O que aconteceu com Neymar? Camisa 10 do PSG está na pior forma desde que chegou
Neymar demonstra forte queda de rendimento nas últimas temporadas de acordo com os números e parece ter perdido o brilho dentro de campo
Decepcionante. Sem brilho. Apagado. Mediano. Você provavelmente pode pensar em mais algumas maneiras de descrever a temporada de
Neymar até agora - na verdade, essas são palavras gentis em relação às atuações que o craque vem apresentando no
PSG, já que alguns torcedores têm feito críticas mais pesadas em relação a Neymar.
Neymar era uma máquina, principalmente na
Ligue 1, com estatísticas incríveis, com média de quase um gol por jogo (56 em 70 partidas em suas primeiras quatro temporadas na França) e estando envolvido em mais de um gol por jogo (87 gols e assistências nesse mesmo período).
No entanto, após três meses de temporada, suas estatísticas contam uma história muito diferente. Um gol em seis jogos do campeonato e 495 minutos jogados, com apenas duas assistências e três grandes chances criadas no total. A superestrela brasileira costumava ser muito mais do que isso; ele conquistou a Ligue 1 quando chegou de Barcelona ainda em 2017, um gênio com estilo e personalidade antagônicos. Ele perdeu mais da metade dos jogos do PSG a cada temporada (20 na temporada 2017-2018, depois 17, 15 e 18), mas compensou entregando alguns momentos de brilho absoluto.
Então o que está acontecendo? Para onde foi Neymar e por que a versão deste ano é uma pálida imitação do brilho que ele exibiu no PSG nas últimas quatro temporadas?
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Em primeiro lugar, o número de gols tem diminuído constantemente ao longo dos últimos anos no Parque dos Príncipes, o que nunca é um bom sinal. De 19 gols em sua primeira temporada, para 15, 13 e finalmente apenas nove na última temporada. O índice de assistências sofreu o mesmo impacto. Começou com 13, foi para 7, caiu para 6 e o último número mostrava apenas 5.
Na temporada 2017/18, ele acertou 4,5 finalizações por jogo, 60% deles no alvo. Ele caiu para 1,8 nesta temporada com 27% no alvo, e passou de quase 12 dribles por jogo com uma taxa de sucesso de 60% para 6,8 com apenas 49% de sucesso.
Talvez o que estamos vendo até agora nesta temporada pudesse ter sido previsto. Parece que Neymar está ficando mais periférico, ou que falta alguma coisa. Ele não tem a mesma energia ou eficiência em tudo o que faz em campo. Basicamente, muitas vezes ele dá muitos toques para um lance final insuficiente. E, com a chegada de
Lionel Messi, e a crescente importância de
Kylian Mbappé também na equipe, Neymar deixou de ser a principal opção com a bola. O resto da equipe costumava lhe servir quase que automaticamente independentemente de onde estivesse em campo. Isso agora não é o caso.
Fisicamente, ele tem lutado, e não estamos falando apenas sobre voltar para a pré-temporada, em julho, com alguns quilos para mudar. Ele não consegue manter a intensidade total, com ou sem bola, como costumava fazer. Ele não é tão explosivo como costumava ser em seus primeiros passos, especialmente em situações de um contra um em que costumava ser um dos melhores do mundo.
Ele é mais pesado e mais lento.
E não se trata de sua idade, já que só faz 30 anos em fevereiro e deve estar em seus anos de pico. O problema é mais profundo do que idade, condição física ou companheiros de equipe.
Talvez ele esteja se tornando um pouco blasé. Ele fez tudo agora, em certo sentido, ganhando quase tudo que é possível conquistar em uma carreira profissional lucrativa e brilhante de 15 anos. No entanto, a queda é de tirar o fôlego.
Neymar ainda não teve uma atuação decisiva para o PSG nesta temporada; sua nota média de jogador no jornal francês
L'Equipe é de 4,3 de 10 em suas seis partidas na Ligue 1 até agora. Ele obteve uma nota de 2 por sua péssima exibição na derrota por 2 a 0 em Rennes, pouco antes da pausa para ida à seleção, em outubro, e 3 por seu desempenho no recente empate por 0 a 0 contra o Olympique de Marselha.
Neymar foi melhor na vitória por 2 a 1 sobre o
Lyon, em setembro. Mas, no geral, está longe de ser bom o suficiente. A história é parecida na
Uefa Champions League: Neymar jogou contra
Club Brugge e
Manchester City, mas não marcou gols, assistências ou criou chances de perigo.
Depois de acertar um grande contrato de quatro anos perto do final da temporada passada, o PSG esperava mais dele este ano. Mas, de acordo com apuração da
ESPN com fontes internas, garantiram que não existe preocupação dentro do Paris Saint-Germain. Os franceses têm certeza que Neymar vai voltar ao seu melhor. O brasileiro, por sua vez, tem a mesma certeza de que vai se recuperar.
Então, o que Mauricio Pochettino pensa? O argentino tem uma relação próxima com Neymar e está feliz com ele. Ainda de acordo com a apuração, o treinador deixa claro em público e também nos bastidores que está satisfeito com o brasileiro. Ele até o elogiou após o empate do Marselha, apesar de mais uma exibição apagada.
Mas, há uma coisa que Neymar faz melhor agora do que antes: defender. Acredite ou não, o brasileiro deu uma guinada no apoio aos companheiros na defesa nesta temporada. Isso prejudicou sua opinião de ataque? Só saberemos com certeza a longo prazo.
O PSG precisa de Neymar em sua melhor forma se quiser vencer a Champions League. Foi o brasileiro quem deixou Ángel Di Maria em claras condições para marcar o gol decisivo na vitória por 2 a 1 sobre o campeão Lille, na última sexta-feira, o que é um bom presságio para a viagem do meio da semana ao RB Leipzig pelo torneio continental. No final, quem está dentro e nos arredores do PSG espera que, mais cedo ou mais tarde, volte a ver o verdadeiro Neymar.