Não deu para ler todo topico desde o post #1. Dei uma lida por alto nessa pagina.
@Cafetão.Chinês eu acho que o Queiroga tem uma parte de razão. E voce outra. E vou tentar explicar porque.
A EA não é "ignorada" pelas pessoas que comandam a economia mundial. Porque ninguem controla a economia. O que se faz é distorcer a economia. Por isso constantemente esses "controladores" da economia, atiram na cabeca de um alvo mas o tiro vai no pé deles.
A situação da "economia" mundial pode ser resumida em dividas absurdas, países falindo e qualidade de vida caindo para as populações destes.
Paises mais produtivos e com economias mais complexas demoram mais a sentir o efeito, mas paises como Brasil e Argentina sentem quase imediatamente. Franca, Italia, Portugual já estão em queda livre.
O que quero dizer é, voce pode ignorar uma escola de pensamento filosófico e econômico. Mas voce não pode ignorar a realidade, o custo e consequências de voce ignorar a realidade é alto, e ele está sendo cobrado.
Segundo. A escola austriaca é uma escola de pensamento, assim como foi a escola historicista alemã, que era muito hegeliana, que por sua vez era platonista. A EA se baseia logicamente em pensamento e estudos anteriores a ela mesma. Que por registro datam da escolástica espanhola. E podemos voltar nas origens da escolástica em Thomas de Aquino, que era aristotélico. Aqui tem
breve artigo sobre. Até porque eu não conheco todos os autores liberais que tiveram seu pensamento utilizado pela EA.
Então se for pensar sobre fundamentos da escola austriaca, podemos nos remeter a Aristóteles como influencia.
Apesar de existir acordo generalizado quanto ao fato de a Escola Austríaca ter nascido em 1871, com a publicação do livro de Carl Menger (1840-1921) intitulado Princípios de Economia Política (Menger, 1997), na realidade, o principal mérito deste autor consistiu em ter sabido recolher e impulsionar uma tradição do pensamento de origem católica e européia continental que se pode fazer remontar até ao nascimento do pensamento filosófico na Grécia e, de forma ainda mais intensa, até à tradição de pensamento jurídico, filosófico e político da Roma clássica.
Do livro
LA ESCUELA AUSTRÍACA. MERCADO Y CREATIVIDAD EMPRESARIAL de Jesús Huerta de Soto.
Acho que já citado neste post.
Então pode-se muitas vezes falar sobre pensamento austriaco mas na verdade estar se referindo a uma ideia que vem de antes dela, e que é estudada, debatida e melhorada na Escola Austriaca. Afinal, ideias, conhecimento, deve ser debatido e estudado. E nada vem "do vento", a EA nasceu de conhecimento anterior. Ela herdou conhecimento como qualquer outra ciência. E faz suas próprias descobertas tambem.
Bastiat por exemplo muitos acham que era austríaco, mas ele era anterior a escola austríaca mas suas ideias e conceitos econômicos tanto no campo da filosofia, lei eda economia são estudados e utilizados na EA.
Quanto a "não ter utilidade". Isso depende de como voce vê Queiroga. Conhecimento de escola austriaca me ajudou a por a empresa "no lugar" após a crise de 2015 e com certeza influencia tomadas de decisões atualmente. Investidores utilizam consultores (ou conhecimento proprio) com conhecimento de EA para entender interferência governamental na economia e mover seus investimentos. Inclusive levando em contas fatores de liberdade econômica.
É importante principalmente para empreendedores (embora seja para todos) conhecer escola austríaca, já que la trata muito de intervenção estatal e as consequências disso. Por exemplo nosso governo agora, em epoca de eleição, já está aprovando mais medidas de aumento de gastos. E ao mesmo tempo redução de impostos. O que significa que vamos ter mais uma serie de problemas em mãos e quem estiver despreparado vai tomar a porrada maior.
Praxeologia ajuda muito a entender ação humana, comportamento racional e divisão de trabalho.
Calculo e ciclos econômicos permitem entender, explicar e prever crises da forma mais apurada conhecida atualmente, já que é impossível realmente prever o comportamento humano com 100% de certeza.
Na epistemologia, podemos recorrer a Hayek, como voce citou, e entender como o conhecimento é espalhado na sociedade e como estruturas menores são mais faceis de administrar. O que ao mesmo tempo nos leva a ideia de minarquias e de delegar poderes dentro de empresas, para que setores separados tenham gerentes cuidando destes. Pois quanto maior a empresa, mais informação para lidar e mais é necessário ao mesmo tempo
Quanto a Social democracia ser incompatível com a EA. Não é bem isso ao meu ver. Social democracia é incompatível com liberdade de mercado e direito de propriedade. Pois esses conceitos são absolutos. Não dá pra ter "um pouco" disso pois eventualmente, pode levar anos e anos, mas a tendencia é a planificação, a socialização gradativa. Hayek já falava disso no caminho da servidão, tanto no original quanto na reedição pos-segunda guerra. Um direito a propriedade onde o estado pode tomar sua propriedade, é uma contradição. Este é um dos motivos pelo qual o estado sempre é uma contradição, ele diz garantir propriedade ao mesmo tempo que ele pode exclusivamente ignorar o direito de propriedade alheio.
Agora, como falei, de forma alguma a EA é "inútil" na social democracia. Pois as pessoas podem e devem entender pelo menos coisas basicas de economia e funcionamento de mercado, nem toda industria ou empresa é uma mega corporação que consegue favores do governo. Mas na pratica, logico, eles vão fazer o necessário para sobreviver num "mercado" onde uma força externa pode distorcer tudo.
Andou estudando um pouco sobe a Escola Austriaca Queiroga? Lembro que te indiquei caminho da servidão tem mais de um ano mas voce não tinha lido na epoca.
A escola de chicago é liberal. Mas ela não é aprioristica e sim mais empirica. E portanto por ai já começam as diferenças.
Eles defendem muitos conceitos em comum com a EA. Sim? Mas ainda defendem a existência de um estado minimo.
O que não torna ruim muito material que eles tem. Apenas cometem o mesmo erro dos liberais classicos de não deduzir que se o estado é o problema, é um acidente filosofico, ele deveria nunca ter existido.
Como dito acima.
É.Tambem já falei sobre.
O que não significa que economistas classicos e de Chicago estejam errados em tudo, e sim que apenas eles não deram uma continuação logica ao pensamento de economia de mercado. A EA é uma continuação do pensamento liberal, da defesa do direito de propriedade, do pensamento católico escolástico. É só lembrar, que tudo que temos, herdamos de alguem.
Por isso digo que o Queiroga tem parte da razão, ele falou bem sobre a EA, e sobre como ela considera que até Mises e Hayek, não chegaram as ultimas consequências de seus próprios pensamentos econômicos e filosóficos. O que eu acho que ele erra feio, é dizer que EA é "inútil" na social democracia.
O que é bem o contrário, sem ela até hoje não teriamos como prever e explicar crises.
A mudança de pensamento para que estas crises parem de acontecer, já é um trabalho de divulgação, de ensino e de mudança de pensamento, de paradigma do senso comum implantado pelos social democratas que querem se manter no poder e aí estão a decadas desperdiçando recursos.