Acabei postando meus comentários sobre os reviews no tópico errado, acho até que desvirtuei, era pra estar tudo aqui, não é? Se for o caso, posso apagar lá, pra não atrapalhar o TO
Vish, acertei, 96, mas acho que não chutei no tópeco, então vai ficar parecendo que é mentira, e que estou gozando com o pau dos outros.
Zuando. É mentira msm. Nem vi o tópico de review, tô usando esse fórum muito avoado, precisando me concentrar mais na fileira que estampa a primeira página.
É interessante isso de os reviews que deram 70 terem tirado ponto por ser “muito violento”, merma coisa minha mãe vendo Quentin Tarantino, e tampando o rostinho no avental de cozinha, pondo aquelas bochechinhas rosas dela pra dentro da camisa na hora que a Mamba Megra esguicha sangue, “vou sonhar de noite, filho, vixe, que horror!”. Uma graça.
Esse tipo de nota “baixa” que tira ponto única e exclusivamente pela exibição de temas sensíveis, polêmicos ou atípicos, é algo que na verdade enriquece o mural de virtudes, esse tipo de 70 aí, isso se notas fossem realmente importantes, são na verdade louvor, né não? Porque é uma espécie de escarrada na cara da geral de que pode ter alguma coisa a mais, tem softhouse que jamais receberia esse tipo de review por ser violenta por exemplo, posto simplesmente não se arriscar com sanguêra, genitálias ou abstrações. Se tirar isso da conta, acho que ensejamos mais formosa a real virtude desse trampo da ND, que só vou jogar ano que vem, nesse ritmo de paternidade renovada. Parecia impossível, mas ela se superou.
A Sony fechou a geração com chave de ouro de novo, é assim desde o PS1, sua produção interna pode ser confortavelmente laureada como a de maior volume na alta qualidade, sendo que os investimentos por jogo dariam pra comprar a coleção de carros do Bruce Wayne. Somando isso tudo, inclusive perder ponto por “ser muito violento”, ou mexer com conceitos de gameplay cascudos, como ter o Daryl vagando na amplidão carregando duas botas na cintura, sendo justo, será se existe alguma softhouse melhor que essa, mais variada, se você for realmente crítico, e descontar suas preferências pessoais? Acho difícil.
Interessante isso aqui que você disse, já tinha lido essa citação antes?
“Não me considero um criador de obras, e sim de produtos para as pessoas aproveitarem. É por isso que sempre chamei meus jogos de produtos, em vez de arte ou qualquer outra coisa”.
Ela é do Shigeru Myiamoto.
Não estou dizendo que ele está errado, mas é só pra contrastar com a diferença da visão dele pra do Koxiba, Ueda, Myiazaki ou Matsuno. Ou Druckman.
É bom que tenha essa diferença, e isso no fim não significa muita coisa, já que dentro da Sony existem setores que pensam como o Miya (como uma pequena parte do Japan Studio, fora o Team ICO e outras equipes mais porra-louca), enquanto na Nintendo hoje em dia tem gente que discorda dessa visão de que videogame é um produto, na Monolith por exemplo.
Mas foi só porque me chamou a atenção no seu post que na verdade é o contrário, pro Miyamoto é que se um jogo não for um produto ele não presta.
Bom dia geral.
Como eu disse, receber um 70 porque é “muito violento” é um grande trunfo dentro do que eu entendo como videogame, se eu fosse a Çôny inclusive eu propagandearia essa nota, no lugar de qualquer 10. Colocaria uma citação do analista entre aspas até em Outdoor, dizendo que ele sentiu ojeriza de sangue ou opressão pela atmosfera, com o numeral 70 gritando no fundo, e depois faria menção aos 10s numa nota de rodapé se for o caso. Foi bom demais pra reputação do jogo perder ponto por causa disso. Esse é o diferencial entre videogame e filme, você executar a violência virtualmente, versus somente assití-la passivamente. Grande trunfo.
Aconteceram algumas coisas semelhantes com Death Stranding, notas baixas que na verdade são elogios, mas fica pra outro dia
Vc achar que tetris pode ser uma masterpiece e the witcher 3 não, pra mim é o exemplo perfeito do pq sua visão de como avaliar um jogo é limitada e ultrapassada. Mas enfim, não vou me ater mais ao assunto pra não desviar o tema do tópico.
Não estou entrando na discussão de vocês, por favor não me quotem e continuem o debate, mas não posso deixar isso aqui passar sem comentário.
Esse é o grande erro da cabeça de avaliadores de certa idade, o apêgo à simplicidade, entendida como sofisticação, mas que na verdade é algo rizível, completamente banal, emulável mesmo pelo mais rasteiro profissional da área.
Isso acontece em pessoas que têm entre 30 e 35 anos, e começaram a jogar videogame de forma mais consciente nas eras NES e SNES. Podem até ter literalmente começado a jogar antes, no Atari, mas eram novos demais pra conseguir uma interpretação adequada do que estavam vivenciando. Quando os seus cérebros estavam maduros pra formar opinião, as pessoas que pensam assim estavam no NES ou no SNES. Pode conferir.
Essas pessoas valorizam elementos totalmente superficiais em videogames, e perdem completamente o senso de escala da verdade, por um apêgo intenso a tarefas simples, de recompensa fácil, mundos bucólicos e mecânicas gimmicky. Elas se impressionam muito facilmente com coisas minúsculas, e, por outro lado, coisas que são realmente impressionantes não a impressionam.
Só escapam dessa armadilha pessoas de duas idades:
1) Quem era mais velho nas eras NES e SNES, e já era capaz, naquela época, de entender o quão arcaico aquilo tudo era. Atenção, só funciona com quem viveu a época no seu respectivo tempo, não pode ter voltado à Castlevania I depois de ter começado em Symphony of the Night.
2) Pessoas mais novas, cujo primeiro contato com videogames com o cérebro maduro, foi na era PS1. Essas pessoas não viveram a antiguidade e o arcaicismo de antes, e então têm a perfeita noção do quão realmente quase tudo em NES/Master/SNES/Mega era básico e “intelectualmente” arcaico.
Lógico, tem a questão da evolução da tecnologia e a história completa da derivação em galho dos videogames e seus ramos, mas o minigame do Gwent, aquela coisa
ínfima dentro do grande global e ecossistema que é The Witcher 3, é melhor que Tetris. Sim, estou descontando a diferença de tecnologia, até porque daria pra emular o Gwent razoavelmente bem, mantendo seu core de gameplay intacto, em 1975, tempo de Tetris, mesmo que, no lugar de cartas, fossem somente numerais de uma cor.
Essas pessoas vangloriam por exemplo Dead Cells (excelente jogo realmente), mas, dentro de Yakuza 6, tem uns 10 minigames com aquela qualidade geral. Atenção, “dentro” de um jogo muito maior, melhor, superior e ambicioso, tem algo que se equipara à experiência completa de alguns desses games.
Tem um pouco a ver com a questão da idade, conforme eu disse, não é propriamente culpa dessas pessoas, já que é um negócio inconsciente, claramente relacionado à memória afetiva.
Segue o tópico.