Tenho estado muito relaxado esse ano, e os pouquíssimos jogos que termino enrolo demais para trazer até aqui. Vou tentar lutar contra a procrastinação e trazer minhas duas ultimas experiências para vocês. Espero que o longo período até essa postagem não prejudique e eu consiga transmitir toda a experiência que tive com ambos os jogos, sendo o primeiro deles,
Dead Space 2 para
XBox 360, terminado no dia 19 de setembro.
Três anos após a infestação de necromorfos a bordo da USG Ishimura, Isaac Clarke desperta de um coma na estação espacial chamada de Sprawl localizada em uma das luas de Saturno. Isaac acaba sendo acordado no hospital por Franco, ainda sem memória nenhuma dos últimos três anos, porém, antes que Franco liberte Isaac de sua camisa de força, é atacado e transformado em um necromorph, fazendo com que Isaac tenha que fugir ainda usando sua camisa de força, até que encontra um homem que o solta de e logo depois comete suicídio, deixando para Isaac uma lanterna e um med pack.
Isaac segue seu caminho, quando entra em contato com uma mulher chamada Daina que oferece ajuda a ele dizendo poder cura-lo dos problemas psicológicos que ele adquiriu, porém, ao chegar a Daina, dois guardas o prendem e ela se revela uma unitologista que tentava recaptura-lo para que construísse mais markers, porém, nesse momento, uma nave abre fogo contra eles dando chance a Isaac para escapar, e então, ele começa a seguir caminho para se encontrar com Nolan Stross, outro paciente que ajudou a construir o marker, que já havia contatado Isaac, antes, então, relutante ele decide se juntar a Stross para destruir o Marker.
Isaac também aceita a partida de sua namorada morta, Nicole, que para de atormenta-lo e passa ajudar ele em seu caminho, inclusive indicando que ele entre numa máquina que ativa certas partes do cérebro afetadas pelo Marker. Nesse caminho, ele cruza com Ellie Langford, sobrevivente dos acontecimentos envolvendo os necromorphs, que primeiramente age de forma relutante a ajudar Isaac, mas depois alia-se a ele para escapar de lá.
Esse breve resumo acima se refere a boa parte do jogo, porém, eu omiti algumas partes para que spoilers importantes não fossem revelados. Partindo agora para falar sobre o jogo propriamente dito, inicio elogiando a parte gráfica, que mais uma vez demonstra com excelência o aspecto de terror e abandono em Sprawl, que ao contrário da USG Ishimura, que possui uma ambientação com aspecto mais rustico e industrial, em Sprawl temos algo como sendo uma colônia residencial, onde, temos um setor comercial, escolas, também ambientes com aspecto industrial e tecnológico, como se espera de um jogo espacial, e como dito inicialmente, um hospital, além de mais uma vez, a própria USG Ishimura.
O jogo é riquíssimo em detalhes e temos uma ambientação muito bem trabalhada. As regiões com gravidade zero são mais extensas e amplas e jogo tem um ar mais cinematográfico em certos momentos que mesmo seu antecessor não tinha, entretendo, ele é muito mais linear, tendo quebra-cabeças em menor frequência e reduzindo drasticamente o back-tracking típico de jogos do gênero. Pode se dizer que
Dead Space 2 entrou um pouco mais no foco ação dos jogos mais atuais do gênero e deixou um pouco para trás a pegada mais clássica que seu antecessor trazia, entretanto, isso não é um demérito, pois o jogo ainda consegue transmitir tensão, terror, suspense, e o principal, bons sustos.
Na parte sonora o trabalho também foi primoroso, como era de se esperar. Todo o aspecto de abandono e morte de uma estação evacuada as pressas, é transmitida com excelência em suas músicas e efeitos sonoros, mixando com regiões de silencio que te faz imaginar o que estaria por vir.
No aspecto desafio, achei o jogo mais fácil, apesar de que em certa parte do jogo foi complicado fazer a gestão dos recursos, pois, os trajes de Isaac possuem limitações que muitas vezes o faz ter que decidir se leva um item de vida ou uma munição. Em algumas partes as hordas irritam um pouco, e mal da pra recarregar. Muitas vezes ter a combinação mais acertada de armas no inventário pode deixar a missão mais simples nesses casos. Vale ressaltar que foram adicionados alguns novos inimigos e também maiores variações de inimigos existentes.
Como de costume temos uma grande gama de colecionáveis em forma de logs de áudio e de texto que explicam tudo que esta acontecendo e esclarecem mais o enredo não apenas desse título, mas também da franquia como um todo.
A jogabilidade se mantem como no título anterior, trazendo diversas novidades em questão de novos itens e armamentos. Vale ressaltar que nesse jogo é mais difícil aumentar o nível das armas e dos trajes com os Power Node, e não pela sua escassez no jogo, mas pela maior quantidade de slots a se preencher das armas e trajes. Apesar da abundancia em créditos que o jogo dispõe durante a campanha, não é o suficiente pela quantidade de armas e equipamentos, e vale também mencionar que pelo menos no meu caso, a maioria delas foi sub-utilizada.
O jogo possuí um bom tempo de campanha e eu particularmente aproveitei cada momento. Confesso ter gostado mais do
Dead Space original, entretanto, não é justo fazer comparações, pois, o anterior veio com sabor de novidade.
O próximo jogo dessa postagem é
Homefront: The Revolution para PlayStation 4, terminado no dia 17 de outubro, jogo que vergonhosamente enrolei praticamente quase um ano para terminar
A história se passa em um cenário de história alternativa em que a revolução digital da década de 1970 ocorreu no "Rio do Silício" da Coréia do Norte, ao invés do "Vale do Silício" do norte da Califórnia. Em 1977, o governo comunista da Coreia do Norte caiu em desgraça após uma série de inundações devastadoras e Kim Il-sung renunciou ao cargo e foi substituído por um premier mais moderado, Lee Dong-won. Como resultado, a agora capitalista nação da Coreia do Norte se tornou a nação mais poderosa e influente da Terra, controlada pela APEX Corporation e liderada por uma figura semelhante a Steve Jobs, chamado Joe Tae-Se.
Os Estados Unidos, por sua vez, após anos de múltiplos conflitos no Oriente Médio sob os presidentes George W. Bush e John McCain, é um estado pária entre a comunidade internacional, além de sofrer de enormes dívidas de guerra com a compra de tecnologia de armas da APEX e está em condições econômicas severas. Em 2025, a economia dos Estados Unidos entrou em colapso, forçando os Estados Unidos a deixar de pagar sua dívida com a Coréia do Norte. O filho de Joe Tae-Se, CEO da APEX e premier norte-coreano John Tae-Se, com a aprovação da comunidade internacional, usa isso como pretexto para invadir e ocupar o país, usando uma porta dos fundos instalada em toda tecnologia APEX para desligar as forças militares norte americanas.
Embora inicialmente apresentado como um esforço humanitário internacional para restaurar a estabilidade dos Estados Unidos após o colapso econômico, os coreanos continuam a explorar o país por seus recursos naturais para pagar a dívida e brutalizar a população em resposta a um movimento de resistência nacional contra o ocupação. O jogo se passa na Filadélfia em 2029, quatro anos após o início da ocupação. Ethan Brady, um novo membro da Resistência cuja célula espera a visita de Benjamin Walker, "The Voice of Freedom" e líder da resistência nacional contra a ocupação KPA.
A célula de Brady é atacada em um ataque KPA, e todos os membros da célula, exceto Brady, são torturados até a morte pelo KPA. Walker chega, salvando Brady e matando o KPA, mas é ferido na luta. Brady sai para fazer contato com outra célula da Resistência, mas enquanto ele está fora, o esconderijo de Walker sofre um ataque KPA e o captura. Brady tenta se encontrar com a nova célula, mas é confundido com um espião coreano, espancado até ficar inconsciente e quase torturado pela Resistência, sendo salvo no último momento quando sua identidade é estabelecida.
Brady se junta à nova célula da Resistência liderada por Jack Parrish, cujo a comandante de campo é a volátil e implacável ex-criminosa Dana Moore. Duas outras figuras importantes na célula são o Dr. Sam Burnett, um médico pacifista que acredita na resistência não violenta, mas trabalha com a Resistência de qualquer maneira para tratar as vítimas da brutalidade do KPA, e James Crawford, um espião da Resistência que opera dentro do KPA e classifica-se como um colaborador americano. O foco principal da Resistência é encontrar Ben Walker e resgatá-lo.
Homefront: The Revolution é um jogo de tiro em primeira pessoa em mundo aberto, onde existem as missões principais, que seguem a trama do jogo, e missões secundárias, que podem render dinheiro extra, novos equipamentos, mas não necessariamente resultara em maior conhecimento de seu enredo, e por falar em enredo, vale ressaltar que esse jogo não é uma sequencia do fantástico Homefront lançado no ano de 2011 para XBox 360 e PlayStation 3.
A propósito, na minha opinião o que aconteceu com a THQ na época prejudicou a franquia. Não que eu não goste de jogos em mundo aberto, mas a campanha linear, principalmente com esse tipo de jogo, me agrada muito mais, e, na minha opinião, a perspectiva de mundo aberto tira boa parte da adrenalina e a emoção que o jogo pode transmitir. E também, apesar da temática me atrair, achei o enredo do jogo fraco. Seguir o original teria sido uma decisão muito mais acertada. Creio que muitos, como eu, se decepcionaram um pouco com a direção que acabou sendo tomada.
Voltando a
Homefront: The Revolution, devo dizer que os gráficos do jogo são muito bem feitos e a ambientação muito bem trabalhada. O jogo utiliza CryEngine, e quem conhece esse motor gráfico sabe que ele pode trazer resultados fantásticos. Apesar de presenciarmos alguns elementos nos cenários um tanto quanto repetitivos, principalmente nos fortes militares, o ambiente de devastação das extremidades das regiões e os becos conseguem transmitir de forma muito eficiente a sensação de pobreza e abandono que a população local sofre.
Para contrabalancear, existem regiões residenciais dos colaboradores e da alta sociedade, onde podemos notar uma região limpa, organizada, bem vigiada, e sem moradores de rua, detentos e pessoas mais pobres como comumente é visto em regiões descritas anteriormente. O mapa também exibe regiões abandonadas, onde segundo a trama, sofreu bombardeios com armas químicas, logo, são regiões desabitadas, porém, com bases secretas da resistência e rondas constantes da KPA.
Entre essas regiões, o meio para se transitar são os tuneis subterrâneos e linhas de metro abandonadas, utilizadas como rotas de suprimentos e base principal dos comandantes da resistência.
Não tenho queixas em relação a jogabilidade, e a propósito, a mesma lembra bastante Crysis original, até mesmo a forma de customizar as armas. Podemos carregar no máximo três armas, após upgrade dos equipamentos do personagem, e 4 tipos de bombas, com 4 variações de cada, sendo as bombas de fragmentação, coquetéis molotov, fogos para distração do inimigo e bombas de para hackear o de terminais e travas elétricas. É importante ressaltar, que uma sacada bem legal dos desenvolvedores foi a possibilidade de acessar o jogo Time Splitters 2 integralmente através de um arcade dentro de uma instalação de detenção existente no jogo.
No aspecto sonoro o jogo é competente, mas sinto não poder destacar nenhuma trilha marcante. Desprendi pouco mais de 50 horas com
Homefront: The Revolution e não joguei suas expansões, tampouco seu modo multiplayer, mas minha avaliação final, é que o jogo não é ruim, porém, passa longe de ser uma experiência obrigatória. Depois que liberamos um região dos invasores capturando todos os postos avançados inimigos e completando todas as missões principais, o que sobra é um vasto mundo aberto sem nada para ser feito, e, se as missões secundarias específicas de uma região não forem completadas, dependendo de sua natureza ela continua ativa, mas sem a possibilidade de concluí-las.
Minha avaliação sobre
Homefront: The Revolution é essa, mas se encontrar por um preço justo ainda vale a pena adquirí-lo para que se possa formar uma opinião pessoal. As screenshots acima foram geradas durante a minha campanha e
postei mais neste tópico. Abaixo deixo o vídeo do final do jogo que também fiz no próprio console.