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Tópico da Crise de Energia 2021 [2022?]

Zefiris Metherlence

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A Europa também está pagando caro pela energia, e a crise deve piorar:
- Europe is paying record prices for energy. A winter crisis looms
Em alguns países europeus o custo da energia subiu quase 300% nos últimos meses.

Alguns produtos sumiram das prateleiras por causa que as empresas não podem arcar com os custos de produção, e então param suas linhas de produção. Eu não descartaria algo similar acontecer aqui no Brasil. Mas morrer de frio aqui é menos um problema do que lá.
 

Zefiris Metherlence

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O oceano Pacifico está a beira de um novo evento de La Niña, com praticamente todos os modelos de computador indicando esse cenário, vide os dados do NOAA:

zBnoDaX.gif


Embora não seja uma regra inabalável, pois também há outros fatores na equação, a tendência com La Niña é chuva abaixo da média para o Sudeste brasileiro, justamente em sua época chuvosa. Por outro lado, o Nordeste pode vir a ter eventos extremos de chuva.

Bem, com esse rápido retorno da La Niña, a temperatura global deve manter a tendência de resfriamento vista desde o fim do último super El Niño anos atrás.
 

geist

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A Europa também está pagando caro pela energia, e a crise deve piorar:
- Europe is paying record prices for energy. A winter crisis looms
Em alguns países europeus o custo da energia subiu quase 300% nos últimos meses.

Alguns produtos sumiram das prateleiras por causa que as empresas não podem arcar com os custos de produção, e então param suas linhas de produção. Eu não descartaria algo similar acontecer aqui no Brasil. Mas morrer de frio aqui é menos um problema do que lá.

Ainda dependem muito do gás russo?
Se sim...
 

Sgt. Kowalski

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Crise hídrica: Brasil já tem rodízio de água no interior de São Paulo e multa por desperdício em Minas


Previsão é que na primavera chuvas continuem abaixo da média histórica; escassez já faz população mudar hábitos e até compromete sustento
Hidrelétrica de Furnas, em São José da Barra, Minas Gerais, está com 14% do seu volume útil Foto: Joel Silva / Agência O Globo
Hidrelétrica de Furnas, em São José da Barra, Minas Gerais, está com 14% do seu volume útil Foto: Joel Silva / Agência O Globo
RIO — Em três décadas, Maria Rosa Arezi produziu todo tipo de orgânico em sua propriedade em Cascavel, no Paraná. Porém, a água secou. O lago do terreno, que já teve quase 80 mil metros cúbicos cheios, sumiu após quase dois anos de chuva abaixo da média no estado. Para garantir o próprio sustento, a família teve de vender os equipamentos de irrigação.
— Ficamos com medo de ficar sem água para a casa e paramos a produção — conta.
Consequência da seca: Tempestade de areia atinge cidades do interior de São Paulo; veja vídeo
Áreas rurais e urbanas do território nacional já sofrem com torneiras secas por conta da crise hídrica, que também deixa o país em risco de um apagão elétrico. E a seca prolongada já impacta o dia a dia de muitas famílias Brasil afora, que mudam de hábitos e até de meios de produção e renda.
A região mais atingida é a Bacia do Paraná, que abastece Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal. E de acordo com relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão de chuvas para a primavera não é animadora.
Segundo o Prognóstico Climático da Primavera 2021, a região Sul tem maior probabilidade de continuar com chuvas abaixo da média histórica no período, quando deveria começar a estação chuvosa para recuperar os reservatórios.
No bairro Uberaba, em Curitiba, Letícia Andrade e seus vizinhos estocam água.
— Não é raro a gente ficar três dias sem água. Todo mundo tem galões para guardar um pouco para os dias secos — diz.
Pescaria magnética:Ímã vira anzol e resgata até fuzil do fundo de rios de São Paulo
Pedro Augusto Breda Fontão, professor do Departamento de Geografia do Setor de Ciências da Terra e coordenador do Laboratório de Climatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que a causa é o fenômeno La Niña, que já afetou o Sul em 2020:
— Ele deixa as águas do oceano mais frias, e isso causa chuva mal distribuída, com volumes abaixo do esperado. Consequentemente, não serão recuperados os níveis dos reservatórios já em estado crítico.
A região metropolitana de Curitiba já vive um intenso rodízio no abastecimento de água à população. Ele é suspenso por 36 horas e, depois, liberado pelo mesmo período.
— Se um reservatório grande secar e precisar desligar algumas captações, será um colapso. É isso que o rodízio tenta evitar — afirma Cláudio Marchand Krüger, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da UFPR.
Ainda segundo o relatório do Inmet, desde janeiro de 2019 o Paraná teve 23 dos 32 meses até agosto de chuvas abaixo da média, e a previsão é que até fevereiro de 2022 não choverá acima dela — caracterizando uma das três maiores secas desde o início das medições, no início do século XX.
Refugiados ambientais:Secas, tempestades e enchentes multiplicam migrações no país
— Desde 1999, há alertas de que a população da região metropolitana de Curitiba ia crescer, o que aumentaria a demanda de novos mananciais e reservatórios — diz Fontão.
Outros estados da Bacia do Paraná sofrem com a estiagem. O Mato Grosso do Sul, segundo o Inmet, está na mesma situação que o Paraná. São Paulo já adota rodízios em algumas cidades. Em Bauru, são 24 horas de abastecimento e 48 sem água. Em Valinhos, a lanchonete na qual André Luís Pires trabalha só continua aberta porque os donos passaram a comprar água. Apesar do rodízio de 24 por 24 horas, na semana passada o comércio ficou de segunda a sexta-feira sem abastecimento:
— São R$ 600 só com galão de água. O que dá a gente reutiliza. Com a água que lavamos a louça, limpamos o chão.
Bugre, em MG, no Vale do Rio Doce, começou a interromper a oferta após o posto de água que abastece a cidade quase secar. Uberaba definiu multa de R$ 293,47 para quem desperdiçar .
— A água não cai das 7h às 17h. Passo a madrugada inteira fazendo as coisas, limpando a cozinha — diz Dhara Kelly, dona de uma lanchonete.
Em Goiás, alguns bairros de Goiânia e Aparecida de Goiânia devem entrar em sistemas de rodízio nos próximos dias. No Rio, abastecido pela Bacia do Paraíba do Sul, o principal reservatório (Paraibuna) tem apenas 21% do volume útil. Em 2015, na última grande crise hídrica do estado, esse índice chegou a -1,64.
— Vamos depender das chuvas, especialmente no verão, e teremos de poupar em 2022 — diz Paulo Canedo, professor de Recursos Hídricos da Coppe/UFRJ.
 


Setzer1

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O problema da energia +cara no mundo se da devido a falta de Suprimento de gás no mundo.
Isso é particularmente brutal na Europa pq o gás é usado não só pra energia como também pra aquecer as casas.

Até o BRasil ta atrapalhando pq sem hidroelétricas muitas das nossas termos são a gás e estamos importando nesse preço internacional.
Gas que normalmente iria pra Europa encher seus estoques.

Isso se da pelo inverno de 2020 ter sido +forte. (E a tendência é serem cada vez +brutais).

Aqui o preço do gás em 2020. Olhem o pico que chego na Asia.
È o mesmo efeito agora ocorrendo na Europa.

20210925_WOC332.png


Apesar do estoque de 2020 não ter ficado tão mal quanto em 2018.
Não se recuperou na mesma velocidade.
Inglaterra tb não ajudou desligando estoques próprios de gas, contando ainda mais com o com o continente.

https://www.economist.com/graphic-detail/2021/09/20/what-is-behind-rocketing-natural-gas-prices


Na inglaterra, assim como alemanha a coisa deverá começar a melhorar um pouco no fim do ano com os ventos do Inverno.
O top de produção é sempre de Outubro a Janeiro-Fevereiro. Aliviando o consumo de gás que pode ser usado mais pra aquecer casas ao invés de gerar eletricidade.
britain1.png



Pra evitar o sobe e desce é por isso que estão colocando eolicas no litoral (off shore wind farm).
No oceano nunca falta vento.

Mas isso tb significa criar linhas de transmissão novas pra levar a energia do oceano pro continente. E isso leva anos.
Alemanha por exemplo tem um monte de energia das fazendas offshore que não podem ser usadas pq a linha de transmissão sofreu atrasos.
 
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Zefiris Metherlence

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Pra evitar o sobe e desce é por isso que estão colocando eolicas no litoral (off shore wind farm).
No oceano nunca falta vento.

Este ano está faltando vento justamente no Mar do Norte...
- The U.K. went all in on wind power. Here’s what happens when it stops blowing
 

Setzer1

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Este ano está faltando vento justamente no Mar do Norte...
- The U.K. went all in on wind power. Here’s what happens when it stops blowing

Consegui uma matéria melhor e mais técnica já que a da forbes fala muito do geral mas sem entrar nos detalhes.
https://www.cityam.com/low-wind-speeds-deflate-orsted/
Essa é de uma companhia das várias da região.

A previsão para o quadrimestre de 2021 eram ventos de 8.6m/s
Tiveram 7.8m/s com a tendência continuando em setembro.
10% Abaixo do esperado.

Junta com o preço do gás.
Junta com o fim do estoque de gás.
Junta com o fogo na transmissão de energia da França pra Inglaterra.

E inglaterra crio uma situação bem especifica e bem pior que no resto da Europa.
 

Pipoqueiro

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Um dos que mais consomem energia no Brasil é a industria né?

Pois a ociosidade dela esta bem baixa

Captura-de-Tela-2021-09-27-a-s-11-52-16.png


Brasil na forquilha. Se crescer muito, apagão e cresce pouco. Se crescer pouco, menos chance de apagão, mas também continuamos no chão
 

Akita

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Um dos que mais consomem energia no Brasil é a industria né?

Pois a ociosidade dela esta bem baixa

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Brasil na forquilha. Se crescer muito, apagão e cresce pouco. Se crescer pouco, menos chance de apagão, mas também continuamos no chão
Ficou "barato" produzir aqui pra mandar lá pra fora.

Siderúrgica está a todo vapor.
 

samouraï solitaire

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A Europa também está pagando caro pela energia, e a crise deve piorar:
- Europe is paying record prices for energy. A winter crisis looms
Em alguns países europeus o custo da energia subiu quase 300% nos últimos meses.

Alguns produtos sumiram das prateleiras por causa que as empresas não podem arcar com os custos de produção, e então param suas linhas de produção. Eu não descartaria algo similar acontecer aqui no Brasil. Mas morrer de frio aqui é menos um problema do que lá.

A Chinha tb tá com problema energéticopq usar fontes renováveis. ‍♂️ malditos sejam os filósofos franceses que começaram com essa papagaiada ambiental
 

Pipoqueiro

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A Chinha tb tá com problema energéticopq usar fontes renováveis. ‍♂ malditos sejam os filósofos franceses que começaram com essa papagaiada ambiental
A china ta com problema com os preços do gás-carvão e no norte, onde é mais hidrelétrica, deu seca também..

O problema de sair de fonte fósseis é que antes de você trocar a matriz, vão parar de abrir poços, minas, etc.. A oferta vai cair para se adequar a menor demanda.
Logo, se a demanda sobe repentinamente por que EGS deu fail e você precisa de mais gás, carvão. Os preços explodem para cima pelo simples motivo que não da para aumentar a produção em 3 dias..
 
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geist

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Quem puder comprar eletrônicos o faça o quanto antes...
 

Zefiris Metherlence

Bam-bam-bam
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PR, SP e parte do MS devem ter chuva em volume decente nos primeiros dias de outubro.
---------
- Edit complementar:
Mesmo que a La Niña se inicie no próximo mês, existe um lag entre oceano e atmosfera.
Só deve começar a interferir com o Brasil de dezembro em diante. Então existe uma janela temporal para ter chuva no Sudeste dentro da média histórica.
 
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Sgt. Kowalski

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Crise hídrica, jogos políticos e o risco de apagão no fim do ano



O Brasil sofre atualmente uma das piores crises hídricas dos últimos 90 anos, com reflexos diretos no preço da tarifa de energia elétrica. A situação climática também afeta de forma indireta os preços de bens e serviços que dependem do uso de eletricidade. Além do rodízio no fornecimento da água em diversas cidades, a população enfrenta outra questão: a energia elétrica pesa no orçamento familiar.

A maior parte da energia elétrica produzida no Brasil provém de usinas hidrelétricas, o meio mais barato de produção, mas que depende das chuvas para abastecer os reservatórios. Em períodos de seca a produção fica mais cara, pois o governo precisa acionar as termelétricas como forma de compensar as deficiências nos níveis dos reservatórios.

Apesar da crise hídrica, o sistema elétrico brasileiro é interligado entre as diversas regiões, de forma a minimizar os riscos de falhas no abastecimento. Mas às vezes isso não é suficiente para suprir a demanda e atender consumidores residenciais e industriais, tendo o governo de recorrer à importação de energia de outros países.

O sistema elétrico brasileiro pode ser considerado um dos mais renováveis do mundo, pois mais de 80% da energia produzida pelo país é gerada por usinas hidrelétricas. Logo, o aumento na fatura deve-se, de fato, à crise hídrica que estamos vivendo. Ainda assim, o governo brasileiro tem sua parcela de culpa, seja na gestão atual ou nas anteriores, pelo planejamento e investimentos insuficientes em outras fontes de energia.

É inegável que o governo atual esteja tentando minimizar os efeitos da crise hídrica, via propagandas que objetivam conscientizar a população a economizar. Outras medidas também incluem os já citados acionamento de usinas termelétricas e importação de energia de outros países. Isso é válido, mas não seria estranho se repensasse também a adoção do horário de verão. Além disso, poderia incentivar a geração de energia por meio de fontes renováveis como a eólica e a solar.

A geração solar poderia ser uma resposta rápida e efetiva contra essa crise energética atual, pois o Brasil tem um potencial de geração maior que países europeus que já exploram essa fonte há mais tempo, como a Alemanha. Sabemos que a falta de investimentos em outras fontes de energia renováveis também se deve às influências políticas e aos jogos de interesse de empresas, que muitas vezes estão acima do bem social.

Recentemente, a Câmara dos Deputados discutiu a melhor maneira de taxar a energia solar. Como resultado, foi aprovado o Projeto de Lei 5.829/19, que permite a cobrança de taxas e tributos à minigeração e microgeração de energia solar distribuída conectada à rede elétrica. Isso gera dúvidas, confunde e desanima quem tem interesse em investir no segmento. Em plena crise hídrica e energética, esperava-se que os políticos discutissem como expandir e difundir a geração de energia solar. Mesmo em crescimento, a sua participação na matriz elétrica brasileira em comparação à fonte hidráulica é ínfima.
Não é justo que as pessoas mais pobres sejam usadas como justificativa de taxação da energia solar.
Grupos ligados às concessionárias e distribuidoras de energia elétrica defendem a taxação solar com o argumento de que famílias mais pobres não teriam condições de instalar um sistema fotovoltaico e os mesmos acabariam arcando com uma tarifa mais cara devido aos custos de manutenção da rede elétrica. Isso não deixa de ser verdade, pois as pessoas que desejam ter um sistema fotovoltaico em suas residências pagariam uma tarifa menor, e a parcela do valor destinado à manutenção da rede elétrica também seria menor. Logo, essa diferença cairia no bolso dos mais pobres. Também vale destacar que a instalação de sistemas fotovoltaicos é realmente cara e, atualmente, poucas pessoas têm acesso a esta tecnologia. Neste caso, a cobrança de impostos da geração solar conectada à rede elétrica pode ser até justa, desde que o valor cobrado não torne o investimento inviável e o dinheiro arrecadado pelo imposto seja, de fato, usado corretamente na manutenção do sistema elétrico. A ideia já é discutida e protegida por aqueles que defendem o uso da energia solar, mas talvez não seja tão interessante para quem controla e vende a energia elétrica por geração hidráulica ou por outras fontes.

No cenário atual, o Brasil precisa de uma solução rápida e mais efetiva para uma crise energética que está cada vez mais iminente com o prolongamento da falta de chuvas. Mesmo que o governo negue os riscos de apagão, vários setores da economia estão considerando as hipóteses de racionamento de energia e como isso vai afetar na produção de bens e serviços. O governo atual precisa ser mais ousado em incentivar o uso de energias renováveis, principalmente a solar, mesmo que não agrade certos grupos (como as concessionárias e distribuidoras) e quem é a favor da taxação da energia solar.

Não é justo que as pessoas mais pobres sejam usadas como justificativa de taxação da energia solar, pois o Brasil necessita de energia elétrica para fazer a economia crescer, manter hospitais e escolas etc. Os mais pobres já estão sofrendo as consequências da tarifa mais cara. Logo, não é justo usá-los como desculpa para frear o desenvolvimento de um país. Além das campanhas de conscientização sobre a economia de energia, o governo poderia financiar anúncios sobre as energias renováveis de forma a incentivar a iniciativa privada a investir nelas e ajudar a girar a economia.
 

carlos222

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Eu, que estava gostando de trabalhar em Home office, estou achando melhor voltar o trabalho presencial. Só assim para evitar surpresa na conta de energia.
Isso é verdade, chegando o verão é impossível trabalhar atrás de um computador sem ar condicionado.
 

Sgt. Kowalski

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Falta de água no interior de SP já afeta cerca de 2 milhões de pessoas
Levantamento do UOL indica que, em ao menos 14 cidades do estado de São Paulo, o racionamento de água já começou. Juntas, somam 2 milhões de habitantes.

Em alguns municípios, as restrições de fornecimento não atingem toda a população. Em São José do Rio Preto, no interior paulista, o racionamento começou em maio. Sem chuvas há praticamente 180 dias, cerca de 100 mil pessoas na cidade ficam sem água das 13h às 20h.

Relacionadas

Em outra cidade grande, Bauru, a falta de chuva agravou um problema que já é crônico. A queda acentuada no nível da lagoa de captação do rio Batalha obrigou a prefeitura a implantar um rodízio que deixa parte da população sem água por 48 horas, embora moradores já tenham relatado desabastecimento por até três dias.
Na cidade de Itu, as altas temperaturas resultaram em aumento de 50% no consumo de água. Sem previsão de chuvas até outubro, o município adotou um rodízio a partir de 5 de julho: as torneiras têm água por 24 horas, mas ficam secas pelos dois dias seguintes. "A cidade toda está nesse esquema", informa a prefeitura.
Rio Batalha - DAE-Divulgação - DAE-Divulgação


Lagoa de captação do rio Batalha, em Bauru, está com nível baixo
Imagem: DAE-Divulgação
Em Valinhos, o nível de suas barragens é crítico desde agosto, o que levou a autarquia municipal a suspender a captação nas barragens Moinho Velho, Figueiras e João Antunes.
"Temos que fazer com que os 61,3% do que temos disponível atualmente em água consigam atender aos moradores de todas as áreas da cidade", diz o chefe do Daev (Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos), Ivair Nunes Pereira.
Alerta de emergência
O estado de São Paulo enfrenta a pior seca em 91 anos, de acordo o Serviço Nacional de Meteorologia, que em maio emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro. Ao menos três fenômenos explicam a falta de chuvas na região:
  • Aquecimento global, provocado pela queima de combustíveis fósseis;
  • Desmatamento da Amazônia, que reduz os "rios voadores", que se formam no Norte e precipitam no Sul e Sudeste;
  • Fenômeno La Niña, que torna mais secos o verão e outono em São Paulo.
Desde a semana passada, Santa Cruz das Palmeiras vive um racionamento por tempo indeterminado. Todos os dias, das 7h às 17h, o fornecimento é cortado. A limpeza interna das casas com água de reúso só é permitida às quintas-feiras, enquanto quem for flagrado lavando calçadas e carros pode pagar multa de R$ 1.200.
Ao UOL, o prefeito de Mirandópolis, Everton Sodario (PSL), afirmou que as duas represas que servem a região, a de São Lourenço e Santa Helena, "secaram 100%". O jeito é fornecer água dia sim —sempre por quatro horas no período noturno—, dia não.
"Fizemos uma operação de emergência, ativando poços artesianos particulares, injetando água na nossa rede", conta. "Acionamos a represa dia sim, dia não e pedimos autorização para perfurar três poços artesianos."
Rio Paraná - Divulgação - Divulgação


Baixo nível no rio Paraná, de onde a cidade de Santa Fé do Sul retira parte da água para abastecer a população
Imagem: Divulgação
216057
Na lista do UOL, a cidade de Atibaia enfrenta a situação menos preocupante. A prefeitura suspendeu o rodízio no começo da semana depois de dois dias sem água, em 25 e 26 de setembro.
Casa suja e dias sem água
A escriturária Karla Migani, 40, vive em Franca, no interior paulista, e é uma das afetadas. Ela conta que precisa encher baldes para lavar louça e usar a descarga de casa. Isso quando a região tem fornecimento de água.
"E, para beber, a gente compra água no supermercado", diz Karla. "A água acabou ontem [29 de setembro] ao meio-dia e só voltará hoje à meia-noite."
Franca é a única cidade paulista abastecida pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) a enfrentar rodízio.
Personagem - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal


Moradora de Franca, escriturária Karla Migani armazena água em balde, garrafas e até em em caldeirão
Imagem: Arquivo Pessoal
216058
Karla diz que "tem bairros há quatro dias sem água" e que "tem pessoas pedindo lugar para tomar banho".
"Água virou um luxo. A minha casa continua suja depois da tempestade de areia no domingo", conta. "A Sabesp pede para economizar água, mas não tem mais o que economizar."
Na cidade, o rodízio, que começou no dia 2 de setembro e deveria acabar no dia 29, foi postergado até 6 de outubro. "A vazão dos mananciais de Franca não é suficiente para manter toda a cidade abastecida", diz a Sabesp em nota.
Futuro preocupa
Além de chover pouco no estado, o volume de chuvas em São Paulo ficará entre 10 milímetros e 50 mm abaixo da média histórica de setembro a novembro, podendo chegar a menos 100 mm em algumas cidades, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Meteorologista do Climatempo, Pedro Regoto confirma que os níveis nas bacias não se elevaram na região desde o início da última década.
"Os níveis de todos os reservatórios vêm caindo desde a crise hídrica no verão de 2013 e 2014", diz Regoto. "Tivemos boas chuvas no verão passado, mas não foram bem localizadas."
O especialista é pessimista quanto ao período de chuva, iniciado na primavera e que deveria se intensificar no verão.
"Temos previsão de chuva boa na primavera, mas, quando o coração do período úmido chegar, o verão, provavelmente não teremos chuva suficiente", diz ele, que não descarta racionamento maior em 2022.
Não será como o verão 2013 e 2014, sem chuva nenhuma. O problema são os níveis dos reservatórios, que hoje estão piores do que lá atrás. A gente precisa de um verão chuvoso, mas não vamos ter."
Pedro Regoto, meteorologista
O desabastecimento de água também afeta a capital paulista, que vem registrando falta de água em diversas regiões da cidade. Desde a semana passada, a Sabesp aumentou o tempo de redução da pressão da água no período noturno, que antes ocorria entre as 23h e as 5h, mas foi antecipado para as 21h.
A intenção é reduzir os desperdícios causados por vazamentos nas redes. Reportagem do UOL informa que os desperdícios nos canos da Sabesp e os "gatos" poderiam abastecer uma cidade do tamanho de São Paulo.
 

carlos222

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Falta de água no interior de SP já afeta cerca de 2 milhões de pessoas
Levantamento do UOL indica que, em ao menos 14 cidades do estado de São Paulo, o racionamento de água já começou. Juntas, somam 2 milhões de habitantes.

Em alguns municípios, as restrições de fornecimento não atingem toda a população. Em São José do Rio Preto, no interior paulista, o racionamento começou em maio. Sem chuvas há praticamente 180 dias, cerca de 100 mil pessoas na cidade ficam sem água das 13h às 20h.

Relacionadas

Em outra cidade grande, Bauru, a falta de chuva agravou um problema que já é crônico. A queda acentuada no nível da lagoa de captação do rio Batalha obrigou a prefeitura a implantar um rodízio que deixa parte da população sem água por 48 horas, embora moradores já tenham relatado desabastecimento por até três dias.
Na cidade de Itu, as altas temperaturas resultaram em aumento de 50% no consumo de água. Sem previsão de chuvas até outubro, o município adotou um rodízio a partir de 5 de julho: as torneiras têm água por 24 horas, mas ficam secas pelos dois dias seguintes. "A cidade toda está nesse esquema", informa a prefeitura.
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Lagoa de captação do rio Batalha, em Bauru, está com nível baixo
Imagem: DAE-Divulgação
Em Valinhos, o nível de suas barragens é crítico desde agosto, o que levou a autarquia municipal a suspender a captação nas barragens Moinho Velho, Figueiras e João Antunes.
"Temos que fazer com que os 61,3% do que temos disponível atualmente em água consigam atender aos moradores de todas as áreas da cidade", diz o chefe do Daev (Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos), Ivair Nunes Pereira.
Alerta de emergência
O estado de São Paulo enfrenta a pior seca em 91 anos, de acordo o Serviço Nacional de Meteorologia, que em maio emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro. Ao menos três fenômenos explicam a falta de chuvas na região:
  • Aquecimento global, provocado pela queima de combustíveis fósseis;
  • Desmatamento da Amazônia, que reduz os "rios voadores", que se formam no Norte e precipitam no Sul e Sudeste;
  • Fenômeno La Niña, que torna mais secos o verão e outono em São Paulo.
Desde a semana passada, Santa Cruz das Palmeiras vive um racionamento por tempo indeterminado. Todos os dias, das 7h às 17h, o fornecimento é cortado. A limpeza interna das casas com água de reúso só é permitida às quintas-feiras, enquanto quem for flagrado lavando calçadas e carros pode pagar multa de R$ 1.200.
Ao UOL, o prefeito de Mirandópolis, Everton Sodario (PSL), afirmou que as duas represas que servem a região, a de São Lourenço e Santa Helena, "secaram 100%". O jeito é fornecer água dia sim —sempre por quatro horas no período noturno—, dia não.
"Fizemos uma operação de emergência, ativando poços artesianos particulares, injetando água na nossa rede", conta. "Acionamos a represa dia sim, dia não e pedimos autorização para perfurar três poços artesianos."
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Baixo nível no rio Paraná, de onde a cidade de Santa Fé do Sul retira parte da água para abastecer a população
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Na lista do UOL, a cidade de Atibaia enfrenta a situação menos preocupante. A prefeitura suspendeu o rodízio no começo da semana depois de dois dias sem água, em 25 e 26 de setembro.
Casa suja e dias sem água
A escriturária Karla Migani, 40, vive em Franca, no interior paulista, e é uma das afetadas. Ela conta que precisa encher baldes para lavar louça e usar a descarga de casa. Isso quando a região tem fornecimento de água.
"E, para beber, a gente compra água no supermercado", diz Karla. "A água acabou ontem [29 de setembro] ao meio-dia e só voltará hoje à meia-noite."
Franca é a única cidade paulista abastecida pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) a enfrentar rodízio.
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Moradora de Franca, escriturária Karla Migani armazena água em balde, garrafas e até em em caldeirão
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Karla diz que "tem bairros há quatro dias sem água" e que "tem pessoas pedindo lugar para tomar banho".
"Água virou um luxo. A minha casa continua suja depois da tempestade de areia no domingo", conta. "A Sabesp pede para economizar água, mas não tem mais o que economizar."
Na cidade, o rodízio, que começou no dia 2 de setembro e deveria acabar no dia 29, foi postergado até 6 de outubro. "A vazão dos mananciais de Franca não é suficiente para manter toda a cidade abastecida", diz a Sabesp em nota.
Futuro preocupa
Além de chover pouco no estado, o volume de chuvas em São Paulo ficará entre 10 milímetros e 50 mm abaixo da média histórica de setembro a novembro, podendo chegar a menos 100 mm em algumas cidades, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Meteorologista do Climatempo, Pedro Regoto confirma que os níveis nas bacias não se elevaram na região desde o início da última década.
"Os níveis de todos os reservatórios vêm caindo desde a crise hídrica no verão de 2013 e 2014", diz Regoto. "Tivemos boas chuvas no verão passado, mas não foram bem localizadas."
O especialista é pessimista quanto ao período de chuva, iniciado na primavera e que deveria se intensificar no verão.
"Temos previsão de chuva boa na primavera, mas, quando o coração do período úmido chegar, o verão, provavelmente não teremos chuva suficiente", diz ele, que não descarta racionamento maior em 2022.
Não será como o verão 2013 e 2014, sem chuva nenhuma. O problema são os níveis dos reservatórios, que hoje estão piores do que lá atrás. A gente precisa de um verão chuvoso, mas não vamos ter."
Pedro Regoto, meteorologista
O desabastecimento de água também afeta a capital paulista, que vem registrando falta de água em diversas regiões da cidade. Desde a semana passada, a Sabesp aumentou o tempo de redução da pressão da água no período noturno, que antes ocorria entre as 23h e as 5h, mas foi antecipado para as 21h.
A intenção é reduzir os desperdícios causados por vazamentos nas redes. Reportagem do UOL informa que os desperdícios nos canos da Sabesp e os "gatos" poderiam abastecer uma cidade do tamanho de São Paulo.
É só desmatar mais que resolve, árvores consomem muita água, deixando pouca quantidade para o agro
 

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Vamos ver se o pessoal aprende a economizar na marra pois ja vi e denunciei muita casa no ano passado lavando carro e calçada quando a prefeitura mandava economizar, eu mesmo ja comprei duas bombonas de 100l para pegar agua da chuva e guardar para usar em coisas menores, vamos ver se mais gente faz a parte dele e continua fazendo depois que passei essa crise de chuvas
 

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É só desmatar mais que resolve, árvores consomem muita água, deixando pouca quantidade para o agro

Saiu no Estadão mas matéria é da Nature.

Estados como RR e Amazonas, no pior cenário, podem ter a temperatura até 2100 subindo 11,5ºC.
O que tornaria o território inabitável.

Mesmo que a gente reduza o cenário pela metade. +5,7ºC num lugar que já faz 30-40ºC é tenso.
Povo fala de 1ºC a 3ºC. Mas esquecem que a terra não vai aquecer de maneira uniforme. Dependendo do local esse valor pode ser 2 a 4x o valor oficial.

Agora pra quem não liga pra nada do que falei acima. Um trecho +Imediato. Uma socialização do prejuízo :kpisca

O grupo de pesquisadores se debruçou sobre dados de internação hospitalar de 2000 a 2015 de 1814 municípios brasileiros, uma estrutura de atendimento que cobre 80% da população nacional. E concluiu que a poluição decorrente dos incêndios florestais já é a causa de internação de 47.880 pacientes por ano — 35 casos por 100 mil habitantes.



Aquecimento pode expor 12 milhões de brasileiros a nível intolerável de calor
Estudo mostra como desmatamento na Amazônia e mudanças climáticas devem tornar fisiologicamente impossível habitar a região em 2100

Edison Veiga, especial para o Estadão
01 de outubro de 2021 | 06h00
Desidratação, exaustão, cãibras e, em casos graves, um quadro irreversível de hipertermia que leva à morte. Este seria o resultado, sobre o corpo humano, do cenário climático previsto a partir de modelagem computacional para a Região Norte do Brasil em 2100. Tecnicamente, e considerando a demografia atual — ou seja, sem prever deslocamentos, rearranjos ou mesmo variação de tamanho populacional —, 12 milhões de brasileiros estarão expostos a níveis fisiologicamente intoleráveis de calor.
Isto é o que conclui um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e publicado nesta sexta-feira pelo periódico internacional Communications Earth & Environment, revista científica segmentada da britânica Nature. “As florestas fornecem serviços ecossistêmicos benéficos para a saúde humana, incluindo o resfriamento local”, comenta ao Estadão uma das autoras da pesquisa, a enfermeira Beatriz Fátima Alves de Oliveira, pesquisadora em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz em Teresina, no Piauí.

“Em geral, seres humanos possuem uma faixa de temperatura interna ideal para a manutenção da homeostase sistêmica, mas a exposição ambiental às condições extremas de temperatura pode exceder a capacidade do corpo humano em manter a termorregulação, provocando efeitos na saúde, como desidratação, exaustão, cãibras e, em casos graves, morte por hipertermia”, explica ela. Alterações de humor, distúrbios psicológicos e redução de habilidades físicas e mentais também são consequências de uma exposição constante a níveis elevados de calor.
Nessas condições extremas, ressalta a pesquisadora, os grupos mais sensíveis são os idosos, as crianças e os portadores de doenças prévias.
De acordo com o estudo, se nada for feito para mitigar os efeitos do aquecimento global e para conter a devastação da floresta amazônica, a região norte do País viverá um clima quente sem precedentes contemporâneos. Enquanto a elevação da temperatura média na maior parte da América do Sul ficará entre 2 e 5,5 graus Celsius, na bacia Amazônica as projeções indicam um aumento de 11,5 graus, considerando o pior cenário.
Isto tudo por causa da destruição do bioma, que agrava ainda mais as previsões decorrentes das mudanças climáticas. “A savanização da Amazônia acarreta a diminuição do transporte de vapor d’água do Oceano Atlântico para o interior do continente, impactando assim tanto a pluviosidade, com redução das chuvas, quanto o controle da temperatura do ar, as ondas de calor, no interior do País”, contextualiza ao Estadão o meteorologista Paulo Nobre, pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e outro dos autores do trabalho.
Restante do Brasil
As modelagens também serviram para prever o impacto do aquecimento no restante do País. No total, os pesquisadores concluíram que 16% dos 5.565 municípios brasileiros sofreram, em alguma medida, estresse térmico relacionado não só ao aquecimento global, mas também especificamente à savanização da Amazônia. Isso significa 30 milhões de pessoas.
O cenário mais grave, contudo, é o da região Norte, onde 12 milhões de pessoas poderão estar expostas a risco extremo de calor na virada do próximo século. Se nada for feito para conter esse cenário, a previsão é de que haja uma migração em massa, já que essas pessoas não suportariam viver em clima tão hostil.
Embora difícil, a receita, lembram os cientistas, já existe. “Ações coordenadas de proteção ao meio ambiente a níveis local, regional e global representam uma das formas mais eficazes de ‘seguro climático’ contra as consequências adversas das mudanças ambientais locais e globais”, afirma Nobre. “Não basta zerar o desmatamento amazônico, do Cerrado, da Caatinga, da Mata Atlântica. É preciso reflorestá-las.”
A deterioração ambiental chegou a tal ponto que, para evitar o colapso, não adianta mais simplesmente parar de destruir o meio ambiente. O ser humano necessita recuperar as áreas já degradadas.
Embora o estudo seja circunscrito à realidade ambiental brasileira, os pesquisadores acreditam que outras partes do mundo devem enfrentar problemas semelhantes nas próximas décadas. “Particularmente em regiões que sofrem acelerado processo de desflorestamento”, frisa Nobre.
E, seguindo a velha máxima de que a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco, evidentemente que os que mais sofrem são aqueles mais desprovidos de meios para se proteger. “Os impactos são mais acentuados em regiões com baixa capacidade de resiliência e alta vulnerabilidade social”, ressalta a pesquisadora Oliveira.

Estrutura de saúde
Ao trazer o debate da crise ambiental para o prisma da saúde pública, os pesquisadores não só demonstram que, na destruição da natureza, o ser humano segue dando tiros no seu próprio pé. Também lançam luz sobre a necessidade, premente, de que o problema seja pensado e planejado dentro das políticas de atendimento às populações que serão mais fortemente afetadas.
Oliveira lembra que é preciso incluir “novas perspectivas nos serviços de saúde que, na maioria das vezes, não estão aptos para diagnosticar agravos decorrentes do aumento da temperatura”. Isso já dificulta registros e notificações de potenciais problemas associados às condições extremas. “Um exemplo é a ausência de dados relacionados a problemas psicossociais pós-traumáticos”, elenca ela.
A enfermeira cobra o fortalecimento da atenção primária e uma melhor capacitação dos profissionais de saúde “para a melhoria na notificação de doenças e agravos fortemente associados às mudanças climáticas”. E diz que é necessário o “desenvolvimento de ferramentas e de sistemas de alerta para identificação de áreas de risco, contribuindo para adoção de respostas rápidas por parte do setor de saúde diante de riscos extremos.”
E, claro, não se pode descuidar do anteparo social. Afinal, quanto mais vulnerável a população, mais suscetível ela está a sofrer de forma irreversível os efeitos do aumento da temperatura. Por isso, Oliveira defende o “fortalecimento da atenção básica” e a “implementação de ações e programas intersetoriais para a redução de vulnerabilidades sociodemográficas, econômicas e de acesso aos serviços de saúde”. “Tudo o que possa reduzir os impactos do aumento extremo da temperatura”, comenta.


Outros estudos
Embora seja inédito por fazer uma previsão de aumento de temperatura considerando os impactos da saúde pública, este não é o primeiro estudo recente a relacionar a crise climática diretamente à sobrevivência humana.
Em maio, a revista Nature Climate Change, também da Nature, publicou um estudo em que foram tabulados registros de óbitos ocorridos entre 1991 e 2018 em 732 cidades de 43 países diferentes. E a conclusão é que o aquecimento global já está matando pessoas.
Isto porque, de todas as mortes em consequência de calor ocorridas no período, 37% não podem ser explicadas por ocorrências naturais ou sazonalidades, e sim desencadeadas por ação antropogênica, ou seja, feitas pelo próprio ser humano.
Um dos responsáveis pela análise dos dados brasileiros foi o médico patologista Paulo Saldiva, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP). Ele e sua equipe concluíram que 1% das mortes consideradas “de causa natural” atualmente no País já podem ser atribuídas, na verdade, a efeitos adversos decorrentes do aumento da temperatura média.
Em setembro, o periódico científico Lancet publicou um outro estudo com consequências nefastas da degradação ambiental sobre a saúde pública. O grupo de pesquisadores se debruçou sobre dados de internação hospitalar de 2000 a 2015 de 1814 municípios brasileiros, uma estrutura de atendimento que cobre 80% da população nacional. E concluiu que a poluição decorrente dos incêndios florestais já é a causa de internação de 47.880 pacientes por ano — 35 casos por 100 mil habitantes.
Problemas respiratórios, seguidos por doenças cardiovasculares, estão entre os principais problemas de saúde.
 

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Risco de apagão está baixo com as chuvas que tiveram no Sul.
Essa é a noticia boa.


Mas não significa que a seca passou. E o verão nem começou.

Com seca, Sistema Cantareira chega a menos de 30% do volume operacional
Após meses de estiagem, rede que abastece Grande São Paulo está com pior volume desde março de 2016


SÃO PAULO - Após meses de seca, o Sistema Cantareira chegou a 29,8% do volume operacional neste sábado, 2. O número é o menor para o período em mais de cinco anos e configura a reclassificação da operação como de “restrição”.
Há um ano, o volume era de 43%. O atual índice é o menor desde 21 de março de 2016, quando foi de 29,6%, pouco após a grave crise hídrica enfrentada pelo Estado de São Paulo nos dois anos anteriores. Na prática, contudo, a operação de restrição somente impacta no volume máximo de água que pode ser retirado para o abastecimento se registrada no fim do mês.

A Sabesp descarta racionamento na Grande São Paulo, mas admitiu reduzir mais cedo a pressão nas tubulações para "preservar os sistemas de abastecimento". Em várias regiões da capital, moradores relatam problemas com a falta de água. A companhia diz que reservatórios (caixas d'água) adequados em casa são suficientes para dar conta da demanda noturna.
Com a chegada do período de chuvas em outubro, a expectativa é de que a situação seja atenuada, mas não o suficiente para chegar ao nível de “atenção” (de 40% a 60%). Nas projeções do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o sistema pode alcançar 36% de armazenamento até o fim do ano, o que o colocaria na faixa de “alerta” (de 30% a 40%).
A estimativa do órgão federal é feita com base nos números de agosto e na média histórica de chuvas do último quadrimestre do ano. Ainda de acordo com o Cemaden, as precipitações acumuladas nos meses secos (abril a agosto) deste ano representaram 32% da média histórica (calculada com dados de 1983 a 2020) para o período de abril a setembro. Em agosto, por exemplo, foram 15mm, o que significa 45% da média histórica para o mês (33 mm).
Responsável pelo abastecimento de cerca de 7,4 milhões de pessoas na Grande São Paulo, o sistema é formado pelos reservatórios Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras. A seca não é exclusiva do Cantareira. No cálculo da média com outros sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo (Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço), o volume operacional médio está em de 37,8%.
 

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Desde 2015 eu vinha me preocupando com a questão da energia, a priori do custo em si e eventualmente, do impacto social e da interação do meio (ecologia).

Não é de se estranhar que há movimentação de empresas dos polos e referências da inovação tecnológica optarem por uma arquitetura mais funcional que é ARM, cuja solução empregada seja o de baixo consumo aliado à potência que não fica devendo. É o caso do NS, que apesar de fabricado em 2014~17 (tempo de desenvolvimento do kit) com chipset Nvidia, ele perfaz o consumo de menor kWh em relação ao PS3 e X360 fats, estes que precisariam consumir X de minutos o que no NS levaria até dias para atingir a mesma cota por kW. Apesar da força teórica sobressair aos referidos consoles de outrora gerações, é um chipset que ainda estava sendo refinado na época que coincidiu o projeto do console da Gigante Japonesa, em contraste do tempo atual que possibilitou um grande salto tecnológico com advento do SD888, com valor de referência (TFLOPs) quase encostando no PS4 fat e registrado o consumo em 9W, o que é surpreendente! Para uma breve noção, o PS4 tem 1,8TF com consumo médio de 220w se considerarmos o seu ápice de consumo por hora. O desafio é suprimir a geração do calor que um chip de baixo litografia possa emitir devido a sua potência e consequentemente, com as fabricantes cientes que a geração destas pode inclusive comprometer o estado de saúde do indivíduo com a radiação, embora fabricantes como Samsung estejam levando muito a sério nesse quesito para o bem estar de seus usuários.


Semana passada eu estive vendo como o Exynos 2100 estava se comportando e fiquei surpreso de como ela desenvolveu um chip muito frio com desempenho até superior ao dos Qualcomm, inclusive na emulação em geral de consoles caseiros. E de quebra, eficiente no consumo energético.


Mas por que to dizendo tudo isso? Porque enquanto há estados que querem barrar as configurações de alto consumo para evitar o pico de consumo energético de seus locais subordinados (aka Califórnia), as empresas estão vendo mais vantagem em investirem na arquitetura ARM, aliando a eficiência do desempenho com consumo equilibrado e com isso, além de possibilitar maior alcance de mercados, também beneficia aos usuários que buscam economizar nas contas de luz e como consequência, por maior segurança, confiabilidade, acessibilidade e sobretudo, rentabilidade para ambas partes (tanto para as fabricantes dos chips como desenvolvedoras de aplicativos e jogos, bem como aos usuários que se beneficiarão com mais opções de escolha). Tão marcantes tais características supracitadas que quem adquiriu o NS em 2017 se deu bem por motivos óbvios e até banais (pirataria, conta de luz barata e irrisória, portabilidade, leque de títulos, jogos que não são simuladores de passos e nem cineminha, etc).



Já os PC gamer, não preciso nem falar, né. Com exceção dos mobile de alto desempenho como Intel com Iris Plus, AMD com seus APU monstros e Nvidia, só investe em desktop quem tem grana sobrando pra usar no lugar do papel higiênico....
 
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O que tornaria o território inabitável.

Mesmo que a gente reduza o cenário pela metade. +5,7ºC num lugar que já faz 30-40ºC é tenso.
Povo fala de 1ºC a 3ºC. Mas esquecem que a terra não vai aquecer de maneira uniforme. Dependendo do local esse valor pode ser 2 a 4x o valor oficial.

Agora pra quem não liga pra nada do que falei acima. Um trecho +Imediato. Uma socialização do prejuízo :kpisca

O grupo de pesquisadores se debruçou sobre dados de internação hospitalar de 2000 a 2015 de 1814 municípios brasileiros, uma estrutura de atendimento que cobre 80% da população nacional. E concluiu que a poluição decorrente dos incêndios florestais já é a causa de internação de 47.880 pacientes por ano — 35 casos por 100 mil habitantes.



Aquecimento pode expor 12 milhões de brasileiros a nível intolerável de calor
Estudo mostra como desmatamento na Amazônia e mudanças climáticas devem tornar fisiologicamente impossível habitar a região em 2100

Edison Veiga, especial para o Estadão
01 de outubro de 2021 | 06h00
Desidratação, exaustão, cãibras e, em casos graves, um quadro irreversível de hipertermia que leva à morte. Este seria o resultado, sobre o corpo humano, do cenário climático previsto a partir de modelagem computacional para a Região Norte do Brasil em 2100. Tecnicamente, e considerando a demografia atual — ou seja, sem prever deslocamentos, rearranjos ou mesmo variação de tamanho populacional —, 12 milhões de brasileiros estarão expostos a níveis fisiologicamente intoleráveis de calor.
Isto é o que conclui um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e publicado nesta sexta-feira pelo periódico internacional Communications Earth & Environment, revista científica segmentada da britânica Nature. “As florestas fornecem serviços ecossistêmicos benéficos para a saúde humana, incluindo o resfriamento local”, comenta ao Estadão uma das autoras da pesquisa, a enfermeira Beatriz Fátima Alves de Oliveira, pesquisadora em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz em Teresina, no Piauí.

“Em geral, seres humanos possuem uma faixa de temperatura interna ideal para a manutenção da homeostase sistêmica, mas a exposição ambiental às condições extremas de temperatura pode exceder a capacidade do corpo humano em manter a termorregulação, provocando efeitos na saúde, como desidratação, exaustão, cãibras e, em casos graves, morte por hipertermia”, explica ela. Alterações de humor, distúrbios psicológicos e redução de habilidades físicas e mentais também são consequências de uma exposição constante a níveis elevados de calor.
Nessas condições extremas, ressalta a pesquisadora, os grupos mais sensíveis são os idosos, as crianças e os portadores de doenças prévias.
De acordo com o estudo, se nada for feito para mitigar os efeitos do aquecimento global e para conter a devastação da floresta amazônica, a região norte do País viverá um clima quente sem precedentes contemporâneos. Enquanto a elevação da temperatura média na maior parte da América do Sul ficará entre 2 e 5,5 graus Celsius, na bacia Amazônica as projeções indicam um aumento de 11,5 graus, considerando o pior cenário.
Isto tudo por causa da destruição do bioma, que agrava ainda mais as previsões decorrentes das mudanças climáticas. “A savanização da Amazônia acarreta a diminuição do transporte de vapor d’água do Oceano Atlântico para o interior do continente, impactando assim tanto a pluviosidade, com redução das chuvas, quanto o controle da temperatura do ar, as ondas de calor, no interior do País”, contextualiza ao Estadão o meteorologista Paulo Nobre, pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e outro dos autores do trabalho.
Restante do Brasil
As modelagens também serviram para prever o impacto do aquecimento no restante do País. No total, os pesquisadores concluíram que 16% dos 5.565 municípios brasileiros sofreram, em alguma medida, estresse térmico relacionado não só ao aquecimento global, mas também especificamente à savanização da Amazônia. Isso significa 30 milhões de pessoas.
O cenário mais grave, contudo, é o da região Norte, onde 12 milhões de pessoas poderão estar expostas a risco extremo de calor na virada do próximo século. Se nada for feito para conter esse cenário, a previsão é de que haja uma migração em massa, já que essas pessoas não suportariam viver em clima tão hostil.
Embora difícil, a receita, lembram os cientistas, já existe. “Ações coordenadas de proteção ao meio ambiente a níveis local, regional e global representam uma das formas mais eficazes de ‘seguro climático’ contra as consequências adversas das mudanças ambientais locais e globais”, afirma Nobre. “Não basta zerar o desmatamento amazônico, do Cerrado, da Caatinga, da Mata Atlântica. É preciso reflorestá-las.”
A deterioração ambiental chegou a tal ponto que, para evitar o colapso, não adianta mais simplesmente parar de destruir o meio ambiente. O ser humano necessita recuperar as áreas já degradadas.
Embora o estudo seja circunscrito à realidade ambiental brasileira, os pesquisadores acreditam que outras partes do mundo devem enfrentar problemas semelhantes nas próximas décadas. “Particularmente em regiões que sofrem acelerado processo de desflorestamento”, frisa Nobre.
E, seguindo a velha máxima de que a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco, evidentemente que os que mais sofrem são aqueles mais desprovidos de meios para se proteger. “Os impactos são mais acentuados em regiões com baixa capacidade de resiliência e alta vulnerabilidade social”, ressalta a pesquisadora Oliveira.

Estrutura de saúde
Ao trazer o debate da crise ambiental para o prisma da saúde pública, os pesquisadores não só demonstram que, na destruição da natureza, o ser humano segue dando tiros no seu próprio pé. Também lançam luz sobre a necessidade, premente, de que o problema seja pensado e planejado dentro das políticas de atendimento às populações que serão mais fortemente afetadas.
Oliveira lembra que é preciso incluir “novas perspectivas nos serviços de saúde que, na maioria das vezes, não estão aptos para diagnosticar agravos decorrentes do aumento da temperatura”. Isso já dificulta registros e notificações de potenciais problemas associados às condições extremas. “Um exemplo é a ausência de dados relacionados a problemas psicossociais pós-traumáticos”, elenca ela.
A enfermeira cobra o fortalecimento da atenção primária e uma melhor capacitação dos profissionais de saúde “para a melhoria na notificação de doenças e agravos fortemente associados às mudanças climáticas”. E diz que é necessário o “desenvolvimento de ferramentas e de sistemas de alerta para identificação de áreas de risco, contribuindo para adoção de respostas rápidas por parte do setor de saúde diante de riscos extremos.”
E, claro, não se pode descuidar do anteparo social. Afinal, quanto mais vulnerável a população, mais suscetível ela está a sofrer de forma irreversível os efeitos do aumento da temperatura. Por isso, Oliveira defende o “fortalecimento da atenção básica” e a “implementação de ações e programas intersetoriais para a redução de vulnerabilidades sociodemográficas, econômicas e de acesso aos serviços de saúde”. “Tudo o que possa reduzir os impactos do aumento extremo da temperatura”, comenta.


Outros estudos
Embora seja inédito por fazer uma previsão de aumento de temperatura considerando os impactos da saúde pública, este não é o primeiro estudo recente a relacionar a crise climática diretamente à sobrevivência humana.
Em maio, a revista Nature Climate Change, também da Nature, publicou um estudo em que foram tabulados registros de óbitos ocorridos entre 1991 e 2018 em 732 cidades de 43 países diferentes. E a conclusão é que o aquecimento global já está matando pessoas.
Isto porque, de todas as mortes em consequência de calor ocorridas no período, 37% não podem ser explicadas por ocorrências naturais ou sazonalidades, e sim desencadeadas por ação antropogênica, ou seja, feitas pelo próprio ser humano.
Um dos responsáveis pela análise dos dados brasileiros foi o médico patologista Paulo Saldiva, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP). Ele e sua equipe concluíram que 1% das mortes consideradas “de causa natural” atualmente no País já podem ser atribuídas, na verdade, a efeitos adversos decorrentes do aumento da temperatura média.
Em setembro, o periódico científico Lancet publicou um outro estudo com consequências nefastas da degradação ambiental sobre a saúde pública. O grupo de pesquisadores se debruçou sobre dados de internação hospitalar de 2000 a 2015 de 1814 municípios brasileiros, uma estrutura de atendimento que cobre 80% da população nacional. E concluiu que a poluição decorrente dos incêndios florestais já é a causa de internação de 47.880 pacientes por ano — 35 casos por 100 mil habitantes.
Problemas respiratórios, seguidos por doenças cardiovasculares, estão entre os principais problemas de saúde.

Fiquei sabendo da Onda de Calor do Canadá que chegou a vitimar cidadãos daquele país, inclusive. E quem for do Nordeste ou morar numa região árida e de elevada temperatura e pensar em ter uma plataforma que naturalmente esquenta muito fácil (PS5 e gadgets de alto desempenho), só posso desejar boa sorte, tanto para gastos com manutenção como também da necessidade de recarregar cada vez mais (+$$$) ou então danificar tais aparelhos. Os respectivos eletrônicos de uma região com variação de 1°C para outra região faz uma put@ diferença, imagina o incremento de 11,5°C, quero nem ver se alguém terá coragem de usar isso. A menos que more em Quebec ou Alaska, claro.
 

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O que me deixou mais triste é que energia nuclear é um treco tão ignorado que falaram de eólica e solar mas sequer fizeram menção da nuclear, é angustiante como se debate tanto a questão de energia sustentável mas se ignora a melhor e mais importante delas, e o foda é que esse é o tipo de coisa que demora muito, décadas, até dar resultados, quanto mais a gente empurra isso com a barriga mais tempo vai demorar quando finalmente começarmos a focar na nuclear

Essa tecnologia a humanidade ainda não tem segurança. Aqui no Brasil mesmo, grande maioria dos "cidadãos" - podem até ser bons filhos, bons maridos e boas esposas, enfim - jogam bituquinha de cigarro, garrafas e materiais que demoram para decompor nas vias públicas ou rurais, não sabem fazer descartes corretos dos respectivos produtos altamente poluentes aos lençóis freáticos (pilhas alcalinas e baterias de lítio, etc), imagina ter um trem desses perto de nossas casas com a cultura de hábitos que temos.


Certamente teríamos outro "projeto nuclear" falidos que o Rio teve, sem sucesso algum. Fora de cogitação essa ideia....
 

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Faz 3 dias que o Climatempo tá falando que vai chover aqui. E nada de chuva. Caiu uma garoa hj a tarde e só.
 

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Faz 3 dias que o Climatempo tá falando que vai chover aqui. E nada de chuva. Caiu uma garoa hj a tarde e só.

tem que ver onde fica a estação meteorológica da sua região.
A da minha cidade claramente não é aqui e fica a uns 100km.
Logo é easy chover lá e aqui nublado apenas.
 

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‘Jabutis’ em MP da crise hídrica custarão R$ 46,5 bi a consumidores, diz associação
Relatório do deputado Adolfo Viana, inclui na MP subsídios que vão na contramão de compromissos ambientais assumidos pelo País

Marlla Sabino, Eduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo
02 de outubro de 2021 | 20h23


BRASÍLIA - Se o governo editou a medida provisória (MP) da Crise Hídrica para resolver a escassez de água nos principais reservatórios do País, o relatório do deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) vai em outra linha e tem tudo para encarecer ainda mais as contas de luz dos brasileiros. O parecer inclui “jabutis” – artigos estranhos à proposta original, no jargão do Congresso – que terão um custo de até R$ 46,5 bilhões a serem bancados pelos consumidores, calcula a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Além disso, o parlamentar incluiu subsídios que vão na contramão de compromissos ambientais assumidos pelo País, às vésperas da realização da Cúpula do Clima das Nações Unidas, a COP 26, em novembro.
https://economia.estadao.com.br/not...idrica-diz-secretario-da-economia,70003858056
O relatório de Viana foi protocolado no sistema eletrônico somente na noite desta sexta-feira, dia 1º, e a votação da MP já está prevista para ocorrer na Câmara na segunda-feira, dia 4. A matéria ainda precisa ser analisada pelo Senado Federal até 7 de novembro para ter validade definitiva e não caducar.

A maior das “bombas” será o repasse do custo de construção de novos gasodutos para os consumidores. A medida traz uma “solução” para outro jabuti aprovado na MP que permitiu a privatização da Eletrobras. O texto, sancionado em julho, obriga a União a contratar 8 mil megawatts (MW) de térmicas a gás nos próximos leilões. Essas usinas devem estar localizadas mesmo em locais onde não há reserva ou infraestrutura. Na prática, seria necessário construir novos dutos para lugares distantes, encarecendo o preço da energia gerada quase a ponto de inviabilizá-la.

É justamente esse o ponto do relatório da MP da crise hídrica. Ela repassa o custo dessas térmicas e das que serão contratadas como reserva de capacidade (as que podem ser acionadas quando for necessário suprir o fornecimento) para os consumidores, por meio das tarifas de transmissão.
O texto protocolado pelo relator prevê que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) poderá incorporar nas tarifas de luz o custo da construção de novos gasodutos para usinas térmicas na forma de Receita Anual Permitida (RAP) – nos mesmos moldes da remuneração para a operação de linhas de transmissão de energia.
Caberá à Aneel “estabelecer mecanismos vinculados às tarifas de transmissão de forma a integrar o sistema de gasodutos associados à contratação de reserva de capacidade às instalações da rede básica, com vistas à definição da receita anual permitida”. Apenas esse trecho do relatório terá um custo de R$ 33 bilhões nas contas de luz ao longo dos próximos anos.
“É lamentável ver a repercussão desse modelo que faz tanto mal ao País, que deveria ser o País da energia barata e renovável. É impressionante que questões tão fundamentais para os consumidores possam estar presentes sem que haja uma discussão técnica sobre os números e os custos para a sociedade”, avalia o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa.

Carvão
Atendendo ao pleito recorrente da bancada do carvão mineral, explorado principalmente na região Sul do País, Viana incluiu no parecer uma nova prorrogação do subsídio ao combustível fóssil, previsto para acabar em 2027. A iniciativa gera mais um atrito ao governo Bolsonaro na área ambiental, dada a proximidade da COP 26, e as cobranças internacionais que colocam o governo Jair Bolsonaro sob a lupa das demais nações.
Pelo texto do relator, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo cujo financiamento é rateado entre todos os consumidores, continuaria bancando parte da exploração do carvão nacional até 2035, a um custo adicional estimado de R$ 2,8 bilhões para os consumidores. Apenas no ano passado, os brasileiros pagaram cerca de R$ 670 milhões para bancar parte da operação de extração do carvão, usado ainda em parte das usinas térmicas de energia.
Segundo o próprio relator, a medida teria o objetivo de “propiciar uma transição gradual da indústria mineira de carvão e atenuar impactos econômicos e sociais em muitos municípios da região Sul”. Uma medida semelhante foi proposta durante a tramitação da MP que permitiu a privatização da Eletrobras no Congresso, mas não foi para frente.
Procurado pela reportagem, o relator Adolfo Viana não retornou as tentativas de contato até a conclusão desta edição.

Comitê interministerial
A MP foi editada pelo governo federal em 28 de junho com intenção de dar poderes excepcionais para o enfrentamento da crise hídrica ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Para isso, foi criada a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética, a Creg. A medida é semelhante à adotada pelo governo em 2001, quando o País enfrentou um apagão. À época também foi criado um comitê de crise por meio de medida provisória dois meses antes das imposição de restrições no consumo.
Pela versão do Executivo, o grupo é formado por ministros de outras pastas e tem duração até 30 de dezembro. O relatório do deputado, no entanto, estabelece que o prazo do funcionamento do comitê interministerial seja prorrogado por até 180 dias a pedido da própria Câmara, que deve apresentar justificativas do pedido e prazo, cabendo ao presidente da República a decisão final, por meio de decreto.
Atendendo pleitos apresentados por alguns deputados, o parecer também permite incluir a Aneel, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no grupo. Os representantes desses órgãos, no entanto, não terão direito a voto nas decisões do colegiado.

Energia Renováveis
O texto ainda traz algumas outras propostas feitas na esteira da MP da Eletrobras. Entre elas, a extensão do prazo dos contratos de 20 para 25 anos das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que o governo deverá contratar e a inclusão de encargos e tributos no preço-teto que a energia dessas usinas será negociada. O impacto dessa medida será de R$ 700 milhões.
Também foram propostas algumas alterações sobre os contratos dos empreendimentos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). A lei da Eletrobras permitiu a renovação desses contratos para evitar que as usinas disputem leilões de energia velha e reduzam seus custos.
Pelas regras estabelecidas pelo governo, o gerador que tiver interesse em prorrogar o contrato deveria fazer a solicitação até 11 de outubro deste ano. O relatório da nova MP, no entanto, estende esse prazo para 30 de março de 2022. O parecer também permite que as geradoras que optarem pela prorrogação possam adicionar novos empreendimentos de energias renováveis em seus contratos -provenientes de fontes solar, eólica, biomassa ou biogás. De acordo com os cálculos da Abrace, essas e outras mudanças propostas no Proinfa podem totalizar cerca de R$ 10 bilhões.
 

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O Leilão de Energia Nova A-5 realizado na última semana atraiu investimentos da ordem de R$ 3,067 bilhões. Os recursos viabilizarão obras de 40 usinas, que somam 860,796 MW de potência e fornecerão energia elétrica para atender a demanda do mercado de distribuidoras a partir de janeiro de 2026.

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MP da crise hídrica sofre alterações que vão deixar conta de luz mais cara, dizem especialistas
O deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) incluiu em seu relatório da MP (Medida Provisória) da crise hídrica a extensão de subsídios para usinas a carvão e outras medidas para setores específicos que, segundo entidades e especialistas, devem aumentar o custo da energia no país.
Estimativas da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) apontam que o custo repassado para conta de luz vai chegar a R$ 46,5 bilhões.
No jargão do Congresso, as emendas estranhas ao tema principal de uma MP —como fez o deputado— são apelidadas de “jabutis”.
Viana apresentou seu relatório na sexta-feira (1º). O texto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no final de junho já está valendo. Para que as alterações feitas pelo parlamentar entrem em vigor, a MP precisa ser votada pela Câmara e pelo Senado.
O ponto principal da MP é a criação da CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), um grupo emergencial de monitoramento do sistema elétrico liderado pelo Ministério de Minas e Energia.
O objetivo da câmara é garantir uma resposta mais rápida eficaz do governo no enfrentamento da crise hídrica.
O comitê recebeu poderes para decidir sobre o nível de vazão de água nos reservatórios das hidrelétricas, um tipo de medida que antes dependia do aval de agências como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento).
Em seu relatório, Viana incluiu um dispositivo que, na prática, dá mais poderes ao presidente da República.
A mudança permite que, em situações de escassez hídrica, o chefe do Executivo instaure a CREG a qualquer momento por meio de decreto e defina sua duração.
O decreto só pode ser editado caso a ANA comunique situação de escassez ou por recomendação do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) da entidade.
De acordo com o texto original editado por Bolsonaro, a previsão era que a duração do grupo emergencial terminasse em 30 de dezembro de 2021.
O congressista também estabeleceu que a CREG terá competência para promover ações de conscientização sobre redução voluntária do consumo de energia.
Entidades do setor criticaram os trechos do relatório de Viana que tratam de benefícios e subsídios a segmentos específicos. Essas inclusões feitas pelo deputado não têm relação com o grupo emergencial de monitoramento do sistema elétrico.
Viana acrescentou no texto, por exemplo, a ampliação de subsídios para a produção de energia a partir do carvão mineral. Pela nova redação, o prazo para uso de recursos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) na promoção desse combustível passou de 2027 para 2035.
Ele colocou como condicionante que o benefício valerá apenas para as termelétricas que, a partir de 2028, passem a substituir o carvão por biomassa.
Viana também acolheu uma emenda que permite que as despesas de instalação de gasodutos sejam diluídas nos custos de transmissão do setor elétrico.
Ana Carla Petti, presidente da MegaWhat Consultoria, explica que a modificação determina que o custeio desses novos gasodutos deverá ocorrer por meio da tarifa de uso do sistema de transmissão, que é paga pelos consumidores e pelos geradores.
Ela considerou ainda que a definição da competência do presidente para “instituir e definir o prazo de duração da CREG por meio de decreto é importante por tornar esse processo mais célere”.
Já Paulo Pedrosa, da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), criticou a inclusão dos “jabutis”.
“É impressionante a perspectiva de um parecer que traz tantos custos para a sociedade ser votado sem transparência e sem debate. Com o debate, vai ficar evidente que essas novas inclusões são péssimas para consumidores e para a sociedade. Mais da metade da nossa energia já está atribuída a custos adicionais que não fazem parte da cadeia da energia. E isso tira desenvolvimento do país”, afirma.
O relator também estendeu o prazo para que os geradores decidam pela renovação do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica).
Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel e especialista em energia, concorda que as medidas incluídas no relatório devem elevar o preço da energia elétrica.
"O consumidor vai pagar, além do consumo da energia, a construção de gasodutos que abastecem as termelétricas por meio de tarifa. Isso tende a distorcer a matriz de recursos", afirma.
Sobre a prorrogação do Proinfa, o especialista diz que a contratação deveria ser feita por meio de leilão, porque cria reserva de mercado.
Ao colocar diferentes “jabutis” em seu relatório, Viana tenta repetir a estratégia adotada pelo Congresso durante a votação da MP da desestatização da Eletrobras. Na ocasião, parlamentares conseguiram incluir emendas que não estavam na versão original do projeto.
Segundo associações do setor elétrico, as mudanças feitas na MP da Eletrobras irão encarecer a geração de energia nos próximos anos. O governo refuta a tese e diz que, apesar das alterações do Parlamento, haverá corte no custo da energia.
Pelas estimativas de Abrace os custos adicionais serão bilionários.
Na contratação de reserva de capacidade, por exemplo, o custo de gasodutos pode ser incorporado ao custo do sistema de transmissão de energia. Nesse caso, o aumento para geradores e consumidores deve chegar a R$ 33,2 bilhões para 15 anos de operação.
A prorrogação do subsídio para carvão nacional, que acabaria em 2027 e seria estendido até 2035, criaria uma conta extra de R$ 2,8 bilhões na CDE.
A entidade também avaliou um outro ponto: a reserva de mercado de PCHs da MP Eletrobras. Haveria aumento no prazo dos contratos de 20 para 25 anos. Considerando encargos e tributos, o aumento seria de R$ 700 milhões.
Foi avaliada também a extensão do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) por 20 anos. O impacto seria de R$ 8 bilhões. Como será possível elevar a entrega de energia a preços fixados, sem competição, a Abrace avaliou que para cada 10% de aumento da entrega de energia, o custo do Proinfa aumenta em R$ 1,9 bilhão.
Procurado, o deputado Adolfo Viana não retornou os contatos feitos pela Folha.
 
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