Engenheiros e tecnicos tentam restabelecer o fornecimento de energia elétrica
FOTOS: Apagão no Amapá
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Amapá entra no 4º dia de apagão que atinge 89% da população; postos e supermercados têm filas
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Ministro diz que pretende restabelecer toda energia no Amapá em até 10 dias
https://g1.globo.com/politica/notic...er-toda-energia-no-amapa-em-ate-10-dias.ghtml
Principais impactos do apagão para a população:
- Falta de energia em 13 dos 16 municípios, incluindo todos da região metropolitana. Em Macapá, só há energia em serviços essenciais, como hospitais
- Falta água encanada, água mineral e gelo
- Internet e serviços de telefonia quase não funcionam
- A maioria dos postos de gasolina não tem gerador e não consegue operar
- Caixas eletrônicos e máquinas de cartão não funcionam, então as pessoas não conseguem fazer compras
Na noite de terça-feira, enquanto ocorria uma tempestade em Macapá, uma explosão seguida de incêndio comprometeu os três transformadores de uma subestação da Zona Norte, segundo o Ministério de Minas e Energia.
O fogo danificou um transformador e atingiu os outros dois — um deles já estava inoperante por causa de uma manutenção realizada desde dezembro de 2019.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o transformador que estava em manutenção ainda pode ser recuperado, enquanto os outros dois precisarão ser trocados.
A FAB transportou equipamentos para filtrar os 45 mil litros de oleo isolante (que tambem tem a função de resfriamento) do terceiro transformador (transformador reserva que estava inoperante por defeito), que sofreu danos em uma bucha durante o incêndio.
Os transformadores 1 e 2 sofreram danos irrecuperaveis e terão que ser trocados.
Grandes transformadores de força (podem passar de 500 MVA e trabalhar com mais de 500 mil volts), pesam centenas de toneladas, custam dezenas de milhões de reais e levam meses/anos para serem construidos
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A Prefeitura de Macapá decretou estado de calamidade pública por 30 dias e estendeu os horários de funcionamentos de postos de combustíveis para 24 horas. A medida visa dar mais agilidade para a tomada de ações de emergência e de apoio à população.
O apagão atinge uma região onde vive cerca de 90% da população estadual. Apenas Oiapoque, no extremo norte, e Laranjal do Jari, no extremo sul, têm eletricidade.
O MME (Ministério de Minas e Energia) afirmou na quinta-feira (5) que a retomada completa do fornecimento de energia elétrica no Amapá deve demorar ao menos 15 dias. Já nesta sexta, o ministro Bento Albuquerque disse que pretende restabelecer completamente o serviço de distribuição de energia elétrica no estado em um prazo de dez dias.
De acordo com moradores, muitas pessoas perderam alimentos, e a busca por água potável é grande nos mercados, mas muitos comércios locais estão fechados devido à falta de geradores de energia.
A técnica em saúde bucal Adriana Xavier, 34, relata que próximo de sua casa, no bairro Renascer, na zona norte da capital, não há onde comprar comida e água e por isso é preciso recorrer a outros locais.
“Os comércios com geradores estão lotados. Perto de casa não tem onde comprar comida e água. Muitas pessoas perderam alimentos e donos de mercados vendem a preços de custo para não perder. A situação está ficando pior a cada dia”, afirma.
As aglomerações também ocorrem em postos de gasolina e em uma agência do Banco do Brasil, que tem um gerador de energia elétrica que permite o funcionamento de caixas eletrônicos.
Muitos moradores recorreram ao Aeroporto de Macapá para conseguir carregar seus telefones celulares. Shoppings na capital também estão sendo usados para mesma finalidade. Alguns supermercados com geradores cobram R$ 10 para carregar os aparelhos.
A Infraero no Amapá informou que os voos no estado não foram afetados por causa da existência de geradores de energia.
Nos postos de combustíveis, há grandes filas para abastecer os carros, que têm sido usados pelos moradores para comprar alimentos e águas em bairros distantes e também para o carregamento de telefones celulares. Muitos descem dos carros e vão até as lojas de conveniência para usar tomadas e comprar produtos, como água potável. “Tive que sair de casa para conseguir carregar meu telefone. Depois de uma hora na fila, carreguei em uma tomada do aeroporto. A todo momento várias pessoas vêm aqui para usar as tomadas e conseguir ao menos um pouco de comunicação”, diz a auxiliar administrativo Jordana Cruz, 32.
“A maioria dos comércios está com filas para comprar água potável, as pessoas têm comprado galões. A busca por água está grande e a falta é constante”, afirma Israell Augusto, 27, morador do bairro Universidade, na zona sul de
Macapá.
“Está um caos total em todos os setores da cidade. Estamos sem luz nem água desde terça à noite. Também não temos mais como guardar alimentos perecíveis em casa e está faltando gelo na cidade. A única fábrica que vende tem filas enormes”, relatou a professora Naira Queiroz, 33.
Segundo ela, o apagão, que entrou no quarto dia nesta sexta (6) também provoca a falta de velas, bebidas em geral e pão, já que a maioria das padarias está fechada desde quarta (4).
Tentando escapar da falta de energia, de água e do calor da região, milhares de pessoas formam fila também nas portas de motéis e hotéis que possuem gerador.
Professora de jornalismo na Ufap (Universidade Federal do Amapá), Roberta Scheibe, 38, relata que a espera para abastecer o carro chega a cinco horas. “Meu marido saiu de madrugada e foi até um posto mais distante pra abastecer e ficou 30 minutos na fila.” Como ela tem poço artesiano em casa e mora apenas com o marido, diz que conseguiu racionar o consumo de água. Por isso, tem cedido o banheiro a amigos e familiares para que eles possam tomar banho. O prejuízo, de toda forma, foi inevitável. “Substituímos a água por álcool na limpeza geral, mas tudo que tinha na geladeira se perdeu. Fico preocupada com as famílias mais carentes, o que devem estar passando."
Outros moradores que têm poço nas residências também compartilham a água com os vizinhos que não têm. De acordo com a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), sem eletricidade não há como ligar a bomba para abastecimento e o restabelecimento do serviço segue sem previsão.
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Amapá chega ao 3º dia sem energia elétrica com cenários apocalípticos
População está sem internet, sem gasolina e impossibilitada de sacar dinheiro e fazer compras com cartão de crédito
Em um texto no Facebook, Heluana Quintas fala da situação de calamidade no Estado onde 14 dos 16 municípios estão sem energia elétrica. "Não tem água encanada. Não tem internet e raras vezes funciona Claro e Vivo. Os postos de gasolina não podem operar sem energia, então não temos gasolina também. Não dá para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos, nem comprar comida com cartão. Estamos num pico de contaminação e lotação nos hospitais devido à pandemia. Eles estão funcionando por gerador. Não sabemos por quanto tempo. As cirurgias foram interrompidas. Torçam, rezem, orem, mandem 'positive vibration' aos enfermos", postou.
Outros dois políticos que estão divulgando as dificuldades locais são o senador Randolfe Rodrigues (Rede) e o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB), eleitos no Estado. "O que estamos vivendo no Amapá é inaceitável. Precisamos de respostas rápidas. Comerciantes e famílias estão perdendo o pouco que tem, famílias sem água para cozinhar/tomar banho e grandes aglomerações se formando em supermercados, farmácias, postos de gasolina em plena pandemia", reclamou Capiberibe.
Auriney Brito, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Amapá também desabafou em sua conta de Twitter. "Estamos chegando a 48 horas sem energia no Amapá. Macapá entrando em convulsão por falta de água potável, combustível e outros itens básicos. Não é hora de politizar ou buscar culpados, precisamos da solidariedade e orações de todos. No meio desse caos, ainda há pandemia por aqui", disse.
Outra internauta usou o Twitter para lamentar a situação. "Só atualizando: estamos há 50 horas sem energia, pouco sinal de internet, a água potável está escassa, gasolina num preço absurdo, o Estado está na segunda onda de covid e não temos previsão de retorno", disse Mari Guedes.
https://www.otempo.com.br/brasil/am...eletrica-com-cenarios-apocalipticos-1.2408983
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“Está todo mundo desesperado”: Moradores do Amapá estão há quatro dias sem energia
“As ruas estão sem sinalização, as pessoas estão ao Deus dará. Está todo mundo querendo comprar água, alguns estão pegando até água do Rio Amazonas que não é potável. Está todo mundo desesperado. Em vários lugares já não tem (água para vender)”, afirmou o tatuador.
“O pessoal estava indo no shopping e no aeroporto para poder carregar o celular, quem ainda tem energia em casa está se oferecendo para carregar. Na rua está tendo fila para tudo, a farmácia estava com uma fila enorme por conta do caixa eletrônico, já que nenhum banco está funcionando. As pessoas estão tentando comprar coisas e não estão conseguindo porque nenhum lugar está aceitando cartão, a gente não tem nem sinal de celular.”
Segundo o tatuador, por conta da falta de energia e de sinal de telefone, ele não pode nem sequer desmarcar com a cliente agendada para quarta-feira. “Eu tinha um cliente que ia me dar uma boa grana, ia levar o dia todo, e não tive nem como me comunicar com ela”, contou.
Quem também teve a rotina afetada pela falta de energia foi o analista administrativo Lucas Pinheiro. Morador de Pedra Branca do Amaparí, a cerca de 19km da capital, ele teve que deixar o home office de lado e trabalhar presencialmente na empresa, que possui gerador.
Conforme Pinheiro, a situação em Pedra Branca está um pouco mais calma do que na capital. “A cidade enfrenta problemas com energia elétrica há anos, então a população já tem um certo preparo. Mas nunca tinha enfrentado algo dessa natureza. Geralmente, a falta de energia dura 24h aqui (as mais longas). Ainda não tá tendo disputa por água como em Macapá, mas gelo não tem mais e em breve o combustível vai acabar também”, relatou.
“Por enquanto temos água no poço, mas em breve vai acabar e vamos ter de procurar outros meios. Talvez nos rios próximos da cidade”, afirmou Pinheiro que mora com a esposa.
https://istoe.com.br/esta-todo-mund...es-do-amapa-estao-ha-quatro-dias-sem-energia/