The Wicker Man
Supra-sumo
- Mensagens
- 8.458
- Reações
- 15
- Pontos
- 161
Análise de Uncharted 2: Among Thieves
Plataforma: Playstation 3
Gênero: Ação/Aventura
Bom pessoal, agora que terminei, posso falar com mais propriedade sobre o jogo, pelo menos da campanha já que estou sem internet e não pude testar o online. Fiquei pensando em como fazer o review e decidi fazer algo diferente do que estou acostumado...ao invés de separar por tópicos, vou descrevendo minha experiência no jogo como me der na telha e tentar organizar depois. Espero que dê um resultado aceitável. Vamos lá:
Uncharted 2 é uma experiência tão cinematográfica quanto possível, sem deixar de parecer um jogo. Vários jogos já tentaram essa aproximação com diferentes resultados...a era do CD começou com jogos em FMV que logo se mostraram antiquados, a Square batizou Parasite Eve de "cinematic RPG", a SEGA contou uma história tipicamente japonesa em Shenmue, Metal Gears Solid traz enormes sequências não interativas cuidadosamente coreografadas, e Heavy Rain aposta em uma interação diferente do jogador com o game baseando-se inteiramente em situações sensitíveis ao contexto.
No entanto, o game que a mídia gosta de dizer "é como controlar um filme" é Uncharted 2. Isso é bom ou ruim? Bom, se você já sonhou com chicotes e cobrs alguma vez na sua infância, isso é maravilhoso.
Uncharted 2 é uma experiência única. Sua jogabilidade traz conceitos comuns a outros games e ajusta tudo caprichosamente em um pacote em que tudo se integra...a jogabilidade ganha profundidade com as reviravoltas do roteiro que lhe permitem batalhas desesperadas sobre prédios em queda, trens pendurados e templos em ruínas, os personagens criam uma trama de intriga e ganham credibilidade graças as ótimas dublagens, tudo isso entregue de bandeja por gráficos excepcionalmente detalhados que dão vida aos ambientes e personagens e permitem o impacto necessário as venas de ação, bem como as paisagens de tirar o fôlego. Nem Hollywood faria melhor.
Mas o principal triunfo de Uncharted 2 é que ele jamais esquece que é um jogo....ponto esse que seus concorrentes "cinemáticos" frequentemente pecam. Existem horas de diálogos e interações entre os personagens......mas grande parte deles tomam parte durante o gameplay, sem tirar o controle das mãos do jogador. Uma programação inteligente garante que essas interações nunca fiquem deslocadas ou fora de contexto. Quando não há outra opção, cutscenes prosseguem com a história, mas nunca sentem intrusivas, sendo sempre breves e objetivas, aproveitando para definir a personalidade dos personagens. Nada de cenas de meia hora como Metal Gear Solid, aqui as cutscenes sem são bem vindas e recompensadoras, dão um tempo para o jogador respirar sem interromper o fluxo da ação.
Fluxo, essa é a palavra de ordem em U2. O game flui de uma maneira espetacular. O game voa sem você sentir as horas passarem. De uma floresta fechada a um templo escondido, de um trem em movimento a uma perseguição de carros, do interior de uma caverna gelada a paradisíacos campos verdejantes...a transição é natural e sempre gostosa. As 16 horas que levei para terminar o game passaram como minutos.
Comparado ao primeiro, existem sutis diferenças. O jogo tem uma variedade bem maior de cenários....de início, as fases são breves, com um punhado de ação e/ou puzzles até te levar a outro cenário. Conforme o jogo avança, os cenários ficam mais complexos e os capítulos mais longos. A parte final é mais parecida com o primeiro, onde você sente que atravessa "a pé" todo o caminho e reamente encarna nos pés de Nathan Drake sem interrupções. Essa é uma característica que eu gostei muito no primeiro, e fiquei feliz em ver que o segundo dá essa chance ao jogador após a metade do jogo. O jogo também é mais longo....e no começo eu senti falta das florestas tropicais do 1, mas os capítulos finais de Among Thieves compensaram com folga. No fim, Uncharted 2 é mais que o primeiro em todos os aspcetos, ação mais intensa, momentos mais emocionantes e embasbacantes, mais intrigas, mais exporação, mais variedade, mais personagens, mais tudo.
A jogabilidade é possivelmente a melhor já feita em um TPS. A sensibilidade da mira é ótima, o "feeling" é correto, e isso é parte da fluidez mencionada. Todas as características se complementam....você pode correr e atirar, pular um obstáculo, se pendurar numa beirada, sacar a pistola e atirar, proteger-se, matar um inimigo sorrateiramente,escalar até um local alto, equipar um rifle sniper e fazer a festa. Os puzzles estão espalhados e são bem vindos, são um tanto fáceis, mas a complexidade deles (nunca basta acionar uma única alavanca....sempre há uma série de "testes") e a criatividade dos mecanismos torna tudo recompensador.
Existem problemas....o mesmo botão é usado para tomar cover, rolar e pendurar-se para baixo/soltar-se....isso gera mortes desnecessárias e irritantes as vezes. E os cenários apresentam paredes invisíveis.....não do tipo tradicional, mas do tipo que você tem uma beirada perfeitamente escalável que Nate se recusa a usar. As arenas de tiroteio normalmente são grandes e permitem várias estratégias diferentes, mas nas poucas vezes em que essa limitação aparece, é um tanto frustrante. Mas seria injusto criticar muito isso...acho que é um caso de o jogo estar tao perto da perfeição, que qualquer mínima falha parece maior do que em outros jogos que são imperfeitos por natureza.
Os gráficos.....ah os gráficos. O que falar deles sem parecer um baba-ovo sonista? Não dá, então não vou tentar. Não há visuais melhores que os de Uncharted 2 em qualquer jogo, de qualquer plataforma. Não, "aquele" também não é. Discordem o quanto quiser e joguem especificações técnicas a vontade, eu jamais vi algo tão belo, caprichado, espetacular, surpreendente quanto os gráficos de Uncharted 2. Há um certo momento em que você entra num templo e está enslarado....após uma série de acontecimentos você sai e começa a chover. Lentamente, as saliências do chão escorrem a água....logo poças começam a cobrir o chão e logo todas as paredes estão escorrendo água com a chuva que se fortalece. Essa sutileza talvez tenha passado despercebido para muitos, mas é o tipo de detalhe que melhor exemplifica o nível extremo de competência da Naghty Dog no departamento visual. Se falta alguma prova, basta ver nos Extras do BD as artes conceituais e reparar que o game representa fielmente os desenhos, é I-G-U-A-L-Z-I-N-H-O!
Nada mais a declarar aqui.
Os diálogos já são excelente por si só, mas as dublagens levam a coisa a outro nível. Eu conheço pelo menos duas pessoas parecidas com o Sullyvan e outras três parecidas com Drake (tirando as qualidades de atirador e alpinista). O sotaque da Chloe, a voz austera de Lezarevic. Não sei quanto a vocês, mas eu fiquei com medo dele (que por sinal, é meu personagem preferido do jogo).
A trilha sonora é uma obra-prima, desde a maravilhosa mpusica tema herdada do original, a todos os temas que apimentam as emocionantes sequeûencias de ação, aos misteriosos acordes que pairam sobre os templos.
Menção honrosa para a batalha final. Adorei a batalha contra o último chefe. Não achei difícil (jogando no Hard), mas tem um senso de urgência fantástico, além de um vilão extremamente carismático.
Enfim....não sei mais o que escrever. Uncharted 2 é excelente. Beira a perfeição. É o melhor jogo do PS3. A jornada de Drake é tão gratificante quanto as de Gordon Freeman, Mario, Sonic e qualquer Belmont. Se você tem um PS3, faça-se um favor e jogue. Se não tem, eis um excelente motivo para comprar um.
Nota: 10
Obrigado pela leitura e paciência.
Texto original:
Não aguentei esperar zerar o jogo pra fazer esse tópico, mas podem esperar uma análise completa minha em breve.:D
Bom, estou jogando uncharted 2, já estou no Tibet, dentro daquele templo enorme no gelo, acho que é o Capítulo 17, creio que já passei da metade e começo a me aproximar do final.
Adorando cada segundo, a Naghty Dog conseguiu fazer um jogo extremamente prazeroso (de novo), com um ritmo excepcional....você nunca tem vontade de parar, o jogo não deixa a peteca cair....depois de um tiroteio insano, vem uma parte de plataforma pra refrescar a mente, depois vem os puzzles muitíssimo bem integrados a trama....é um espetáculo.
Os gráficos chegam a ser inacreditáveis, o bom gosto na paleta de cores, os efeitos sutis que deixam tudo mais vivo. A fase do trem já entrou para a história como um dos momentos mais marcantes dos games.
Que jogo, que jogo!!!
Plataforma: Playstation 3
Gênero: Ação/Aventura
Bom pessoal, agora que terminei, posso falar com mais propriedade sobre o jogo, pelo menos da campanha já que estou sem internet e não pude testar o online. Fiquei pensando em como fazer o review e decidi fazer algo diferente do que estou acostumado...ao invés de separar por tópicos, vou descrevendo minha experiência no jogo como me der na telha e tentar organizar depois. Espero que dê um resultado aceitável. Vamos lá:
Uncharted 2 é uma experiência tão cinematográfica quanto possível, sem deixar de parecer um jogo. Vários jogos já tentaram essa aproximação com diferentes resultados...a era do CD começou com jogos em FMV que logo se mostraram antiquados, a Square batizou Parasite Eve de "cinematic RPG", a SEGA contou uma história tipicamente japonesa em Shenmue, Metal Gears Solid traz enormes sequências não interativas cuidadosamente coreografadas, e Heavy Rain aposta em uma interação diferente do jogador com o game baseando-se inteiramente em situações sensitíveis ao contexto.
No entanto, o game que a mídia gosta de dizer "é como controlar um filme" é Uncharted 2. Isso é bom ou ruim? Bom, se você já sonhou com chicotes e cobrs alguma vez na sua infância, isso é maravilhoso.
Uncharted 2 é uma experiência única. Sua jogabilidade traz conceitos comuns a outros games e ajusta tudo caprichosamente em um pacote em que tudo se integra...a jogabilidade ganha profundidade com as reviravoltas do roteiro que lhe permitem batalhas desesperadas sobre prédios em queda, trens pendurados e templos em ruínas, os personagens criam uma trama de intriga e ganham credibilidade graças as ótimas dublagens, tudo isso entregue de bandeja por gráficos excepcionalmente detalhados que dão vida aos ambientes e personagens e permitem o impacto necessário as venas de ação, bem como as paisagens de tirar o fôlego. Nem Hollywood faria melhor.
Mas o principal triunfo de Uncharted 2 é que ele jamais esquece que é um jogo....ponto esse que seus concorrentes "cinemáticos" frequentemente pecam. Existem horas de diálogos e interações entre os personagens......mas grande parte deles tomam parte durante o gameplay, sem tirar o controle das mãos do jogador. Uma programação inteligente garante que essas interações nunca fiquem deslocadas ou fora de contexto. Quando não há outra opção, cutscenes prosseguem com a história, mas nunca sentem intrusivas, sendo sempre breves e objetivas, aproveitando para definir a personalidade dos personagens. Nada de cenas de meia hora como Metal Gear Solid, aqui as cutscenes sem são bem vindas e recompensadoras, dão um tempo para o jogador respirar sem interromper o fluxo da ação.
Fluxo, essa é a palavra de ordem em U2. O game flui de uma maneira espetacular. O game voa sem você sentir as horas passarem. De uma floresta fechada a um templo escondido, de um trem em movimento a uma perseguição de carros, do interior de uma caverna gelada a paradisíacos campos verdejantes...a transição é natural e sempre gostosa. As 16 horas que levei para terminar o game passaram como minutos.
Comparado ao primeiro, existem sutis diferenças. O jogo tem uma variedade bem maior de cenários....de início, as fases são breves, com um punhado de ação e/ou puzzles até te levar a outro cenário. Conforme o jogo avança, os cenários ficam mais complexos e os capítulos mais longos. A parte final é mais parecida com o primeiro, onde você sente que atravessa "a pé" todo o caminho e reamente encarna nos pés de Nathan Drake sem interrupções. Essa é uma característica que eu gostei muito no primeiro, e fiquei feliz em ver que o segundo dá essa chance ao jogador após a metade do jogo. O jogo também é mais longo....e no começo eu senti falta das florestas tropicais do 1, mas os capítulos finais de Among Thieves compensaram com folga. No fim, Uncharted 2 é mais que o primeiro em todos os aspcetos, ação mais intensa, momentos mais emocionantes e embasbacantes, mais intrigas, mais exporação, mais variedade, mais personagens, mais tudo.
A jogabilidade é possivelmente a melhor já feita em um TPS. A sensibilidade da mira é ótima, o "feeling" é correto, e isso é parte da fluidez mencionada. Todas as características se complementam....você pode correr e atirar, pular um obstáculo, se pendurar numa beirada, sacar a pistola e atirar, proteger-se, matar um inimigo sorrateiramente,escalar até um local alto, equipar um rifle sniper e fazer a festa. Os puzzles estão espalhados e são bem vindos, são um tanto fáceis, mas a complexidade deles (nunca basta acionar uma única alavanca....sempre há uma série de "testes") e a criatividade dos mecanismos torna tudo recompensador.
Existem problemas....o mesmo botão é usado para tomar cover, rolar e pendurar-se para baixo/soltar-se....isso gera mortes desnecessárias e irritantes as vezes. E os cenários apresentam paredes invisíveis.....não do tipo tradicional, mas do tipo que você tem uma beirada perfeitamente escalável que Nate se recusa a usar. As arenas de tiroteio normalmente são grandes e permitem várias estratégias diferentes, mas nas poucas vezes em que essa limitação aparece, é um tanto frustrante. Mas seria injusto criticar muito isso...acho que é um caso de o jogo estar tao perto da perfeição, que qualquer mínima falha parece maior do que em outros jogos que são imperfeitos por natureza.
Os gráficos.....ah os gráficos. O que falar deles sem parecer um baba-ovo sonista? Não dá, então não vou tentar. Não há visuais melhores que os de Uncharted 2 em qualquer jogo, de qualquer plataforma. Não, "aquele" também não é. Discordem o quanto quiser e joguem especificações técnicas a vontade, eu jamais vi algo tão belo, caprichado, espetacular, surpreendente quanto os gráficos de Uncharted 2. Há um certo momento em que você entra num templo e está enslarado....após uma série de acontecimentos você sai e começa a chover. Lentamente, as saliências do chão escorrem a água....logo poças começam a cobrir o chão e logo todas as paredes estão escorrendo água com a chuva que se fortalece. Essa sutileza talvez tenha passado despercebido para muitos, mas é o tipo de detalhe que melhor exemplifica o nível extremo de competência da Naghty Dog no departamento visual. Se falta alguma prova, basta ver nos Extras do BD as artes conceituais e reparar que o game representa fielmente os desenhos, é I-G-U-A-L-Z-I-N-H-O!
Nada mais a declarar aqui.
Os diálogos já são excelente por si só, mas as dublagens levam a coisa a outro nível. Eu conheço pelo menos duas pessoas parecidas com o Sullyvan e outras três parecidas com Drake (tirando as qualidades de atirador e alpinista). O sotaque da Chloe, a voz austera de Lezarevic. Não sei quanto a vocês, mas eu fiquei com medo dele (que por sinal, é meu personagem preferido do jogo).
A trilha sonora é uma obra-prima, desde a maravilhosa mpusica tema herdada do original, a todos os temas que apimentam as emocionantes sequeûencias de ação, aos misteriosos acordes que pairam sobre os templos.
Menção honrosa para a batalha final. Adorei a batalha contra o último chefe. Não achei difícil (jogando no Hard), mas tem um senso de urgência fantástico, além de um vilão extremamente carismático.
Enfim....não sei mais o que escrever. Uncharted 2 é excelente. Beira a perfeição. É o melhor jogo do PS3. A jornada de Drake é tão gratificante quanto as de Gordon Freeman, Mario, Sonic e qualquer Belmont. Se você tem um PS3, faça-se um favor e jogue. Se não tem, eis um excelente motivo para comprar um.
Nota: 10
Obrigado pela leitura e paciência.
Texto original:
Não aguentei esperar zerar o jogo pra fazer esse tópico, mas podem esperar uma análise completa minha em breve.:D
Bom, estou jogando uncharted 2, já estou no Tibet, dentro daquele templo enorme no gelo, acho que é o Capítulo 17, creio que já passei da metade e começo a me aproximar do final.
Adorando cada segundo, a Naghty Dog conseguiu fazer um jogo extremamente prazeroso (de novo), com um ritmo excepcional....você nunca tem vontade de parar, o jogo não deixa a peteca cair....depois de um tiroteio insano, vem uma parte de plataforma pra refrescar a mente, depois vem os puzzles muitíssimo bem integrados a trama....é um espetáculo.
Os gráficos chegam a ser inacreditáveis, o bom gosto na paleta de cores, os efeitos sutis que deixam tudo mais vivo. A fase do trem já entrou para a história como um dos momentos mais marcantes dos games.
Que jogo, que jogo!!!