simon Patten (p. 64), o economista reformista da Wharton School que atuou como presidente da AEA em 1908, disse: “O grito de suicídio racial substituiu o antigo medo da superpopulação”. Para explicar o motivo das raças inferiores serem mais prolíficas, economistas do começo da Era Progressista enfatizavam como a vida econômica sob o capitalismo industrial era cada vez mais disgênica, isto é, tendia a promover a sobrevivência dos inaptos. Patten, por exemplo, argumentou (como citado em D. Ross, 1991, p. 197) que “toda melhoria […] aumenta a quantidade de deficiências que as classes trabalhadoras podem ter sem que sejam superadas na luta pela subsistência que a sobrevivência do ignorante traz à sociedade”.
Em resposta, Patten acabou defendendo que o Estado assumisse a tarefa de selecionar o mais apto – a eugenia. “O progresso social é uma lei mais alta que a igualdade”, Patten (1899, pp. 302–303) continuou, e a única maneira de progredir era a “erradicação dos viciosos e ineficientes”. Frank Fetter (1899, p. 237) que serviria como presidente da AEA em 1912, também temia que “os benefícios do progresso social estivessem sendo neutralizados pela degeneração racial” devido à “suspensão do processo seletivo”.
Henry Farnam, que co-fundou a Associação Americana para Legislação Trabalhista (AALL), influente organização de reforma liderada por economistas acadêmicos e mais tarde serviu como presidente da AEA em 1911, enfatizou a ajuda aos pobres como uma causa de seleção disgênica: “Nós estamos”, Farnam (1888, p. 295) propôs,“por meios de nossos próprios avanços, estabelecendo forças que tendem a multiplicar os inaptos.” O aumento no inapto, Farnam concluiu,“torna cada vez mais imperativo a solução desse problema extremamente difícil que Arnold White chama de ‘esterilização do inapto’”.
Ross, Patten, Fetter e Farnam todos viram os padrões de vida mais altos e as reformas da Era Progressista menos como uma vitória para a justiça social, mas como um impedimento para a eliminação darwiniana. Sua resposta não foi argumentar contra a reforma, como poderia um darwinista social, mas defender a eugenia, a substituição da seleção natural dos mais aptos pela seleção do Estado.
Francis Amasa Walker ofereceu uma conta para o suicídio racial que se mostrou especialmente influente no debate sobre imigração. Walker foi um herói da Guerra Civil, serviu como presidente do MIT de 1881 a 1897, dirigiu o censo dos EUA em 1870 e em 1880, foi o primeiro presidente da AEA de 1886 a 1892 e foi o economista americano mais respeitado no início da Era Progressista. A teoria do suicídio racial de Walker argumentava que a imigração limitava a fertilidade natural da população “nativa” – a qual ele se referia aos primeiros imigrantes europeus de etnia anglo-saxônica – de modo que a quantidade de inferiores de origem estrangeira efetivamente iam substituindo a quantidade de superiores nativos. “O elemento nativo não conseguiu manter a sua taxa de crescimento anterior”, diz Walker (1899, p. 423), “porque os estrangeiros vieram em enxames”.
Walker (1899, p. 424) propôs que os americanos nativos não competissem com os imigrantes das “raças de baixos salários”. “O americano recuou da competição industrial que lhe foi imposta”, argumentou Walker. “Ele não estava disposto a se envolver com o tipo mais baixo de trabalho com esses novos elementos da população; ele estava ainda mais indisposto a trazer filhos e filhas ao mundo para entrar nessa competição.” Walker (1896, p. 828) caracterizou os novos elementos da população – “camponeses do sul da Itália, Hungria, Áustria e Rússia”- como “homens derrotados de raças derrotadas; representando os piores fracassos na luta pela existência. Séculos são contra eles, pois séculos estavam do lado daqueles que antigamente vinham até nós.” Walker (1899, p. 447) previu que, sem a restrição da imigração racial, “toda poça imunda e estagnada na Europa, [no] que nenhum sopro de vida intelectual se agitou durante séculos […] [será] decantado em nossas costas.”
Como Fisher, Ross, Patten, Fetter e Farnam, Walker endossou políticas eugênicas. “Devemos arrancar do sangue da raça mais da mácula herdada de um passado ruim e cruel”, Walker (1899, p. 469) propôs, “antes que possamos eliminar a pobreza, muito mais o pauperismo, de nossa vida social. O tratamento científico que é aplicado às doenças físicas deve ser estendido à doença mental e moral, e uma cirurgia saudável e cauterização devem ser impostas por todo o poder do Estado para o bem de todos.”[4]
Eugenia de lado, Walker era, por sua vez, um sofisticado estudante de população. Walker descobriu que as previsões populacionais do início do século XIX para 1840 e 1850 assumiam pouca imigração, mas ainda assim eram bastante precisas. Observando que um aumento relativamente grande na imigração ocorreu durante as décadas de 1830 a 1839 e 1840 a 1849, Walker (1899, p. 422) concluiu que uma imigração imprevista deve ter induzido um declínio nativo na taxa de natalidade, caso contrário, as previsões, ao assumirem pouca imigração, teriam subestimado a população total. Alguns críticos discordaram, dizendo que a fertilidade nativa começou a declinar muito antes de a imigração aumentar e que as causas estavam no aumento da urbanização, padrões de vida mais elevados e casamentos tardios (Goldenweiser, 1912). Esses críticos foram ignorados. Quaisquer que sejam os méritos do caso de Walker vistos a partir de hoje, é importante notar que mesmo os estudantes sofisticados da população adotaram a teoria do suicídio racial e soluções eugênicas para ela.
Teorias de suicídio racial eram populares no exterior também. Na Inglaterra, por exemplo, o socialista Fabian Sidney Webb (1907, p. 17) criou um novo termo, “seleção adversa”, para descrever o que ele viu como suicídio na raça inglesa: “vinte e cinco por cento de nossos pais, como professor Karl Pearson continua nos alertando, está produzindo 50% da próxima geração. Isso dificilmente pode resultar em qualquer coisa além de deterioração nacional; ou, como alternativa, neste país gradualmente caindo aos irlandeses e judeus.”
Na segunda metade da Era Progressista, o suicídio racial e as soluções eugênicas propostas tinham lastro suficiente para aparecer nos principais livros didáticos. Em seu Elementary Principles, Irving Fisher (1907, p. 715) declarou que “se a vitalidade ou capital vital é prejudicada por uma reprodução dos piores e uma cessação da criação dos melhores, nenhuma calamidade maior poderia ser imaginada”. Felizmente, segundo Fisher, a eugenia oferecia um meio de “isolar-se em instituições públicas e, em alguns casos, em operações cirúrgicas”, para evitar a calamidade da “corrupção hereditária”. Similarmente, Frank Fetter (1918, pp. 421- 422) lamentou em seu Economic Principles, “Democracia e oportunidade estão aumentando o medíocre e reduzindo as excelentes tensões do estoque populacional […] O progresso está ameaçado, a menos que as instituições sociais possam ser ajustadas de modo a reverter esse processo de multiplicar os mais pobres e extinguir as famílias mais capazes”. As políticas eugênicas introduziriam, argumentou Fetter, “um elemento de direção racional no processo de perpetuação da raça […]”.
Vejamos alguns trechos do que o Wikipédia diz sobre esses autores (que acredito que tenha sido tua fonte de consulta).
Arthur Moeller van den Bruck foi um historiador e escritor alemão, mais conhecido por seu controverso livro publicado em 1923 Das Dritte Reich (O Terceiro Reich), que promovia o nacionalismo alemão e que exerceu uma forte influência sobre o nazista Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Em seu livro de 1918, Das Recht der jungen Völker (O Direito das Jovens Nações), Moeller van den Bruck apresenta uma versão da teoria Sonderweg, na qual desenvolveu o tema da Rússia, como representando a civilização comunista, e os Estados Unidos representando a civilização capitalista, ambos os quais são rejeitados por ele. A Alemanha é tida como o modelo entre os dois extremos. No mesmo livro, ele defendia uma filosofia do Estado (Staatstheorie), que era a tentativa de Moeller de preencher a lacuna entre o nacionalismo e os conceitos de justiça social expressamente anti-ocidental e anti-imperialista.
Oswald Arnold Gottfried Spengler foi um escritor muito ativo durante os anos da Primeira Guerra Mundial e no período entre-guerras, apoiando a hegemonia germânica na Europa - embora seus escritos tivessem pouca repercussão fora da Alemanha. Em 1920, escreveu Prussianismo e Socialismo (Preussentum und Sozialismus), obra em que defende uma espécie orgânica e nacionalista de socialismo autoritário não marxista.
Carl Schmitt foi um jurista, filósofo político e professor universitário alemão. É considerado um dos mais significativos e controversos especialistas em direito constitucional e internacional da Europa do século XX. A sua carreira foi manchada pela sua proximidade com o regime Nazista
Ou seja, você pegou
3 autores nazistas (ou simpáticos ao nazismo, e que defendiam modelos de socialismo e justiça social), para corroborar a tese de que existem direitistas tais quais nazistas que defendiam "estado acima de tudo". O que certamente cai numa falácia de
petição de princípio.