Desemprego cai a 8,1% e atinge 8,7 milhões
A taxa de
desemprego do Brasil recuou para 8,1% no trimestre até novembro de 2022, indicou nesta quinta-feira (19) o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado veio em linha com as estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 8,1%.
Essa é a menor marca para o trimestre até novembro desde 2014. À época, a taxa estava em 6,6%, segundo a
Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Na comparação com diferentes trimestres da série histórica comparável, a nova taxa é a menor desde o início de 2015. O indicador estava em 7,5% até fevereiro daquele ano.
O desemprego
marcava 8,9% no trimestre até agosto de 2022, período mais recente da mesma série histórica da
Pnad. No trimestre finalizado em outubro, que integra outra série da Pnad, o indicador
já estava em 8,3%.
O número de desempregados, por sua vez, recuou para 8,7 milhões até novembro. É o número mais baixo para esse trimestre desde 2014 (6,6 milhões).
O contingente
somava 9,7 milhões até agosto de 2022 e
9 milhões até outubro do ano passado.
A população desempregada, conforme as estatísticas oficiais, é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e
seguem à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse número.
A Pnad retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, abrange desde os
empregos com carteira assinada e CNPJ até os
populares bicos.
Após os estragos causados pelo início da pandemia, em 2020, a geração de vagas foi beneficiada pela vacinação contra a Covid-19. A imunização permitiu
a reabertura dos negócios e o retorno da circulação de pessoas.
População ocupada renova recorde
A população ocupada alcançou 99,7 milhões no trimestre até novembro. Assim, renovou o recorde da série histórica iniciada em 2012, apontou o IBGE.
Houve alta de 0,7% na população ocupada (mais 680 mil pessoas) ante o trimestre anterior e de 5% (mais 4,8 milhões) na comparação anual.
"Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação", disse Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
Renda cresce 3% no trimestre
Em um primeiro momento, a recuperação do trabalho foi acompanhada pela
queda da renda média, que agora dá sinais de melhora com a trégua da
inflação.
No trimestre até novembro, o rendimento médio real foi estimado em R$ 2.787, um aumento de 3% em relação ao trimestre encerrado em agosto (R$ 2.706). Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.601), o crescimento foi de 7,1%.
A renda está próxima do patamar verificado até novembro de 2019, antes da pandemia. À época, o rendimento marcava R$ 2.830.
Segundo economistas, a recuperação do mercado de trabalho tende a perder velocidade em 2023. A explicação está associada ao efeito dos juros elevados, que costuma esfriar a atividade econômica e, consequentemente, a abertura de vagas.